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Morte da médica Jaqueline continua sob investigação da polícia

Morte da médica Jaqueline continua sob investigação da polícia

De acordo com informações da Polícia Civil, as investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM)

Publicado em 25 de junho de 2018 às 14:25

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Jaqueline da Penha Colodetti desapareceu nesta terça-feira (03), em Viana. (Reprodução/Facebook)

Dois meses depois de a médica Jaqueline Colodetti, 50 anos, ter sido encontrada morta no Rio Jucu, na Região Serrana do Estado, o inquérito policial sobre o caso ainda não foi concluído. De acordo com informações da Polícia Civil, as investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM). A Polícia Civil ressaltou que "outras informações não serão repassadas para não atrapalhar a apuração dos fatos".

Procurada pelo Gazeta Online, a sobrinha da médica, a também cardiologista Raiza Colodetti, falou que a família não tinha conhecimento sobre o andamento das investigações.

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A gente meio que não foi atrás. Estava todo mundo muito abalado com o que aconteceu. Como moro em São Paulo, não consigo ver em que pé está isso. Acabou que ninguém voltou a esse assunto. Eu não sabia nem que o inquérito não havia sido encerrado. Estou sabendo, agora, por você

Raíza Colodetti, sobrinha da médica
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Sobre a possibilidade da morte da tia ter sido um crime, Raíza respondeu: "A gente não teve desconfiança de crime, não. Pelo menos, inicialmente, a gente não estava pensando em crime. Depois do que aconteceu, acabou que não conversamos sobre achar que teria sido crime ou não. A gente acabou abafando o caso, de não conversar um com o outro sobre isso. Mas inicialmente não tinha indício de crime", reforçou. A sobrinha contou que um tio, que mora no Estado, também não foi à delegacia.

Uma outra sobrinha da cardiologista, a advogada Elizabetta Colodetti conversou com a reportagem a respeito das investigações. "A gente não desconfia de nada até porque isso é papel da polícia. A gente aguarda e espera que a polícia faça o que estiver ao alcance dela para investigar o caso", concluiu.

30 DIAS PARA CONCLUIR AS INVESTIGAÇÕES

A Polícia Civil não informa os motivos para o inquérito não ter sido concluído nem mais detalhes sobre o caso. Por isso, o Gazeta Online convidou o professor de Direito Penal e advogado criminalista Cássio Rebouças para explicar o que acontece, de maneira geral, nesses casos.

"Na verdade, só a polícia vai poder dizer por qual motivo o inquérito ainda não terminou. O Código de Processo Penal até estabelece alguns prazos para o término do processo, mas são prazos que a gente chama de prazos impróprios que, não sendo cumpridos, não vão ter uma sanção processual".

Segundo o advogado, a polícia tem 30 dias para concluir uma investigação.

Rebouças pondera as causas para a demora. "O volume de trabalho de toda delegacia é muito grande. Nenhuma delegacia trabalha com folga. Inquérito rápido só termina em algumas situações de prisão em flagrante".

Ainda de acordo com Rebouças, há situações que requerem outras investigações. "Quando a autoria não está delimitada, precisa ouvir muitas testemunhas, se tem perícia, por exemplo, isso acarreta uma demora muito grande no inquérito", finaliza o professor.

O CASO

Carro em que a médica Jaqueline estava . (Divulgação de familiares)

O carro da cardiologista foi encontrado no dia 3 de abril abandonado em cima da Ponte do Rio Jucu, em Viana. A partir daí, polícia e família começaram as buscas na tentativa de achá-la com vida. O caso ganhou repercussão nacional e uma campanha foi feita na internet em busca de pistas sobre o paradeiro de Jaqueline.

Um caminhoneiro chegou a ligar para a família falando que tinha dado carona para uma mulher com características parecidas com as dela na Bahia, mas no dia 15 do mesmo mês um corpo foi encontrado por um proprietário rural, agarrado entre galhos e pedras no rio, que faz limite entre os municípios de Marechal Floriano e Domingos Martins, Região Serrana do Espírito Santo.

O corpo foi retirado da água por uma equipe do Corpo de Bombeiros e levado para o Departamento Médico Legal (DML), em Vitória. Ainda na noite de domingo, familiares foram ao departamento, porém, a identificação visual era inviável devido ao adiantado estado de decomposição.

A polícia informou que a roupa descrita por testemunhas que viram a médica andando, às margens da ES 262, era semelhante à que estava no corpo: sutiã e calça jeans. No corpo também foram encontrados brincos, aparelho ortodôntico e prótese de silicone nos seios.

Corpo da médica foi sepultado no final da manhã do dia 17. (Marcelo Prest)

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Na manhã do dia 16 de abril, parentes levaram exames odontológicos e registros médicos para o Departamento de Identificação da Polícia Civil. A comparação dos registros da arcada dentária e da identificação das próteses mamárias que a médica possuía permitiram aos peritos constatarem que se tratava de Jaqueline. A família foi comunicada, acompanhou o processo de identificação e liberou o corpo no final da tarde. No dia 17 de abril, o corpo da médica foi sepultado.

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