> >
Mãe que perdeu filho durante incêndio em Vitória narra desespero

Mãe que perdeu filho durante incêndio em Vitória narra desespero

O pequeno Yuri, de quatro anos, morreu durante um incêndio no Bairro República, em Vitória, na última terça-feira (18)

Publicado em 19 de setembro de 2018 às 20:53

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
A mãe Pâmela, com o filho Yuri, de quatro anos, que morreu em um incêndio no Bairro República. (Arquivo Pessoal)

"Eu lembro de tudo. Ele me abraçando, me beijando, brincando comigo. Eu não sei como que vai ser daqui pra frente". Essas são as palavras da mãe Pâmela Soares Gonçalves, de 32 anos, que perdeu o filho Yuri, de quatro anos, durante um incêndio em um prédio no Bairro República, em Vitória, na manhã da última terça-feira (18). 

Pâmela contou que estava cozinhando, quando sentiu um cheiro de fumaça. Ela afirmou que os filhos, Yuri, 4, e Guilherme, de 2 anos, estavam brincando na cama. "Eu fui no quarto e o colchão já estava pegando fogo e o meu menino de dois anos estava com o isqueiro na mão. Eu tentei jogar água e, quando jogava água, subia mais", contou. 

Na tentativa de pedir por socorro, ela disse que chamou os vizinhos. "O fogo fechou a porta do quarto, eu saí gritando e chamando os vizinhos. Eles vieram, tentaram entrar, só que não conseguiam porque o fogo se alastrou muito rápido".

Pâmela acredita que a fiação e a estrutura do local ajudaram o incêndio se alastrar rapidamente. "O prédio já foi interditado. Tem muita fiação irregular. As paredes eram de gesso, então isso pode ter ajudado", finalizou.

O pequeno Yuri, de quatro anos, morreu durante o incêndio em Vitória. (Arquivo Pessoal)

ALTA MÉDICA

Pâmela e Cláudio Francisco Gonçalves, pais das crianças, receberam alta dos hospitais onde estavam internados nesta quarta.

Eles estavam internados no hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra. O casal ficou sob observação devido à inalação de fumaça. O outro filho do casal, o pequeno Guilherme, de 2 anos, não se queimou e estava internado no Hospital Infantil de Vitória.

VÍDEO

O CASO

O incêndio ocorreu em um prédio no cruzamento entre a Rua Carmélia de Souza e a Avenida Adalberto Simão Nader, no Bairro República. 

A família inteira, sendo o pai, a mãe e os dois filhos estavam dentro da residência no momento.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e, segundo os moradores, demorou cerca de 40 minutos para chegar ao local. O capitão Andrade nega a demora e afirma que a equipe se deslocou o mais rápido possível.

"Chegamos rápido ao local do incidente. Nesse momento foi relatado por populares que havia uma criança presa dentro do apartamento e as guarnições já entraram de pronto. Por mais que a gente tenha chegado rápido, nós já chegamos com o incêndio em fase de desenvolvimento completo. O apartamento era muito pequeno e rapidamente o incêndio se alastrou", relatou Andrade.

Assim que os bombeiros conseguiram amenizar o fogo e entrar no local, ainda precisaram arrombar a porta do banheiro para conseguir constatar a morte do menino.

PRÉDIO INTERDITADO

A Defesa Civil interditou o prédio onde ocorreu o incêndio. Segundo o Corpo de Bombeiros, há irregularidades no edifício. A Prefeitura de Vitória emitiu nota sobre o assunto. Veja na íntegra:

A Prefeitura de Vitória informa que, em 2006, a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec) notificou o proprietário a respeito da irregularidade da obra no edifício Colombo, mas o mesmo continuou com a construção. Em março de 2007, a Procuradoria Geral do Município (PGM) foi à Justiça pedir o embargo da obra e multa diária de R$ 1 mil caso o proprietário não interrompesse a obra. A Justiça não concedeu a liminar nem a obrigatoriedade de pagamento da multa e, diante disso, o morador seguiu com a obra. O processo segue em andamento na 5ª Vara da Fazenda Pública Estadual, Municipal, Registros Públicos, Meio Ambiente e Saúde.

Este vídeo pode te interessar

A Sedec informa ainda que, diante da interdição do imóvel por parte da Defesa Civil de Vitória, vai intimar o proprietário do edifício Colombo para que ele apresente um laudo com as medidas necessárias para contenção de eventuais riscos relativos à construção. Caso não apresente o laudo em cinco dias à Sedec, serão aplicadas multas diárias de R$ 850,27 até que seja regularizada a situação.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais