> >
Professor morre afogado enquanto nadava com o irmão em Praia Grande

Professor morre afogado enquanto nadava com o irmão em Praia Grande

Jovem trabalhava há pouco mais de um mês como professor de Biologia em Viana; enterro será nesta segunda-feira (15)

Publicado em 14 de outubro de 2018 às 13:33

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

Um professor de 24 anos se afogou enquanto nadava com o irmão em Praia Grande, em Fundão, por volta das 17h30 deste sábado (13). Rodrigo da Fonseca Cáo foi levado, duas vezes seguidas, por ondas que o puxaram para o fundo do mar. Salva-vidas e bombeiros tentaram resgatar o professor de Biologia, mas não conseguiram. O corpo foi encontrado na manhã deste domingo (14) após buscas do Corpo de Bombeiros.

Segundo o irmão, Leandro Henrique Fonseca Cáo, de 19 anos, isso nunca tinha acontecido com os dois, que tinham o hábito de frequentar o local. Ele explica que tentou nadar para alcançar o irmão, mas não conseguiu. "A onda 'embarcou' a gente e puxou. Eu consegui nadar por cima dela (da onda), mas ele (Rodrigo) não. Ele foi puxado. Naquilo que eu consegui ter pé de novo, eu chamei por ele e tentei resgatá-lo, até que veio outra onda, em seguida, e ele desapareceu", relata.

O professor de Biologia Rodrigo da Fonseca Cáu, de 24 anos, morreu afogado enquanto surfava com o irmão em Praia Grande, em Fundão. (Arquivo pessoal)

Leandro destaca que os dois não estavam em área funda, mas em um espaço que não ficava a mais de 15 metros da praia.

Aspas de citação

Ele sabia nadar e eu também. Mas a onda foi mais forte.

Leandro Henrique Fonseca Cáo, irmão de Rodrigo
Aspas de citação

De acordo com o irmão, o Corpo de Bombeiros e o salva-vidas que foi ao local para ajudar nas buscas seguiram com os trabalhos de reconhecimento de campo até por volta da 1h deste domingo (14). Às 8h, quando foram retomadas as buscas, o corpo foi encontrado em um local bem distante de onde Rodrigo e Leandro estavam.

De acordo com a mãe de Rodrigo, em contato com a TV Gazeta, o velório vai acontecer na EMEF Darcy Ribeiro, em Nova Almeida, e o sepultamento é nesta segunda-feira (15), sem horário definido, no Cemitério de Nova Almeida. 

"NOSSO DIA DOS PROFESSORES SERÁ DE SAUDADE"

Nesta segunda-feira (15) é comemorado o Dia dos Professores. Seria a primeira vez que Rodrigo passaria a data empregado na profissão. Depois de substituir diversos professores em escolas da Serra e de Viana, o jovem de 24 anos tinha finalmente conseguido um contrato de trabalho na Prefeitura de Viana, há pouco mais de um mês. Em Nova Almeida ele era conhecido pelos pais dos alunos e colegas, que lamentam a morte do professor.

"Nenhum dos pais dos alunos dele acredita ainda. Ele estava muito feliz que ia passar a data com empregado e já planejava fazer o mestrado dele em 2019", frisa a professora e amiga Lourdes de Fátima Davariz, de 53 anos. Ela conta que Rodrigo era conhecido por ser muito carismático e, mesmo com pouco tempo, conquistou várias amizades. "Ele era ótimo professor, ótimo amigo... Toda a situação é muito triste", lamenta.

Aspas de citação

Daqui para frente o Dia dos Professores será só de lembrança do nosso Rodrigo.

Lourdes de Fátima Davariz, amiga
Aspas de citação

Ela conheceu o Rodrigo neste ano, mas pondera que antes de serem colegas de trabalho, já tinham se visto porque o jovem fazia muitas substituições de professores. "Sempre que abria a vaga para substituto ele é quem era chamado. Quando ele foi convocado, efetivamente, ficou muito contente", lembra.

IDENTIFICAÇÃO

Questionado, o Corpo de Bombeiros informa que na manhã deste domingo (14) realizou buscas e que, por volta das 7h, recebeu o chamado de populares que tinham encontrado o corpo de um jovem em Nova Almeida, na Serra. Segundo a instituição, a Polícia Civil (PC) foi acionada e os bombeiros auxiliaram na retirada do corpo.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os restos mortais colhidos foram encaminhados para identificação da família e para perícia do Departamento Médico Legal (DML).

“CONSEGUI NADAR POR CIMA DA ONDA, MAS ELE NÃO”

O irmão do professor de biologia que morreu afogado em Praia Grande, em Fundão e teve o corpo encontrado em Nova Almeida, contou que ondas levaram o irmão até ser afogado e desaparecer. Ele conseguiu nadar, mas não viu mais o irmão. As buscas demoraram até por volta de uma hora da manhã.

Como foi que aconteceu?

A gente estava a cerca de 150 metros a 200 metros da ponte (que liga Nova Almeida a Praia Grande) e a cerca de 10 a 15 metros da areia da praia. A água estava na cintura e quando veio a onda eu conseguia nadar por cima dela, mas ele não, foi puxado. Naquilo que consegui ter pé de volta, eu chamava e ele não respondia. Aí veio outra onda e embarcou ele.

Como foram as buscas?

A gente tentou fazer buscas, com recursos próprios, teve um salva-vida, que já havia saído do plantão e voltou e ajudou no máximo que pode, mas não tinha visibilidade. Os Bombeiros não puderam fazer busca noturna.

A ficha caiu para vocês?

Quando eu vi que ele afundou, eu já sabia que ele tinha afogado. Mas não perdemos as esperanças e ficamos até por volta de uma hora da manhã fazendo as buscas, esperando encontrá-lo, talvez agarrado em alguma pedra, ainda com vida.

Ele gostava do que estava fazendo?

Este vídeo pode te interessar

Cara, era o primeiro emprego dele como professor. Tinha acabado de entrar, há cerca de um mês. Ele é formado há pouco tempo. Ele estava gostando da oportunidade de lecionar.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais