Foi proteção divina. Essa é a explicação dada por uma aposentada, de 56 anos, que lutou com um criminoso durante um assalto quando voltava pra casa, na região do Parque Moscoso. A neta da vítima, uma criança de 9 anos, presenciou a avó ser golpeada pelo bandido.
A aposentada e a neta seguiam a pé pela Rua Loren Reno para casa. As duas haviam saído de uma reunião de organização de uma festa do Dias das Crianças. Após uma curva, ele saiu de trás de uma lixeira, me deu uma gravata no pescoço e encostou algo no meu pescoço. Eu tomei um susto e só ouvi ele falando cala a boca e me passa o celular'", contou.
A aposentada, então, reagiu e passou a lutar com o assaltante. Mais alto e forte que a vítima, o criminoso golpeou a mulher várias vezes e com muita força. O crime foi registrado por câmeras de segurança de uma casa da rua.
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Ela teve ferimentos leves nas costas e também no pescoço. A aposentada acredita que a blusa de frio que usava também colaborou para que não tivesse lesão grave. O criminoso conseguiu escapar correndo e com o celular da mulher.
NETA PRESENCIOU VIOLÊNCIA
A neta da aposentada assistiu a toda cena. Ela segurava uma boneca nas mãos e ficou parada, sem conseguir se mexer, ao ver a violência sofrida pela avó. Só depois que ele foi embora que minha neta entendeu o que estava acontecendo. Ela chorou muito e eu passei a pedir socorro também, ainda no meio da rua, contou.
A aposentada seguiu pra o Parque Moscoso à procura da Guarda Municipal. A Polícia Militar foi acionada, mas, segundo a a vítima, somente uma hora depois uma viatura apareceu no local combinado para encontrá-la.
Mesmo certa de que não era uma faca cortante que o acusado tinha em mãos, a aposentada teve que se submeter à vacinação de tétano e está fazendo acompanhamento médico. Não era uma faca como parecia, ao menos não com corte. A minha blusa de frio grossa também ajudou a evitar ferimentos maiores. Foi a minha fé que ajudou a evitar algo pior nessa covardia que ele fez comigo, contou a aposentada, que está tomando remédios devido às dores no corpo resultantes da luta com o criminoso.
MAIS ROUBOS
A Rua Loren Reno tem sido local frequente de assaltos semelhantes ao da aposentada. As vítimas dos criminosos são sempre mulheres e é no horário da noite que eles escolhem para agir com maior frequência.
Eu fui assaltada no final dessa rua. Um homem mostrou uma faca e disse para eu entregar o celular. Mas eu fiquei sem reação. Ele colocou a mão na minha bolsa, pegou o aparelho e saiu correndo, lembrou uma moradora da região, de 22 anos.
Outros moradores também relatam outros crimes, mas a reclamação entre todos é a mesma: falta policiamento.
Aqui fica deserto, não passa polícia e é uma rua escura. Agora, até de dia eu tenho medo de sair de casa, contou a aposentada.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que tem empenhado todos os recursos no sentido de preservar a ordem pública e garantir a tranquilidade de todas as comunidades na região do Centro de Vitória, incluindo o Parque Moscoso. A região conta policiamento preventivo diuturno, realizado por militares em viaturas, a pé e motopatrulha.
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