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Theodorico Ferraço é dispensado pela defesa em audiência de greve da PM

Theodorico Ferraço é dispensado pela defesa em audiência de greve da PM

Na saída ele conversou com a imprensa e acredita que teria dado "um belo depoimento"

Publicado em 14 de maio de 2018 às 16:38

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Theodorico Ferraço em depoimento na 4ª Vara Criminal de Vitória . (Caíque Verli )

O deputado Theodorico Ferraço (DEM) foi dispensado pela defesa de uma das rés na audiência que ouve acusados de crimes durante a paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo. Ele foi indicado pela defesa de Flávia Roberta Arvellos Aguiar Fontes, mas pouco antes de depor, após meio-dia, o deputado foi liberado.

Na saída, Theodorico Ferraço conversou com a imprensa e afirmou que teria dado “um belo depoimento”. “Eu não sei agora o motivo. Mas a deputada federal Norma Ayub (também indicada) foi dispensada da mesma forma. Entenderam que não precisaria. Daria um belo depoimento, estou aqui com o maior prazer”, declarou.

Theodorico se esquivou ao ser perguntado como seria o depoimento, mas depois falou que ele e a deputada participaram de dez reuniões em Cachoeiro de Itapemirim e no gabinete dele na Assembleia Legislativa.

“A gente era solidário à greve, mas tentamos encontrar um entendimento para acabar com a greve de quartel. Norma tentava buscar uma articulação com o Governo Federal, para resolver os problemas de ordem social, como melhorias de salário e trabalho. Mas fomos impedidos de entrar no quartel por ordem do governador. As reuniões também foram feitas em casas particulares e associação comercial de Cachoeiro”, explica.

Theodorico declarou que recebeu com cautela a indicação para ser testemunha de defesa. “Eu vi com cautela porque era uma testemunha solicitando o depoimento. Acredito que depois o advogado (da Flávia) ficou satisfeito com os outros depoimentos”, diz.

OUTROS DEPUTADOS

Após a liberação de Theodorico, Euclério Sampaio (PDT), Bruno Lamas (PSB) e Janete de Sá (PMN) prestaram depoimento. Apenas Janete de Sá falou por mais de dez minutos.

Euclério foi indicado pela defesa de Gilmara Silveira Rodrigues Vazzoler. Questionado pelo advogado, ele declarou que se reuniu poucas vezes com as mulheres e que o movimento não tinha liderança. “Pelo que sei, a insatisfação era grande entre os militares. Não tinha cabeça (o movimento)”, disse.

Bruno Lamas testemunhou a pedido da defesa de Bianca da Cruz e Silva. Ele afirmou que não participou das reuniões com a comissão das mulheres porque não foi comunicado a tempo e “foi surpreendido como todos os capixabas” com o movimento.

Janete de Sá, chamada pela defesa de Raquel Fernandes Soares Nunes, foi a última a depor antes do intervalo para o almoço e foi a que mais falou. Ela afirmou que participou da reunião com as mulheres na Assembleia Legislativa. “Eram com as mulheres dos PMs no início do movimento. A reunião não teve sucesso. Não havia liderança no movimento e não tinha entendimento entre elas. Cada uma pensava de um jeito”, acrescentou.

A parlamentar disse que algumas mulheres tinham um poder maior de argumentação, mas nunca viu liderança entre elas. “No início, a gente achava que se justificava o movimento, mas que não seria sucedido por falta de cabeça. Existia uma vontade grande das mulheres defenderem teses que achavam justa para os maridos. Tentamos buscar soluções”, explicou.

A parlamentar garantiu que nunca contribuiu para o movimento. “Elas achavam que tinham direito, dos maridos ganharem melhores salários. Tentamos ser intermediador, mas não tínhamos como intervir no movimento”, explicou ao finalizar.

Janete pediu justiça para que ninguém seja punido sem ter cometido crimes. Nesse momento, as mulheres na sala gritaram apoiando a deputada.

A juíza que conduz o processo na 4ª Vara Criminal de Vitória, Gisele Souza de Oliveira, chamou a atenção dizendo que já havia falado que estava proibida qualquer manifestação na audiência e que se acontecesse novamente todas as mulheres seriam retiradas do Tribunal do Júri, onde acontece a audiência.

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Após o depoimento da deputada, foi feito um intervalo de 40 minutos. Os depoimentos de Marcelo Santos e Josias da Vitória ficaram para esta terça-feira (15), às 9h30 e 14 horas, respectivamente. Já as três testemunhas de Clayde Berger de Oliveira foram liberadas. 

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