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Empresária atingida com vergalhão teve joias furtadas em casa após morte

Empresária atingida com vergalhão teve joias furtadas em casa após morte

A empregada da casa onde Simone Tonani, de 42 anos, morava com a mãe foi presa acusada de furtar 38 peças avaliadas em R$ 140 mil

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 12:53

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Simone Venturini Tonani foi atingida um vergalhão. ( Reprodução/ Instagram )

A empresária Simone Tonani, de 42 anos, vítima do morador de rua Felipe Rodrigues Gonçalves, que morreu após ter um vergalhão lançado contra a cabeça, no dia 4 de maio deste ano, na Avenida Champagnat, Praia da Costa, em Vila Velha, teve suas joias, avaliadas em R$ 140 mil, furtadas em casa por uma empregada doméstica. O crime foi denunciado em agosto pela mãe da empresária, que procurou a polícia após notar a ausência das peças e o sumiço da funcionária, que deixou de trabalhar na residência.

Segundo o delegado Marcelo Nolasco, responsável pela investigação, a empregada Cristiane Barreto Gomes, 45 anos, furtou entre 34 e 38 joias do quarto que era de Simone. Ela contou com o auxílio do italiano Simone Ferlisi, 40 anos, com quem mantinha um relacionamento ocasional e usava drogas junto, para vender as peças.

De acordo com Marcelo Nolasco, Cristiane trabalhou para Simone na loja que ela tinha antes de morrer e, devido a isso, foi chamada também para trabalhar na casa da família. "As joias foram subtraídas pela empregada doméstica que trabalhava na casa dela (empresária) e da mãe dela. Quando a mãe dela percebeu que as joias foram subtraídas, nos procurou e falou, olha, as joias da minha filha foram subtraídas e, provavelmente, foi a diarista, porque ela parou de trabalhar, sumiu", revelou o delegado.

EMPREGADA APROVEITOU AUSÊNCIA PARA FURTAR

De acordo com a Polícia Civil, as joias foram furtadas no dia 8 de agosto. A empregada doméstica não tinha o costume de limpar o quarto onde Simone dormia - e que a mãe mantinha todos os pertences. No entanto, no dia em que ela e o filho de Simone foram para uma aula de judô do menino, a porta do quarto ficou aberta. Cristiane entrou e pegou as joias, que estavam em cima de um guarda-roupas. 

A mãe só percebeu a situação dias depois, pois quase não entrava no quarto da filha. Segundo as investigações, a empregada doméstica não voltou a trabalhar, o que fez ela desconfiar e ir até o quarto, onde encontrou a caixa de sapatos vazia. Foi então que ela procurou a polícia, desconfiando da mulher, que era a única com acesso livre aos cômodos. 

MANDADOS EM ABERTO

Após a ida da mãe da empresária à delegacia, um inquérito foi aberto para apurar esse furto das joias. Segundo o delegado, a empregada foi localizada em Cariacica, prestes à fugir, ainda em agosto. Ela já tinha mandado aberto por outros dois furtos cometidos, foi ouvida e confessou ser a autora do crime. Cristiane contou que é usuária de drogas e que usou o dinheiro para manter o vício em crack.

Cristiane Barreto Gomes, Simone Ferlisi, Adauto de Assis Pereira e Renan Rufino Guedes foram presos após furto de joias de empresária morta na Praia da Costa. (Gazeta Online)

"O italiano falou para ela que tinha dois receptadores que compravam joias. Venderam uma parte das joias, no valor de R$ 1.200, foram para um hotel, usaram drogas e fizeram sexo. No outro dia foram lá, venderam mais joias, no valor de R$ 1.300, e queimaram tudo em crack, hotel, bebida e orgia", destacou o delegado.

COMERCIANTES PRESOS POR RECEPTAÇÃO

Renan Rufino Guedes, 41 anos, e Adauto de Assis Pereira, 58 anos, são comerciantes de ouro e foram presos por receptação, junto ao italiano, nesta segunda-feira (01). De acordo com o delegado, a dupla nega que ficou com as joias. Foram feitas buscas com os acusados, mas as peças não foram encontradas. Segundo Nolasco, as joias não foram localizadas pois Renan e Adauto tinham sido avisados por Cristiane.

JOIAS DE GRIFE

A Polícia Civil, no entanto, encontrou outras joias, que não tinham procedência. As peças também podem ter sido produto de outros furto, de acordo com o delegado, já que os dois tem passagem por um crime semelhante, que teria acontecido no ano passado.

