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Terror na Piedade: 'Só a presença da PM não resolve', diz padre

Terror na Piedade: 'Só a presença da PM não resolve', diz padre

Pároco da Catedral de Vitória avalia que a situação atual do Morro da Piedade é "reflexo de uma crise geral" que envolve falhas em setores essenciais à população

Publicado em 14 de junho de 2018 às 22:34

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Diácono Paulo Roberto deixando o Morro da Piedade. (Fernando Madeira | GZ)

Após a igreja da Comunidade São Vicente de Paulo, que fica no alto do Morro da Piedade, em Vitória, ser esvaziada por causa da saída de boa parte dos fiéis do bairro, o padre Renato Criste Covre, pároco da Catedral de Vitória, contou que sofre junto das famílias que, por medo, estão deixando os próprios lares.

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A situação é complexa. Por mais simples que sejam as casas, foram construídas com muito esforço. Eles estão descendo não porque têm possibilidades melhores. Alguns estão indo para casa de familiares, outros se apertando para pagar um aluguel. Mas até quando?

Padre Renato Criste Covre
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Na tarde de quarta-feira (13), a Comunidade São Vicente de Paulo fechou as portas por tempo indeterminado. Os objetos considerados sagrados foram retirados por questão de segurança. A Arquidiocese de Vitória informou que as atividades foram transferidas para a Comunidade Nossa Senhora da Piedade, também na região.

Segundo o padre Renato, a presença da Polícia Militar na região é muito importante nesse momento, mas outras medidas precisam ser tomadas para que a situação da comunidade realmente mude.

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A presença da PM é imediata, urgente. Mas só isso não resolve a questão. A pessoa que está no morro é portadora de uma dignidade. É preciso olhar com mais carinho, mais zelo para os moradores

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O padre ainda reforça que é necessário tratar o problema da violência em sua origem, e não somente como um caso de polícia. "É importante investir em educação, saúde, lazer, cultura, arte e ofertas de trabalho. Precisamos criar oportunidades para essas pessoas. O que está acontecendo hoje na Piedade é reflexo de uma crise geral", completou.

A saída dos moradores da Piedade, de acordo com o padre, é compreensível, mas não deve ser tratada com normalidade. “Os moradores são pessoas que têm histórias, que trabalham e que estão dispostas a trabalhar para mudar a realidade daquela comunidade”, reforçou.

O padre ainda frisou que a Igreja Católica vai permanecer no bairro e que a comunidade não fechou as portas de vez. “A religião tem um papel de transformação da realidade do local. A reserva eucarística foi deslocada, mas a comunidade permanece lá. Não fomos expulsos. Não estamos travando guerras, estamos apenas tomando uma medida de zelo, evitando situações de desrespeito”, finalizou.

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