> >
Assassino de policial foi 'curtir' baile funk após crime em Cariacica

Assassino de policial foi 'curtir' baile funk após crime em Cariacica

Alessandro Gomes Ferrari, de 46 anos, foi assassinado no último domingo (28), no bairro Morada de Santa Fé, em Cariacica

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 19:08

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Alessandro Gomes Ferrari policial civil morto após tentativa de latrocínio em Cariacica. (DIVULGAÇÃO)

Após atirar na cabeça do policial civil Alessandro Gomes Ferrari, de 46 anos, durante um assalto, que aconteceu na noite do último domingo (28), em Cariacica, Márcio Vinícius de Jesus Ribeiro, o Beiço, de 18 anos, mostrou-se totalmente despreocupado. Logo depois tomar a pistola ponto 40 das mãos do investigador e o executar, o bandido foi para casa, se arrumou e resolveu “curtir” um baile funk.

Em depoimento, ele contou que foi até um local chamado “Baile do Pira”, em Flor de Piranema, local vizinho a Mucuri, onde morava o criminoso, e só foi embora ao saber que estava sendo procurado pela polícia. O acusado resolveu voltar para casa e depois fugiu para a residência de um amigo, no local conhecido como “Buraco do Sapo”, no bairro Dom Bosco, onde ficou escondido até ser localizado.

O superintendente de Polícia Especializada, José Darcy Arruda, ressaltou a indignação com a crueldade dos bandidos. “Nós ficamos com uma tristeza muito grande no coração, mas graças a Deus temos essa resposta. A gente queria o policial aqui com a gente, ele trabalhava comigo, então gostaria muito que ele estivesse aqui. Eu não aguentei ir ao enterro e ver uma criança chorando no caixão de um pai”, afirmou.

De acordo com Arruda, os médicos legistas que trabalharam na autopsia do corpo do policial morto ressaltaram que, caso ele levasse somente o tiro no peito, teria sobrevivido.

“O tiro de revólver não teria matado. Segundo o médico a bala ficou alojada na costela. Mas aí veio a crueldade de atirar na nuca dele e depois ainda acertar o rosto. Eles poderiam só ter levado o carro, mas foram cruéis e isso revolta muito”, disse o delegado, que ainda concluiu. 

“A gente não vai descansar enquanto não pegar o foragido. O Julismar pode ter certeza que não vai ter paz até acharmos ele. Estamos sem dormir e vamos continuar”, destacou.

Juan Luiz Inoch e Márcio Vinicius de Jesus Ribeiro foram presos. Julismar Corrêa da Silva está foragido. (Divulgação)

OUTRO PRESO E UM FORAGIDO

O outro suspeito de ter assassinado o policial, Juan Luiz Inoch de Oliveira, de 25 anos, conhecido como "Orelha", também foi preso na segunda-feira (29). Julismar Corrêa da Silva, de 24 anos, também suspeito de atirar no investigador e ficar com a arma do policial civil, permanece foragido.

Após uma força tarefa da polícia para encontrar os possíveis autores do crime, uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (30) foi realizada com o secretário de Segurança Nylton Rodrigues, o delegado-geral da Polícia Civil, Guilherme Daré, e delegados José Lopes, José Darcy Arruda e Eduardo Passamani.

De acordo com as informações da polícia, os três suspeitos atuavam juntos em roubos de carros na região e, no domingo (29), saíram por volta de meio dia para procurar um nova vítima. Foi então que, às 18h, encontraram o policial parado com o carro na rua, um Corolla, e Alessandro do lado de fora do veículo.

A esposa e a sogra do policial estavam no veículo. Neste momento, Julismar desceu do carro em que os assaltantes estavam, já armado. Márcio também saiu do carro e Juan ficou no volante. O policial levantou as mãos, entrou na linha de tiro entre Julismar, a esposa e a sogra, para protegê-las. Alessandro teria ficado com receio dos assaltantes verem a arma na cintura e, para que isso fosse evitado, ele teria abaixado os braços para ajeitar a camisa.

Com o movimento, Julismar atirou, ferindo o policial no peito e Márcio entrou no veículo que seria roubado. Nesse momento ele viu a carteira funcional da Polícia Civil e avisou Julismar que Alessandro era policial.

Alessandro, de acordo com informações da polícia, teria conseguido sacar a arma e atirar contra Julismar. Márcio saiu do carro e estava atrás do policial quando efetuou um disparo na nuca da vítima, pegou a arma do policial e a entregou para Julismar, que disparou mais um tiro contra o policial, o atingindo no rosto. Os dois entraram no carro e fugiram, levando a arma do policial.

BUSCAS

Durante a coletiva, as autoridades informaram que, desde a noite de domingo (28), a polícia fez um 'pente-fino' para rastrear suspeitos que atuem em roubo de carros na região em que o crime aconteceu. Vários suspeitos foram detidos e levados para averiguação no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

Nesse período, a polícia também recebeu denúncias anônimas com as identificações de Julismar, Márcio e Juan.

Juan foi o primeiro a ser localizado, por ser dono do carro usado no crime. O veículo foi encontrado na casa do sogro dele, em Mucuri, Cariacica, e o suspeito foi preso no mesmo bairro.

Em seguida, Márcio também foi detido, mesmo após tentar fugir para o bairro Dom Bosco, em Cariacica, local em que foi preso, na tarde desta segunda-feira (29).

Os dois foram autuados em flagrante por latrocínio e podem ter pena de 25 a 30 anos de prisão. Julismar permanece foragido e há suspeitas de que ele esteja com a arma do policial e também com a pistola usada no crime.

ENVOLVIMENTO COM TRÁFICO

Na ação de busca pelos suspeitos, no bairro Mucuri, em Cariacica, a polícia encontrou nas casas averiguadas um revolver calibre 357, uma arma calibre 32, uma espingarda caseira de calibre 12, 800 gramas de crack, 2,5 kg de maconha, 1 kg de cocaína divididos em pinos para o comércio.

Os artefatos, segundo a polícia, dão a entender que a quadrilha também tem envolvimento com o tráfico de drogas da região do bairro.

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais