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Líder do tráfico do Condomínio Ourimar é preso por estuprar moradoras

Líder do tráfico do Condomínio Ourimar é preso por estuprar moradoras

A Polícia Civil disse que ele é considerado um indivíduo perigoso. Emerson também é investigado por um homicídio em Feu Rosa, na Serra

Publicado em 15 de maio de 2018 às 19:35

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Emerson de Lima Alcântara, conhecido como Burguelo, foi preso nesta segunda-feira (14) dentro do residencial Ourimar, em Laranjeiras, na Serra. (Divulgação | Polícia Civil)

Apontado como responsável por aterrorizar moradores de Ourimar e estuprar duas moradoras do condomínio, Emerson de Lima Alcântara, o Buguelo, 23 anos, foi parar na cadeia após uma operação da Polícia Civil, na segunda-feira (14).

A prisão aconteceu durante uma operação conjunta da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) e da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV), ambas da Serra. “Levantávamos dados sobre um homicídio em Feu Rosa, em que Emerson é investigado, e, ao cruzarmos informações com a Deam, descobrimos que ele era o suspeito dos estupros que aconteceram dentro do condomínio este ano”, informou o delegado Rodrigo Sandi Mori, da DCCV de Serra.

Segundo o delegado, Emerson assumiu o posto de chefe do tráfico de drogas que mantém os cerca de 2 mil moradores reféns do medo e de ameaças há poucos meses, após as prisões de homicidas.

“É um indivíduo que foge das características dos homicidas. Ele tocava o terror nas pessoas, expulsava e também roubava moradores. Além disso, passou a praticar estupros dentro do condomínio”, afirmou Sandi Mori. 

 

MORADORAS NA MIRA

Os policiais cumpriram mandado de prisão pelo crime de estupro cometido por Emerson em março, em Ourimar. “Ele obrigou uma jovem moradora a entrar em um apartamento vazio, apontando uma arma contra ela e a estuprou. Ela teve que deixar o condomínio depois disso”, contou a delegada Natália Tenório, da Deam da Serra.

A prisão de Emerson levou a polícia a descobrir outro estupro, que ocorreu em fevereiro. “Ele entrou no apartamento da vítima com uma arma na cintura. A moradora estava com um bebê de sete meses no colo, ele exigiu que a moradora saísse do imóvel. Ela juntou uma trouxa de roupa e três litros de leite e, antes de sair, foi abusada sexualmente. A violência só parou porque o bebê passou a chorar, fato que o incomodou e ele deixou a vítima ir embora”, detalhou Natália Tenório.

Em depoimento, Emerson confirmou os fatos, mas disse que não forçou as vítimas. “Ele estava armado e invadiu a casa de uma das vítimas. Emerson tem uma narrativa fantasiosa e contraditória”, enfatizou a delegada da Deam.

A polícia, agora, busca localizar outras prováveis vítimas. “Há suspeitas de existam mais duas vítimas, entre elas uma criança, mas sem a confirmação. Solicitamos que procurem a polícia e denunciem, ainda mais agora que ele se encontra preso”, observou a delegada.

AS VÍTIMAS

As duas vítimas de estupros foram expulsas do condomínio por Emerson Alcântara, o Buguelo, mesmo sendo proprietárias dos apartamentos onde residiam.

A jovem estuprada em março teve que sair o imóvel onde residia com o marido e a um filho. Já a outra vítima expulsa, saiu de casa com poucas roupas para os três filhos, um deles bebê e outro portador de necessidades especiais.

“Elas não tiveram escolha. É inadmissível que essas vítimas, que foram contempladas pelo programa de habitação, tenham que deixar seus lares. É por isso que vamos continuar entrando em Ourimar e pedimos que os moradores denunciem”, reforçou o delegado Rodrigo Sandi Mori.

Não somente as vítimas da violência sexual levou Emerson para a cadeia. No condomínio, ele também atua no tráfico que domina o residencial, que possui hoje 608 apartamentos. Somente no ano passando, 48 famílias foram expulsas.

“Ele e os comparsas tomavam os apartamentos de moradores de bem para ficar com os objetos para uso próprio ou para vender. Os imóveis eram repassados para pessoas que colaboram com os traficantes, parentes deles, e de alguns até cobravam aluguel. Outros imóveis eram usados como esconderijos”, observou o delegado.

Um dos apartamentos tomados pelos traficantes é onde aconteceu o último assassinato em Ourimar, em fevereiro. Os criminosos invadiram o imóvel onde acontecia um culto e assassinaram Artur Henrique Gonçalves. A família que morava no apartamento foi expulsa.

Desde 2017, foram oito homicídios relacionados ao comércio de drogas no residencial. Todos os crimes foram solucionados pela DCCV Serra e os autores presos, somando 21 prisões de traficantes e homicidas dentro do condomínio.

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