O cunhado do vidraceiro Emerson Antônio dos Reis, de 43 anos, Wislley de Souza Martins, não acredita na versão contada pela polícia sobre a morte de Emerson, na madrugada desta sexta-feira (12), dentro do Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória. Segundo ele, o homem sofria de pressão alta e, em alguns episódios, recorria a atendimento médico para lidar com o problema de saúde.
Wislley reconhece que o cunhado pode ter se alterado, mas não acredita que foi ele quem provocou o quebra-quebra dentro da unidade. "Bateram nele mesmo. Ele está com machucados no rosto e até uma perfuração na cabeça, que nós acreditamos que seja uma coronhada", destaca, completando: "Ele provavelmente foi ao hospital pelo problema de pressão dele, mas quem é que não fica irritado com o sistema de saúde precário que nós temos hoje?", questiona.
O cunhado, que trabalhava com o vidraceiro havia quatro anos, diz que, antes do episódio no hospital, Emerson estava com a família, no bar da irmã, bebendo e se divertindo. "Ai ele quis ir embora. Deixou o carro estacionado lá na região e foi andando para casa. Eu até ia acompanhá-lo, mas decidi ficar e até ajudei a fechar o bar. Quando cheguei na minha casa é que fiquei sabendo da notícia", lembra.
Segundo Wislley, ninguém da família acredita na versão de que o homem estava fugindo e surtou dentro do Hucam. "Eu lidava com ele diariamente havia quatro anos e nunca vi nada parecido. Quem o conhece sabe que ele é um homem sério, de família, ótimo pai, ótimo amigo e muito querido pela comunidade", frisa.
Da polícia, o cunhado espera que agora todo o caso seja investigado. De acordo com ele, a família está achando a história da morte bastante confusa e aguarda uma solução.
IRMÃ NÃO SABE O QUE ACONTECEU
Em entrevista à reportagem do Gazeta Online, a irmã do vidraceiro e a sobrinha declararam que não entenderam o que aconteceu com o homem. As duas foram à Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa (DHPP) na manhã desta sexta (12), quando detalharam o que sabem. De acordo com elas, que são as donas do bar em que Emerson estava antes de ir parar no Hucam, a única coisa que a família sabe é que houve uma confusão, ele se machucou e morreu.
A irmã e a sobrinha de Emerson não conseguiram ver o corpo dele, apenas o rosto, e detalharam que realmente ele estava com ferimento. Para as duas, a história está muito estranha. Elas afirmam que ele nunca teve um surto, mas confirmam que o vidraceiro realmente sofria de pressão alta.
Emerson era casado havia mais de 15 anos, deixou quatro filhos e morava em Santa Martha, bairro de Vitória.
NOTA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS
"Um homem de 43 anos, com comportamento visivelmente alterado e agressivo, invadiu o ambulatório de Dermatologia do hospital nesta madrugada a golpes com a cabeça contra a porta de vidro da unidade. A equipe de segurança que presta serviço para o Hucam conseguiu contê-lo apenas depois que o homem caiu desacordado após ter dado cabeçadas na parede e em equipamentos do ambulatório. Não havia atendimento na Dermatologia no momento do incidente. Ele chegou a ser levado para o Pronto Socorro do Hucam, mas não resistiu aos traumas na cabeça. Ainda pela manhã, a Polícia Civil fez perícia no local."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta