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Esposa e amante são presos pelo assassinato de policial em Cachoeiro

Esposa e amante são presos pelo assassinato de policial em Cachoeiro

Força-tarefa das polícias Civil e Militar conseguiu elucidar o crime horas após o assassinato do investigador Elias Borrette

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 21:16

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A dona de casa Cristiane Caldeira Burock, de 37 anos, foi presa na tarde desta sexta-feira (31) após confessar que encomendou e tramou, com a ajuda do amante, a morte do marido, o policial civil Elias Borrette Mariano, de 51 anos, em Cachoeiro de Itapemirim, região Sul do Espírito Santo. Também foram presos Giovani Gama de Oliveira (o amante da dona de casa) e Felipe Barbosa Santos (o atirador).

Giovani Gama de Oliveira (amante), Cristiane Caldeira Burock (esposa do policial) e Felipe Barbosa dos Santos (executor). (Divulgação | SESP)

O crime, ocorrido na madrugada desta sexta, no bairro Aeroporto, foi cometido com a arma do policial – uma pistola .40. Oito tiros, segundo a Polícia Civil, foram disparados contra Elias Borrete, que era investigador do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC) em Cachoeiro de Itapemirim. Elias dormia enquanto Felipe Barbosa da Silva, de 19 anos, efetuava os disparos.

AMANTE NA ACADEMIA

O superintendente de Polícia Regional Sul, o delegado Faustino Antunes Simões Filho, contou que todo o caso foi premeditado há uma semana. A esposa do policial conheceu na academia o motorista de aplicativo, Giovanni, 38 anos. Há um mês eles começaram um relacionamento extraconjugal, e, na última semana, planejaram o crime no intuito de ficarem juntos.

O PAGAMENTO

No dia anterior ao assassinato, Cristiane e o amante se encontraram em um motel de Cachoeiro. Giovanni recebeu da mulher do policial a quantia de mil reais. O valor foi entregue ao executor Felipe Barbosa da Silva, morador do bairro Boa Vista. Ele foi preso na cidade vizinha de Muqui, durante a manhã, tentando fugir para o interior do município de Mimoso do Sul.

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Giovani intermediou o assassino, levando-o antes até o local. Na madrugada, Felipe retornou à casa e praticou o crime. Cristiane esperou o marido dormir, fez contato com o atirador por mensagens e deixou a porta e o portão dos fundos abertos. Felipe entrou e executou Elias covardemente

Delegado Faustino Antunes
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FILHA DE 5 ANOS NA CENA DO CRIME

Elias Borrete era casado com Cristiane havia mais de 10 anos. (Facebook)

Na casa, na hora do crime, estavam Elias, a esposa Cristiane e a filha do casal, de cinco anos.

Além da arma usada na execução (que era do próprio policial), outros dois revólveres e munições de Elias foram furtados por Felipe Barbosa.

O assassino fugiu levando uma viatura descaracterizada que era usada por Elias, um Ford Fiesta Sedan.

TENTANDO ENGANAR A POLÍCIA

O carro do policial foi abandonado no bairro Alto Niterói, em Atílio Vivácqua, pela manhã, para despistar a investigação. Segundo a polícia, o criminoso chegou a ligar para o Ciodes após abandonar o veículo e informar que o crime foi cometido por seus rivais. As armas e munições levadas estavam enterradas no quintal da casa do atirador.

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Assassino teve que mostrar aos policiais onde escondeu a arma utilizada para executar o investigador Elias

 

LUTA PELA VIDA

O Corpo de Bombeiros chegou a socorrer o policial, mas Elias não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 2h da madrugada. O corpo foi encaminhado ao Serviço Médico Legal de Cachoeiro de Itapemirim e levado para Muqui para o velório. O sepultamento está marcado para as 8h deste sábado (31), em Mimoso do Sul. A filha do casal, segundo a polícia, ficará sob os cuidados de familiares.

A FRIEZA DE CRISTIANE

Pela cena do crime, sem arrombamentos, a polícia desconfiou que não poderia ser um latrocínio – que é roubo seguido de morte. A Polícia Civil chegou ao desfecho do crime depois que montou uma força-tarefa entre as policias Militar e Civil. Em apenas nove horas após o crime, o assassino foi preso e confessou todo o crime.

Cristiane, que chegou a ser levada para o hospital dizendo que estava em choque, acabou confessando o crime também. Ela era casada com Elias havia mais de dez anos. 

MOTIVAÇÃO

Cristiane alega que era ameaçada e agredida, porém nunca houve registro algum de agressão. Pelo contrário, diz o delegado Faustino. "Elias não tinha comportamento agressivo. Não acreditamos nessa versão dela. Inicialmente demonstrou muita frieza e realmente nos deixou chocados com seu comportamento”.

POLICIAIS EM LUTO

Autoridades da Segurança Pública durante coletiva sobre a elucidação do crime que tirou a vida do investigador Elias Barrette. (Beatriz Caliman)

Policiais civis e militares estavam em luto pela morte do policial. Em coletiva à imprensa realizada nesta sexta (31), o secretário da Segurança Pública, Nylton Rodrigues, lamentou o crime. “Estamos tristes com esta morte de um profissional de aproximadamente 25 anos dedicado à segurança pública para defender a sociedade. Quem atenta contra um policial tem que apodrecer na cadeia”, afirmou.

O delegado geral da Polícia Civil, Guilherme Daré, ressaltou a rapidez no desfecho do caso. “Estamos tristes com essa morte desse profissional dedicado. Estamos também satisfeitos pois os policiais conseguiram prender esses indivíduos. 

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A sociedade tem que saber que atentar contra um policial é afronto à sociedade e os policiais deram a resposta certa, no momento certo

Guilherme Daré
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Os envolvidos no crime foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim e a Penitenciária Feminina, também no município. Eles responderão por homicídio qualificado.

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