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Rede de supermercados investigada por venda de fraldas roubadas no ES

Rede de supermercados investigada por venda de fraldas roubadas no ES

Dois gerentes chegaram a ser detidos; fundador da rede deve depor nesta terça-feira

Publicado em 25 de setembro de 2018 às 00:10

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Fraldas apreendidas em supermercado no Centro de Vitória. (Divulgação)

Uma rede de supermercados está sendo investigada por vender produtos roubados nas lojas da Grande Vitória. Dois gerentes foram presos em flagrante. Nos comércios foram encontradas 500 pacotes de fraldas e, segundo a Polícia Civil, a mercadoria faz parte de uma carga roubada em Linhares, no Norte do Estado, em junho deste ano.

De acordo com o delegado Henrique Vidigal, da Delegacia Especializada de Crimes Contra os Transportes de Cargas (DCCTC), a investigação teve início quando uma carga com fardos de fraldas foi roubada durante o transporte da fábrica ao comprador, no dia 16 de junho, em Linhares.

 “Depois de um tempo o único revendedor da marca de fraldas estranhou ver o produto sendo vendido no Supermercado Schowambach, no Centro de Vitória, local que não era cliente da fábrica. Foi então que iniciamos a operação simultânea nos três mercados da Rede: Centro e Maruípe, em Vitória, e Campo Grande, em Cariacica”, contou.

O delegado completou que policiais à paisana identificaram que os três estabelecimentos vendiam as fraldas e na última sexta-feira a equipe policial fiscalizou os locais. Segundo o Vidigal, em nenhum dos supermercados foram apresentadas as notas fiscais das fraldas.

 “Identificamos que as três lojas vendiam o lote roubado em junho. Recuperamos 500 fardos das fraldas e restituímos ao dono. Cada mercado da rede possui, legalmente, um dono diferente. Os CNPJs das empresas estão no nome deles. Por isso,  os gerentes foram conduzidos à delegacia e autuados”, disse.

No comércio do Centro a polícia encontrou, ainda, dentro de um cofre, um revólver calibre 38.

Os dois gerentes detidos na última sexta-feira são Aldanir de Assis Manga, de 49 anos, e Alexandro Barcelos de Oliveira, de 46 anos. Eles eram responsáveis pelas lojas de Maruípe e Centro, respectivamente. Já o gerente da loja de Campo Grande não foi localizado pela polícia. Ele continua sendo investigado e será intimado nos próximos dias.

 Aldanir e Alexandro foram autuados por receptação qualificada por estarem em exercício de atividade comercial. Eles foram soltos um dia após a prisão durante uma audiência de custódia e respondem pelo crime em liberdade. Caso condenados, eles podem pegar até oito anos de prisão.

DOCUMENTAÇÃO

 

Ainda segundo a Polícia Civil, a investigação apura se os gerentes são mesmo os donos dos comércios, como consta legalmente nas documentações.  “Apesar do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) dos comércios estarem nos nomes dos três gerentes, separadamente, as investigações mostram que eles só tiveram os nomes usados para a documentação. Mas que o verdadeiro dono, o que toma todas as decisões, seria o fundador da rede”, afirmou o delegado.

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O fundador da rede foi intimado para depor nesta segunda-feira (24) e não compareceu à delegacia. Segundo a polícia, o advogado dele entrou em contato afirmando que o cliente iria se apresentar amanhã.

As investigações continuam e a Polícia Civil irá apurar se outros produtos da rede também pertenciam a cargas roubadas e se os donos e funcionários dos mercados possuem alguma participação ativa nos crimes.

OUTRO LADO

 

Embora a Polícia Civil afirme que nenhuma nota fiscal dos 500 fardos de fraldas foram apresentadas pela rede de supermercados Schowambach, o advogado do fundador da empresa e do atual dono da filial de Cariacica, afirma que a informação passada pela polícia não é verdadeira e que as notas fiscais foram apresentadas e inclusas ao inquérito. 

Os nomes do fundador e do dono legal do mercado de Campo Grande, em Cariacica, não foram divulgados porque eles ainda não foram indiciados pela polícia.

Segundo o advogado Clóvis Araújo, a compra das fraldas foi realizada dentro da legalidade, com todas as documentações necessárias. “Essas informações passadas pela polícia não condizem com a realidade. A compra das fraldas foi feira de forma legítima. Os meus clientes não tinham ciência que a mercadoria tinha sido roubada. Uma pessoa entrou em contato com a empresa dizendo ser revendedor da marca e oferecendo o produto. A rede de supermercados checou os dados da empresa, viu que estava tudo certo, achou que era uma boa e comprou. Eles não sabiam que era fruto de roubo”, contou.

O advogado completou que o gerente da filial de Cariacica é responsável por comprar os produtos que são vendidos nos três comércios. O advogado também negou que o fundador da rede fosse o atual dono dos supermercados, usando os CNPJs dos gerentes.

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“Ele cansou do comércio e passou para frente. Atualmente ele é apenas um empregado, um  administrador-geral. Ele não tem conhecimento das compras e nem toma decisões como dono. Essas informações não são verdadeiras”, reiterou.

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