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'Se deixou levar pelas más amizades', diz irmão de universitária morta

"Se deixou levar pelas más amizades", diz irmão de universitária morta

Segundo Rodrigo Santana, de 23 anos, Rayane se "perdeu" após a morte da mãe em 2017, vítima de um acidente de carro na Serra

Publicado em 22 de julho de 2018 às 20:51

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Segundo o irmão de Rayane Santana, ela acabou se deixando levar pelas más amizades após a morte da mãe. (Reprodução/Facebook)

A morte da universitária Rayane Santos Santana, de 20 anos, na noite deste sábado (21), baleada por um PM que reagiu a um assalto, não é a primeira tragédia na história da família. De acordo com o irmão dela, Rodrigo Santana, de 23 anos, a jovem foi diagnosticada com depressão após a morte da mãe, em um violento acidente na Serra, em julho de 2017.

A mãe de Rayane, Leda Santos Santana, de 47 anos, morreu na madrugada de dia 8 de julho de 2017 após o carro onde estava bater no muro de um bar, no bairro Serra Dourada, na Serra. A pensionista estava no banco do carona dentro de um EcoSport prata quando foi arremessada para fora do carro, por volta das 3 horas.

Na ocasião, familiares contaram que Leda havia saído de uma festa de aniversário. Dentro do veículo, estavam o genro dela, Rayane, que na época tinha 19 anos, e o irmão, de 22 anos. Ainda de acordo com parentes, eles passavam pela rodovia que liga Serra Dourada a Jacaraípe no momento do acidente.

O carro derrapou e acabou batendo no muro de um bar. Como a vítima estava sem cinto de segurança, ela foi arremessada para fora do veículo e morreu na hora. Nenhum dos outros ocupantes tiveram ferimentos graves.

No Facebook de Rayane é possível ver que a jovem sentia muita falta da mãe e chegou a desejar a morte por isso: “Senhor, porque não me leva ?! Não me deixe viver em depressão, não me deixe viver infeliz nesse mundo maldito. Por favor, te suplico”, disse na publicação.

“Desde então, minha irmã entrou em depressão, ficou perdida... Ela fez tratamentos com psicólogos e psiquiatras, mas acabou se deixando levar pelas más amizades. Eu nem consigo acreditar que depois de perder minha mãe, perdi minha irmã dessa forma. Ela não precisava disso”, lamentou o irmão da vítima, Rodrigo Santana, de 23 anos.

ENTREVISTA

Muito abalado e ainda sem acreditar na morte da irmã, Rodrigo Santana, de 23 anos, contou que a Rayane Santos Santana, de 20 anos, não precisava roubar para ter dinheiro. Ele acredita que a jovem aceitou participar do crime para ajudar algum amigo.

O que sua irmã fazia?

Ela estava fazendo faculdade de Fisioterapia. Já tinha trabalhado como professora de dança, musculação, teatro, animação de festa infantil. Ela nunca foi envolvida com a criminalidade. Ela não queria fazer isso (choro).

Por que acha que sua irmã deu cobertura aos assaltantes?

Não consigo entender. Ela não precisava disso. Ela recebia uma pensão muito boa da minha mãe. Era dinheiro suficiente para ela se manter. Tanto que ela fazia faculdade particular e pretendia pagar a minha também. Eu acho que ela foi atender o pedido de algum amigo, sem saber a gravidade e o risco do que estava se metendo. Ela não estava bem da cabeça desde a morte da minha mãe.

O que ela tinha?

Ela passou por psicólogos e psiquiatras e foi diagnosticada com depressão. Desde a morte da mãe, ela se perdeu, estava triste, falava de morte. Mas estava se tratando e chegou a em falar de planos para o futuro. Ela era uma pessoa que gostava de ser amiga de todos. Ela não fazia distinção das pessoas, achava que todo mundo era amigo. Acredito que algum desses amigos pediu ajuda para ela usar o carro e ela deve ter aceitado por amizade. Ela não queria fazer isso (choro). Ela tinha um coração muito grande.

Como foi saber da morte dela nessas circunstâncias?

Eu fiquei muito surpreso. Não acreditei.

O que soube do crime?

Sei apenas que, após o assalto, houve uma troca de tiros entre bandido e policial e minha irmã foi morta pelo policial. O tiro pegou por trás, no banco do motorista, entrou nas costas da minha irmã e atravessou para o lado esquerdo do peito.

Quando foi a última vez que se viram?

No dia do crime, pela manhã, eu acordei e a vi conversando com um cara estranho. Perguntei quem era e ela disse que era um amigo. Não sei se era o assaltante, já planejando o crime. Ela não me contou nada.

Como era a Rayane?

Ela era muito companheira e me ajudava muito. Ela era estilosa, bonita, vaidosa, queria virar blogueira. Ela tinha planos. Ia dar entrada na pensão do pai, comprar um apartamento para vivermos com o dinheiro do aluguel...

O que tem a dizer para meninas que se envolvem em más companhias?

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Não se envolvam com quem vocês não sabem com que o que mexem. Prestem muito atenção com quem vocês andam e não se envolvam em coisas errada para ajudar más amizades. Minha irmã pagou com a vida. Ela estava no lugar errado, na hora errada.

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