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Ameaças e ordens em muros de Vila Velha são apagadas pela prefeitura

Ameaças e ordens em muros de Vila Velha são apagadas pela prefeitura

Na manhã desta terça-feira (21), PM e Prefeitura de Vila Velha trabalham em conjunto para localizar e apagar as frases que teriam sido escritas por traficantes no bairro

Publicado em 21 de agosto de 2018 às 15:50

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Prefeitura de Vila Velha pinta muro com recado de criminosos em Morada da Barra. ( Kaique Dias)

Os muros pichados com ameaças e ordens, escritas por traficantes, em Morada da Barra, Vila Velha, estão sendo repintados pela prefeitura de Vila Velha. Os trabalhadores estão no local com escolta da Polícia Militar ao longo desta terça-feira (21). A ação integrada acontece desde o início da manhã.

A tinta branca cobre apenas as partes em que hoje estão os letreiros com identificação de grupos criminosos e avisos para quem entra no bairro, como “tire o capacete e abaixe o vidro e o farol”, “bem vimdo ao enferno (sic)” e “meter bala na suas cara (sic)”.

A equipe chegou a parar o trabalho durante o final da manhã por falta de tinta. A ação integrada, como explica o capitão e comandante da 13ª Companhia Independente da PM, Walter Araújo, acontece em ruas importantes do bairro e até perto de escolas municipais e estaduais.

"Não conseguimos contabilizar quantos pontos são, são pichações dispersas, algumas com bravatas, outras com ameaça, e é mais um ato de rebeldia do que um ato de controle da comunidade", disse Araújo.

O comandante afirma que a região de Morada da Barra não passa por momentos de violência como o caso do último sábado, em que Thaís de Oliveira Rodrigues, de 22 anos, foi morta a tiros por não ter ligado a luz interna do veículo e que foram duas mortes neste ano até agora e três no ano passado. 

"Apesar de todo esse temor instalado, esse medo que essas pichações tentam implantar, não é essa a realidade que a gente vive todos os dias. A polícia sempre esteve presente e sempre estará presente. E nessas realidades aqui, eu acho que tampando essas pichações a gente mostra que o poder público está retomando o controle do local", reforça.

Moradores, no entanto, não concordam com a declaração do comandante e não acreditam que haverá mudanças com as pinturas realizadas. Eles tem medo até mesmo de falar com a reportagem, mas declaram que as pichações são sim avisos de criminosos, que querem controlar quem entra e quem sai, para evitar ataques de criminosos rivais.

As pichações são registradas em diversos bairros da Grande Vitória, como informaram telespectadores da TV Gazeta, por meio do aplicativo da emissora. No bairro São Domingos, na Serra, o recado pichado na caixa de telefonia é grave: “tire o capacete e abaixe o farol se quiser viver”. Em Vitória, no bairro Andorinhas, a mesma mensagem está presente em alguns muros.

Por conta dessas regras, outra família também foi atacada na mesma avenida onde Thaís foi morta, onde também houve pintura pela prefeitura. No dia 15 de julho deste ano, um casal teve o carro atingido por balas quando estava com duas crianças, de 7 anos e 1 ano, dentro do veículo. Segundo a polícia, três criminosos ordenaram que o carro parasse. Como o motorista não obedeceu, eles atiraram. Por sorte, ninguém se feriu.

As pichações, na visão do capitão Walter Araújo, não foram realizadas há pouco tempo, mas seriam frases soltas e isoladas, como um ato de rebeldia. Além disso, o comandante justifica que há policiais na região de Morada da Barra e que eles irão permanecer até que os moradores se sintam seguros novamente.

"A resposta da Justiça vai ser concentrada, vai ser dura, vai ser firme para que a população local tenha consciência que ela está em um ambiente tranquilo", explica o comandante. Assista ao vídeo abaixo:

MOVIMENTAÇÃO NAS RUAS

Prefeitura de Vila Velha pinta muro com recado de criminosos em Morada da Barra

O comandante ressalta, ainda, que uma das ruas em que existiam pichações ameaçando fica próxima a uma escola e que, tantos pais quanto alunos, crianças e adolescentes, frequentam o local com tranquilidade.

"Apesar das pichações, os pais vem, voltam, buscam seus filhos, e os filhos saem caminhando, saem de bicicleta, então a convivência e o ir e vir aqui na região, ele continua tranquilo", descreveu.

REFORÇO NO POLICIAMENTO

O reforço do policiamento no bairro acontece desde o último final de semana, com a morte de Thaís, por meio da Operação Saturação. PMs de toda a 13ª Companhia Independente de Jabaeté - que atende a região - estão espalhados por várias ruas e avenidas.

“Não vamos sair do bairro até encontrarmos os autores desse grave homicídio, contra a jovem. A Polícia Civil está priorizando essa investigação, assim como da jovem morta em Gurigica (Vitória), para que possamos dar uma resposta para a sociedade”, declarou o secretário de segurança do Estado, Nylton Rodrigues. ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta.

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Com colaboração de Michelli Angeli

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