Um dos suspeitos de invadir a Churrascaria Sarandi, em Bento Ferreira, Vitória, durante a madrugada desta quinta-feira (23), foi preso por policiais militares por volta das 7h15 em um terreno ao lado do restaurante.
Criminosos cortaram a tubulação de cobre de três máquinas de ar-condicionado do restaurante. Eles subiram no telhado de uma casa vizinha e quebraram a tela da área onde ficam os aparelhos.
Um vigilante da Secretaria Estadual de Saúde, que viu a ação dos criminosos, acionou a PM, que foi ao local no início da manhã, flagrou a dupla, mas não conseguiu prender os bandidos. Acionados de novo, dessa vez pela dona do estabelecimento, que viu um suspeito escondido atrás de uma moita no terreno ao lado, policiais militares voltaram ao local, pularam o muro e prenderam o rapaz.
"É muito triste", diz proprietária
Dona do restaurante, Salete Ongaratto contou que conhecia o rapaz que invadiu o estabelecimento. Ela já havia ajudado o menino, que costumava pedir comida na churrascaria.
O restaurante conta com cerca elétrica, mas o rapaz descobriu a única parte desprotegida do local e conseguiu entrar para roubar. O prejuízo é de pelo menos R$ 2 mil.
"Não lembro quantas vezes entraram aqui, foram mais de 12 vezes. Depois que colocamos cerca elétrica amenizou tudo. Agora acho que descobriram que do outro lado não tinha e vamos acabar colocando cerca lá também para ver se conseguimos nos livrar um pouquinho disso. Acho que com R$ 2 mil consertamos, tem que ver. Eles vendem às vezes por menos de R$ 50 e para nós fica um gasto tão grande. Tem que existir uma lei mais severa. Esses que já estão no crime é difícil sair. Devia ter creche, colégio integral, para as mães trabalharem tranquilas e depois poder cuidar dos filhos. As pessoas vêm trabalhar e acham que os filhos estão seguros, mas o crime ilude as crianças", lamenta.
Com informações de Caíque Verli
COMERCIANTES NA LISTA DE RECEPTADORES DE PRODUTOS
A polícia anunciou que identificou e autuou 37 receptadores de produtos que podem ter sido furtados de lojas arrombadas nas últimas semanas, na Grande Vitória. Segundo a polícia, os materiais apreendidos não tinham nota fiscal, sendo de origem duvidosa. E o que mais surpreendeu as autoridades é o fato de que parte dos produtos estava nas mãos de comerciantes, colegas de profissão das vítimas roubadas.
De acordo com Guilherme Daré, delegado chefe da Polícia Civil, parte dos 37 receptadores autuados é de comerciantes que trabalham vendendo o mesmo tipo de material que as vítimas roubadas, como eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos.
O delegado Henrique Vidigal, titular da Delegacia Especializada de Segurança Patrimonial (DSP), contou que desde que os crimes de furtos mediante arrombamentos começaram a crescer, nas últimas semanas, a polícia intensificou as operações. Durante esta quarta-feira (22), a ação foi focada no município de Vila Velha, onde 15 comércios que vendem eletrodomésticos e materiais eletrônicos foram fiscalizados. A polícia apreendeu centenas de celulares sem notas fiscais em uma única loja.
Além dos comerciantes, entre os 37 autuados, estão um traficante e um homem que compraram os materiais roubados da loja Sipolatti, arrombada quatro vezes em um mês. Com eles, a polícia encontrou uma televisão, um notebook, uma panela elétrica, dois tablets, duas caixas de som e quatro celulares. Os materiais foram levados na última ação sofrida pela Sipolatti, na madrugada do dia 21 de agosto, em Laranjeiras, na Serra.
Os receptadores foram autuados e 36 deles foram liberados após pagamento de fiança. Um único homem permanece detido, mas segundo a polícia, as investigações continuam.
Para Cláudio Sipolatti, diretor da Sipolatti e Presidente do SIndicato dos Lojistas de Vitória e diretor da Fecomércio, lojistas estão sofrendo com os últimos ataques. Ele contou que muitos comerciantes, especialmente os que possuem empresas pequenas, estão pensando em fechar as portas devido ao grande prejuízo que estão tendo.
"O comércio está sofrendo, muitos estão fechando as lojas, e até o consumidor está com medo. Mas acreditamos no trabalho da polícia e temos esperanças que as coisas irão melhorar. Sobre os receptadores presos, alguns que possuem lojas, eu não consigo chamá-los de colegas de profissão ou de comerciantes. Para mim, são criminosos da mesma forma que os bandidos que arrombam e furtam as lojas", desabafou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta