> >
Criminosos impõem toque de recolher após morte de jovens em Cariacica

Criminosos impõem toque de recolher após morte de jovens em Cariacica

Um confronto entre grupos de criminosos rivais acabou com dois mortos e comércios e escola fechadas, no bairro Vista Mar, em Cariacica

Publicado em 28 de junho de 2018 às 23:58

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Durante esse patrulhamento, os militares se depararam com os motoqueiros armados e houve troca de tiros. (Fernando Madeira | AG)

Um confronto entre grupos de criminosos rivais acabou com dois mortos na tarde desta quinta-feira (28), no bairro Vista Mar, em Cariacica. Após as mortes, comércios e escola foram fechadas. A Polícia Militar foi acionada e trocou tiros com bandidos, deixando dois suspeitos feridos.

De acordo com informações da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), um bando armado de Vista Mar fez um ataque contra integrantes da quadrilha da região conhecida como Buraco Quente, já na divisa com o bairro Bandeirantes.

No local, foram baleados Marcos Eduardo Xavier Santos, 24 anos, atingido por 10 tiros na cabeça e um nas costas, e Júlio Cesar da Silva Oliveira, de idade não informada, atingido por dois tiros nas costas e um no braço. Os dois chegaram a ser socorridos, mas morreram no hospital.

A morte de Júlio Cesar e Marcos provocou a ira dos aliados deles, que passaram a provocar terror entre os moradores do bairro Vista Mar.

TOQUE DE RECOLHER

Cerca de duas horas depois dos assassinatos, um bando formado por seis homens em motos percorreu as principais avenidas de Vista Mar, entre elas a Rua Ferro e Aço, onde funciona a maior parte dos comércios da região.

“Eles estavam com armas nas mãos, gritavam ‘fecha a porta, abaixa essa porta’. Não tinha outra opção senão atender à ordem. Funcionários de alguns estabelecimentos chegaram a entrar em desespero ao ver a cena. Eles passaram duas vezes na rua”, detalhou uma comerciante que não quis se identificar, com medo de represália.

Dois suspeitos, de 19 anos e 27 anos, foram baleados e socorridos para o Hospital São Lucas, em Vitória e para o Meridional, em Cariacica.

Segundo a Polícia Militar, um dos suspeitos é irmão de Marcos Eduardo Xavier. Ele recebeu alta após receber atendimento e foi conduzido para o plantão da DHPP.

Os policiais também entregaram na delegacia uma pistola calibre 9 milímetros que teria sido encontrada com o irmão de Marcos. Até o publicação desta matéria, ele ainda prestava depoimento na DHPP.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados porque eles ainda não foram autuados.

AULAS SUSPENSAS E MAIOR NÚMERO DE POLICIAIS NA RUA 

Além de lojas e padarias, uma escola municipal de ensino fundamental entrou em contato com pais e responsáveis dos alunos e solicitou que fossem buscar os filhos no colégio.

As aulas do colégio foram totalmente suspensas uma hora antes do horário previsto.

“Eu nem fui pra escola hoje pois disseram que estavam acontecendo tiroteios na rua”, contou uma estudante de 13 anos.

Já com as ruas desertas, viaturas da Polícia Militar foram ao local e fizeram ação de saturação com viaturas do policiamento ostensivo, helicóptero Hárpia e também o reforço da Força Tarefa. Durante esse patrulhamento, os militares se depararam com os motoqueiros armados e houve troca de tiros, onde dois foram baleados.

“Pelo que sabemos, depois do toque de recolher, o grupo iria revidar os ataque que tirou a vida de dois homens mais cedo”, disse, assustada, uma moradora.

Um dos suspeitos baleados, irmão de Marcos Eduardo Xavier Santos, um jovem de 27 anos, tinha passagem pela polícia por disparo de arma de fogo.

Marcos, que foi assassinado junto com Julio César da Silva Oliveira, já esteve detido pela lei Maria da Penha. Já Juio César tinha passagem pela polícia por tráfico e roubo.

Este vídeo pode te interessar

Toque de recolher no Bairro Vista Mar, em Cariacica; policiais estiveram no local. (Fernando Madeira | AG)

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais