Após a igreja da Comunidade São Vicente de Paulo, que fica no alto do Morro da Piedade, em Vitória, ser esvaziada por causa da saída de boa parte dos fiéis do bairro, o padre Renato Criste Covre, pároco da Catedral de Vitória, contou que sofre junto das famílias que, por medo, estão deixando os próprios lares.
Na tarde de quarta-feira (13), a Comunidade São Vicente de Paulo fechou as portas por tempo indeterminado. Os objetos considerados sagrados foram retirados por questão de segurança. A Arquidiocese de Vitória informou que as atividades foram transferidas para a Comunidade Nossa Senhora da Piedade, também na região.
Segundo o padre Renato, a presença da Polícia Militar na região é muito importante nesse momento, mas outras medidas precisam ser tomadas para que a situação da comunidade realmente mude.
O padre ainda reforça que é necessário tratar o problema da violência em sua origem, e não somente como um caso de polícia. "É importante investir em educação, saúde, lazer, cultura, arte e ofertas de trabalho. Precisamos criar oportunidades para essas pessoas. O que está acontecendo hoje na Piedade é reflexo de uma crise geral", completou.
A saída dos moradores da Piedade, de acordo com o padre, é compreensível, mas não deve ser tratada com normalidade. Os moradores são pessoas que têm histórias, que trabalham e que estão dispostas a trabalhar para mudar a realidade daquela comunidade, reforçou.
O padre ainda frisou que a Igreja Católica vai permanecer no bairro e que a comunidade não fechou as portas de vez. A religião tem um papel de transformação da realidade do local. A reserva eucarística foi deslocada, mas a comunidade permanece lá. Não fomos expulsos. Não estamos travando guerras, estamos apenas tomando uma medida de zelo, evitando situações de desrespeito, finalizou.
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