Joias encontradas com os dois comerciantes de ouro . (Kaique Dias)

"Eles foram presos pelo mesmo fato: receptação de joias furtadas por uma outra empregada doméstica. Foi uma situação muito similar. Dessa vez, provavelmente eles repassaram essas joias para outro receptador, provavelmente de fora, porque são exclusivas e de uma marca conhecida, e seriam facilmente reconhecidas no mercado capixaba", explicou. 

Para o delegado, a família acaba sofrendo novamente, depois da morte trágica de Simone. "A família fica revitimizada e sofre mais um golpe. Além da morte dela, uma jovem, bonita e com um filho pequeno, agora vê o patrimônio dela ser lesada. Temos a infelicidade do filho ver a mãe sendo assassinada dessa forma e agora vê o patrimônio ser subtraído", declarou.

"FAXINEIRA USAVA DROGAS E TINHA RELAÇÃO COM O ITALIANO", DIZ DELEGADO 

Depois de quanto tempo a mãe descobriu que as joias da filha foram furtadas?

Esse furto aconteceu no mês de agosto. Alguns dias depois, a mãe percebeu que as joias da vítima haviam sumido e nos procurou. Imediatamente começamos a investigação, até porque sensibilizou toda a equipe.

Como vocês chegaram à faxineira?

A mãe percebeu o furto e disse que as suspeitas recaíam sobre a diarista, já que logo após o furto das joias, ela parou de ir trabalhar. Ela tinha acesso à casa e nós então iniciamos as investigações. Ela acabou confessando todo o crime e dando os demais participantes, que foram presos. 

Ela foi presa tentando sair do Estado?

Quando nós começamos a apurar o caso, chegamos até ela e encontramos outros dois mandados de prisão. Ela foi presa em Cruzeiro do Sul, em Cariacica, quando se preparava para ir para Minas Gerais. Demos cumprimento a esses mandados em agosto e ontem (segunda-feira) nós aprendemos novamente pelo mandado de prisão que nós representamos à Justiça por esse furto.

O que ela contou?

Ela disse que se deparou com as joias ao fazer a limpeza e que resolveu furtar. Ela se disse usuária de drogas, falou que o dinheiro todo que aferiu com as peças, usou com drogas, hospedagem em um hotel junto com o parceiro (o italiano) que ajudou a vender os produtos.

Qual a participação dos três envolvidos?

A diarista praticou o furto. Ela costuma usar drogas e manter um relacionamento com o italiano. Este chegou para ela e falou que conhecia dois receptadores, que poderiam comprar as joias furtadas. Eles fizeram contato com eles, venderam as joias em dois dias, em um total de R$ 2,5 mil, se hospedando, bebendo e gastando isso com farra.

As joias foram recuperadas?

Não, ainda não. Nós fizemos ontem uma busca e apreensão nesse comércio e na residência dos receptadores, foi apreendida uma quantidade grande de joias com eles, sem procedência, mas dentre elas não foram localizadas as de Simone.

Em relação a essa caso, qual a alegação dos dois comerciantes?

Eles negaram, apesar de todas as evidências. Então estamos apurando para tentar localizar essas joias. Mas acreditamos que eles já tenham passado para outro receptador, provavelmente de fora do Estado - porque são joias exclusivas e de uma marca famosa e seriam facilmente reconhecidas no mercado capixaba.

Como ficou a família com mais essa situação?

A família sofre mais um golpe. Além da morte dela, uma jovem, bonita e com um filho pequeno, agora vê o patrimônio dela ser lesado. Temos a infelicidade do filho ver a mãe sendo assassinada dessa forma e agora vê o patrimônio ser subtraído", declarou.

EMPRESÁRIA FOI MORTA EM MAIO

Mulher atingida por barra de ferro em Vila Velha. (Reprodução)

A empresária Simone Venturini Tonani, de 42 anos, foi atingida na cabeça por um vergalhão na noite de uma sexta-feira, dia 4 de maio. Segundo a Polícia Militar, ela conduzia um veículo quando foi atingida pela barra de ferro de 1,5 metro lançada pelo morador de rua. Com o objeto preso à cabeça, ela perdeu o controle do carro e acabou batendo em outro veículo.

A empresária, que estava com o filho no carro, foi socorrida por equipes do Corpo de Bombeiros, que cortaram parte da barra. Ela foi encaminhada em estado grave para o Hospital São Lucas, em Vitória, mas não resistiu.

Felipe está preso. (Carlos Alberto Silva)

Por meio de câmeras de videomonitoramento, a PM conseguiu prender Felipe Rodrigues Gonçalves, acusado de lançar a barra de ferro contra Simone. Ele foi detido cerca de 20 minutos depois do crime na Avenida Hugo Musso e levado à Delegacia Regional de Vila Velha. 

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