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PM que matou jovem em boate pode ter se suicidado, diz polícia

PM que matou jovem em boate pode ter se suicidado, diz polícia

Patrick Ramos Guariz foi encontrado morto quase 24 horas depois do assassinato de Thalita Carmo, em sítio na Zona Rural de Guarapari

Publicado em 19 de agosto de 2018 às 19:10

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Perícia da Polícia Civil saindo de sítio em Guarapari, onde o soldado Patrick Guariz foi encontrado morto. (Ari Melo | TV Gazeta)

O policial militar Patrick Ramos Guariz, 26 anos, que atirou contra um segurança e matou uma jovem, de 19 anos, na porta de uma boate, na Serra, foi encontrado morto em um sítio na Zona Rural de Amarelos, em Guarapari, na manhã deste domingo (19). A Polícia Civil trabalha com a hipótese de suicídio.

Segundo o delegado de plantão da Delegacia Regional de Guarapari Josafá da Silva, Guariz e o irmão chegaram ao sítio de uma amiga em Amarelos, zona rural de Guarapari, por volta de 19 horas. Em depoimento, a dona do sítio e o irmão do soldado afirmaram que ele estava emocionalmente abalado devido repercussão da morte de Thalita Carmo, ocorrida na madrugada de sábado (18).

“Hoje (domingo) por volta de 7h30 o irmão estava fazendo café. O soldado estava do lado de fora. O irmão dele ouviu um barulho de tiro e saiu e encontrou o irmão caído, ensanguentado. Ele tentou reanimar o irmão, mas viu que ele não reagiu e colocou a cabeça em uma lajota para apoiar e entrou em desespero”, declarou.

Delegado de plantão da Regional de Guarapari Josafá da Silva. (Bernardo Coutinho)

Ainda segundo o delegado, o soldado foi encontrado com um tiro em um dos ouvidos, que vazou do outro lado da cabeça. A arma do policial, de calibre .40, estava do lado do corpo. “Com o desespero, o irmão do soldado pegou a arma e atirou várias vezes para o alto como forma de extravasar a raiva. Depois disso ele arrastou o corpo do irmão até debaixo de uma árvore por causa do sol”, explicou o delegado.

POSSÍVEL SUICÍDIO

Pelas redes sociais, circulou a informação de um boletim de ocorrência com a descrição de deformação da cabeça do soldado e uma lajota ensanguentada. O delegado, no entanto, acredita que a principal hipótese é realmente de suicídio.

“O irmão contou essa versão e levantamos a suspeita de homicídio, mas foi descartado. A lajota estava ensanguentada porque o irmão apoiou a cabeça dele e o tiro acabou atravessando a cabeça e por isso a deformação aconteceu com o impacto”, explicou.

O delegado disse ainda que uma necrópsia será feita no corpo do soldado para comprovar tecnicamente a hipótese de suicídio. “Em tese, está descartado o homicídio. Tudo leva a crer que foi suicídio. O corpo foi encaminhado para o DML para comprovar a causa da morte”, complementou.

TENTATIVAS DE SUICÍDIO ANTERIORES

O delegado detalhou ainda que, no corpo do policial, havia marcas nos pulsos que seriam de tentativas de suicídio anteriores. Segundo Josafá, Guariz sofria de depressão. “De acordo com a própria dona do sítio e o irmão, o soldado teria tentado suicídio anteriormente, mas já faz tempo. Segundo a família, ele apresentava sinais de depressão, mas vamos apurar ao longo dos depoimentos”, declarou.

A investigação será feita pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Guarapari. De acordo com o delegado, com a tese de suicídio sendo comprovada, o processo envolvendo a morte do soldado será arquivado.

CIODES

O acionamento do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes 190) sobre o corpo encontrado em um sítio do bairro Amarelos foi feito no início da manhã. A Polícia chegou ao local por volta de 9h30. 

SESP

A assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) foi acionada pela reportagem às 10h20 e as 14h52 enviou a seguinte nota: "A Polícia Militar informa que o soldado Patrick Ramos Guariz faleceu na manhã de hoje (19), por disparo de arma de fogo no bairro Amarelos, em Guarapari".

VÍDEO

Imagens do cinegrafista Ari Melo, da TV Gazeta, mostram o momento em que as equipes de perícia da Polícia Civil saíam de sítio em Guarapari.

HISTÓRICO

Além da confusão na boate da Serra, ocorrida neste sábado (18), Guariz respondia na Justiça por outra confusão dentro de uma casa noturna. Em dezembro de 2015, o militar deu dois tiros no chão e os estilhaços atingiram seis pessoas dentro de uma boate na Praia do Canto, em Vitória. 

Assim como aconteceu na madrugada deste sábado (18), em 2015 a confusão também aconteceu no momento em que o policial deixava o estabelecimento. Na época, Guariz entrou na boate armado, ficou no local por quatro horas e, na hora de pagar a conta, furou a fila. A atitude do militar irritou os clientes, que reclamaram com o segurança.

Na época da confusão na boate da Praia do Canto, em Vitória, a Polícia Civil informou, por nota, que as vítimas não estiveram na delegacia para representar, sendo assim, não cabia autuação por lesão corporal. Patrik foi autuado por disparo de arma de fogo, pagou fiança e foi liberado.

ONDE ENCONTRAR AJUDA

Rede API - redeapi.org.br

Centro de Valorização da Vida - www.cvv.org.br (Ligue 188)

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Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio - www.abeps.org.br

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