A americana Lena Nanihokulani Arevalo, 36 anos, foi queimada quando estava viva pelo marido, o vidraceiro Leonardo Domingos Mesquita, 44, às margens da Rodovia do Contorno, na Serra. A conclusão é da Polícia Civil.
O assassinato teria ocorrido por causa de uma briga do casal pela morte de um cachorro. Lena, que trabalhava como diarista, teria sido morta no dia 22 de julho, mas o corpo só foi localizado dois dias depois, carbonizado.
Porém, três dias depois, o marido dela procurou a Delegacia de Pessoas Desaparecidas e registrou um boletim de ocorrência, como se estivesse à procura da esposa. Ele afirmou que Lena havia saído de casa cedo para fazer uma faxina em Vila Velha e não retornou para casa. O casal vivia junto há dois anos e tinha uma filha de 1 ano e 4 meses.
O que o marido da americana não sabia era que o corpo de Lena já havia sido encontrado, um dia antes dele procurar a polícia. Ele foi ao DML e disse que não conseguia afirmar se era ela ou não. A perícia fez comparação das digitais da identidade de Lena com as do corpo que havia sido encontrado na Rodovia do Contorno, fato que fez comprovou a identificação da vítima. A partir daí, demos início às investigações, explicou o delegado Janderson Lube, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
As apurações levaram a polícia a suspeitar de Leonardo, que foi a última pessoa a estar com a americana. Após ser preso, no dia 15 de agosto, em Vila Prudêncio, Cariacica, Leonardo confessou o crime.
Na versão apresentada à polícia, Leonardo disse que o casal brigou pois Lena estava chateada com a morte do cachorro dela, que teria sido envenenado pela mãe de Leonardo.
Durante a briga, por volta das 22 horas, o marido empurrou a americana, que bateu a cabeça e ficou desacordada.
O laudo cadavérico apontou uma lesão no crânio de Lena, mas não foi possível definir como foi provocada a lesão.
Na versão do acusado, acreditando que ela estivesse morta, ele colocou a esposa dentro do carro e a levou até a rodovia, onde jogou gasolina e ateou fogo no corpo dela. A vítima estava viva, disse Lube.
FRIEZA
O carro de Leonardo passou por perícia, que localizou vestígios do crime no porta-malas. O acusado chegou a levar a filha do casal dentro do carro e depois ficou cerca de uma hora vagando com a menina pelas ruas. No dia seguinte ao crime, o marido queimou a bolsa da esposa com pertences dela.
Durante as investigações, ele se mostrou frio, não tinha sequer mudanças da expressão facial. Nos chamou a atenção o fato de não haver histórico de violência entre eles, mesmo se tratando de um feminicídio, observou o delegado.
Leonardo foi indiciado por homicídio qualificado por meio cruel e feminicídio, fraude processual e ocultação de cadáver. Ele permanece preso.
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