Uma aposentada de 48 anos denunciou à polícia ter sido estuprada por um enfermeiro, dentro de um hospital particular, em Vila Velha. A vítima, que é portadora de uma doença respiratória grave, foi internada na noite de sábado, quando afirmou ter ocorrido o abuso.
O caso foi denunciado pela TV Vitória. Segundo relato da aposentada - que trabalhava como enfermeira mas há sete anos depende de balão de oxigênio para respirar - o sábado começou com familiares dela acionando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, na Serra, para lhe prestar socorro em casa, devido a uma crise decorrente da doença.
Ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carapina, de onde foi transferida para um leito do SUS no Hospital Vila Velha, da rede privada, à noite. Ao chegar à enfermaria, fizeram todos os procedimentos médicos necessários e depois fui levada para um apartamento, confortável inclusive. Minutos depois que cheguei, medicada e ainda na maca, chegou uma pessoa de branco e começou a falar do meu bumbum, que queria ter relação comigo e ficou me molestando, contou a aposentada.
A vítima disse que não entendeu o que estava acontecendo, já que a questão de saúde dela era no sistema respiratório. Perguntei quem era ele, se era médico e o que estava acontecendo, pois eu estava dopada de remédios. Respondeu que era enfermeiro e disse o primeiro nome, mas eu percebi que a conduta não era correta, lembra.
ESTUPRO
Sem forças para gritar devido ao estado de saúde debilitado, a paciente disse que chegou a pensar que morreria. Pensei que iria morrer, fosse esganada por ele ou até mesmo que colocasse algo dentro da minha medicação. A causa da morte nunca seria descoberta pois seria insuficiência respiratória, detalhou a mulher.
A aposentada lembrou que tentou se proteger e esquivar do suposto abusador. Eu fiz força para sair da maca, mas eu não conseguia devido aos remédios. Não conseguia gritar devido à doença, por isso peguei o celular, onde eu ouvia louvores no fone minutos antes, e passei a gravar, se não ninguém acreditaria em mim, detalhou.
A paciente apagou devido aos medicamentos. Somente no dia seguinte, ela procurou representantes do hospital e a polícia. Não vi mais nada. Quando acordei, achei que fosse um pesadelo, até abrir o celular. Sentia muitas dores pelo corpo. Depois de avisar aos funcionários do hospital, chamei a polícia, contou.
A aposentada recebeu alta na última segunda-feira. Na tarde de ontem, ela passou por exame de corpo de delito no Departamento Médico Legal (DML), em Vitória. A denúncia está sendo investigada pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Vila Velha, conforme nota da assessoria de imprensa da corporação.
Para o advogado da aposentada, a situação é grave e precisa de apurações minuciosas. As responsabilidades devem ser apuradas criminalmente e também civilmente, pois houve uma falha de prestação de serviço que deixou a aposentada a mercê de um funcionário anti-ético, disse o advogado Carlos Daniel Gomes de Oliveira.
OUTRO LADO
Procurado, o Hospital Vila Velha informa que está apurando o caso e disponibilizará todas as informações necessárias para contribuir com as investigações da polícia. Como medidas iniciais, o Hospital afastou o profissional de suas funções, abriu uma sindicância interna para investigar o caso e está em contato com o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo para que as medidas administrativas sejam tomadas.
A instituição finaliza afirmando que repudia veementemente qualquer tipo de ação que prejudique a integridade física e psicológica dos pacientes.
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