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Integrantes de banda funk são acusados de estupro de vulnerável

Integrantes de banda funk são acusados de estupro de vulnerável

Jovem de 21 anos havia consumido bebidas alcoólicas e, pela lei, não tinha discernimento para a prática do ato. Gabriel Celestino, Victor Hugo Alves e Richerd Lobão foram encaminhados para o presídio

Publicado em 23 de julho de 2018 às 13:46

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Delegacia Regional de Linhares, onde acusados de estupro ficaram presos. (Loreta Fragionato)

Três integrantes de uma banda de funk que foram presos na tarde de domingo (22), em Linhares, são acusados de estupro de vulnerável, pois a vítima, uma jovem de 21 anos, estava alcoolizada e não tinha como consentir o ato. A informação é da Polícia Civil. O crime aconteceu na manhã de domingo, em um hotel do Centro de Linhares, após os suspeitos e a vítima participarem de um baile funk. A jovem estava em um quarto com Gabriel Rodrigo Celestino, de 24 anos, com quem se relacionava há algum tempo, quando outros cinco suspeitos entraram no quarto e dois a estupraram, disse a vítima em depoimento à polícia.

Além de Celestino, que é empresário de um DJ de Vitória que se apresentou em uma boate no bairro Três Barras, na noite de sábado (21), ainda foram presos Victor Hugo Cândido Alves e Richerd Lobão dos Santos, que também fazem parte da equipe do artista. O delegado plantonista Eudson Ferreira Bento, que atuou na 16ª Delegacia Regional de Linhares no domingo, afirmou que Lobão e Alves praticaram o estupro, e Celestino foi quem instigou os suspeitos a abusar sexualmente da jovem.

“A vítima informou que estava no quarto do hotel, com o namorado, quando mais cinco indivíduos entraram e dois deles, com o consentimento do rapaz, praticaram o ato sexual com ela. Os dois e o namorado da jovem foram autuados por estupro de vulnerável, já que a vítima estava sob efeito de álcool”, diz nota divulgada pela polícia.

Por ter consumido bebidas alcoólicas, ela não tinha discernimento para a prática do ato, de acordo com a lei. “Artigo 217-A (§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência)”, ressalta a nota.

Outros três envolvidos, sendo um deles o DJ e dois jovens que fazem parte da equipe dele, foram liberados após serem ouvidos pelo delegado. “O caso vai seguir sob investigação e demais informações não serão passadas, no momento, para não atrapalhar a apuração dos fatos”, informou a Polícia Civil.

O exame de corpo de delito realizado no Serviço Médico Legal (SML) de Linhares confirmou o estupro. Foram encontradas lesões no corpo da vítima. Além disso, a Polícia Militar encontrou um lençol com sangue que seria da jovem no quarto de Celestino. Ele, Alves e Lobão foram encaminhados nesta segunda-feira (23) para um presídio do Complexo de Xuri, em Vila Velha, onde ficam os presos acusados de crimes sexuais.

“EU NÃO TIVE REAÇÃO”, DISSE A VÍTIMA

Em entrevista na noite de domingo para o Gazeta Online, a vítima, que pediu para não ser identificada, disse que estava no quarto do hotel com Celestino e, quando os dois estavam nus, os outros cinco rapazes entraram no local. “Eu não tive reação, só falei ‘Celestino, o que é isso?’, peguei o lençol e me tapei. Aí ele levantou, vestiu a roupa, eu chamava pelo nome dele, ele não me respondia. Antes de sair do quarto ele só disse que não podia fazer nada, e me deixou no quarto com os outros rapazes. Então eles me forçaram a fazer sexo oral e outras coisas que prefiro nem lembrar”, contou.

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A jovem afirmou que ficou desesperada e disse não diversas vezes. Após tantas negativas dela, os suspeitos desistiram e saíram do quarto. Foi quando Celestino voltou. “Eu me desesperei, perguntei como ele tinha coragem de fazer isso comigo. Vesti minha roupa, saí, fui para o elevador e encontrei um rapaz que estava hospedado no hotel. Ele me viu chorando muito, eu entrei em desespero, porque a gente acha que nunca vai acontecer com a gente. Esse moço perguntou se eu queria ajuda, aí eu pedi uma carona, perguntei se ele podia me levar em casa. Graças a Deus ele me deixou na porta da minha casa e foi quando eu tive a iniciativa de denunciar”, explicou.

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