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Avó denuncia agressão de policiais a neto em Colatina

Avó denuncia agressão de policiais a neto em Colatina

A avó da criança disse que o menino relata ter apanhado de policiais após fugir do abrigo onde vive

Publicado em 29 de julho de 2018 às 00:54

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A mulher e o marido foram encaminhados para a Delegacia de Colatina . (Divulgação)

Uma mulher de 46 anos procurou a polícia após ver que o neto, que vive em um abrigo de Colatina, região Noroeste do Estado, apresentava lesões no rosto e no corpo. O menino relatou à avó que teria apanhado de policiais após fugir do local. 

De acordo com a avó, ao buscar o neto, de sete anos, que está desde 2016 sob os cuidados do Centro de Referência Municipal da Criança e do Adolescente I (CERCRIA), para passar um final de semana com ela, na manhã deste sábado (28), viu que a criança estava machucada.

"Eu fui buscar meu neto às 8h da manhã, assim como faço de 15 em 15 dias. Porém, ao chegar lá, os cuidadores não deixaram nem eu ver ele, dizendo que ele tinha aprontado e não poderia vir comigo, porque era uma norma interna do abrigo. Logo em seguida, ele veio gritando com outros meninos. Vi que estava com o rosto machucado e ele contou que apanhou de policiais após ter fugido na quinta-feira (26) e ser localizado horas depois. Na mesma hora fui para a delegacia denunciar. Ele foi levado para ser cuidado e não apanhar".

A avó contou em depoimento à polícia, que ficou sabendo através de funcionários do abrigo, somente neste sábado (28), que a criança teria fugido logo após ir para a escola na última quinta-feira (26), porque não queria fazer uma consulta com a psicóloga do abrigo.

O conselheiro tutelar Eumarque Pereira Candido informou que foi chamado na delegacia após o registro da ocorrência. "A avó tem o direito legal de buscar a criança a cada 15 dias e hoje realmente seria o dia de pegar o neto, já que ele está em fase de readaptação. Fui acionado para comparecer na delegacia e depois me desloquei ao abrigo para ver se alguma ocorrência foi registrada e se o exame de corpo de delito havia sido feito, mas não encontrei nada. Retirei a criança do abrigo, levei na delegacia e encaminhamos para o exame a pedido da Polícia Civil", disse.

Após o exame, o conselheiro informou que a criança retornaria ao abrigo, uma vez que somente a decisão judicial poderia pedir a transferência do menor. "A criança vai ser devolvida ao abrigo. O juiz é que vai decidir se ele continuará no mesmo local", disse.

Questionada pela reportagem sobre a norma interna de impedimento da retirada da criança por familiares e o registro de ocorrência sobre a lesão corporal, a coordenadora do abrigo, que pediu para não ser identificada, desmentiu a avó e disse que tomou todas as providências em relação ao caso.

"Não temos norma interna de impedimento. Não impedimos crianças de estarem com a família. Respeitamos a ordem judicial. Todas as informações do menor foram protocoladas na Vara da Infância. Tomamos todas as providências necessárias", disse.

OUTRO LADO

A reportagem procurou a assessoria da Polícia Militar (PM) sobre a acusação de agressão feita pelo menino mas foi informada que ocorrências geradas e encerradas em plantões anteriores, durante finais de semana e feriados, não ficam disponíveis para o acesso da assessoria de comunicação.

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Já a Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada pelo Conselho Tutelar na Delegacia Regional de Colatina. O caso vai seguir sob investigação da Polícia Civil e demais informações, no momento, não seriam passadas para não atrapalhar a apuração.

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