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Advogado é suspeito de entregar maconha a detento em presídio de Viana

Advogado é suspeito de entregar maconha a detento em presídio de Viana

Maycon Costa de Oliveira, de 27 anos, foi autuado por tráfico de drogas

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 13:17

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Flagrante aconteceu no Complexo Prisional de Viana. (Carlos Alberto Silva)

Um advogado de 27 anos foi preso em flagrante suspeito de tentar passar uma carga de 40 buchas de maconha para um interno do Centro de Detenção Provisória II, em Viana. Maycon Costa de Oliveira negou ter cometido o crime.

Além dele, a polícia ainda prendeu outra advogada, Makerlly Costa Santos, de 25 anos, que era companheira de trabalho de Maycon, e a mulher de um detento, cliente da dupla, identificada como Laysa Cristina Neves Daud Velozo, 24.

De acordo com informações da ocorrência, registrada na 4ª Delegacia Regional de Cariacica, o fato aconteceu no final da manhã desta terça-feira (27). O setor de inteligência da Secretaria de Justiça (Sejus) teria recebido uma denúncia anônima de que os dois advogados, Maycon e Makerlly, estariam negociando a entrega de drogas a um cliente.

Para isso, utilizariam o parlatório, que é uma sala reservada de contato entre eles e os presos, que não possui câmeras e nem pode ser acessada pelos agentes durante as conversas.

INVESTIGAÇÃO

Na última quarta-feira (21), os inspetores penitenciários teriam conseguido a informação de que a entrega do material aconteceria naquela data.

Maycon chegou ao presídio, acompanhado por Laysa, e entrou na sala para começar as conversas com os clientes. Enquanto isso, a mulher ficou do lado de fora, onde estaria escrevendo uma carta para o marido.

O advogado entrou no local, pegou uma carga de 40 buchas de maconha, que estavam dentro de uma sacola pequena, e tentou passar para um preso, por cima do vidro que evita o contato com os detentos.

Porém, Maycon teria ficado nervoso com a situação e, como não conseguiu entregar a droga, tentou se livrar do material, jogando no canto da parede, no chão da sala. Ele seria o único presente no local naquele momento.

Após o advogado sair do parlatório, os inspetores penitenciários, já sabendo da possível tentativa de entrega dos entorpecentes, entraram e acabaram encontrando a sacola.

Os envolvidos na situação foram detidos e encaminhados à 4ª Delegacia Regional. No local, Maycon ligou para a sócia, Makerlly, que foi até a unidade para saber o que estava acontecendo.

Em meio à confecção da ocorrência, o delegado recebeu informações anônimas de que ela teria participado da negociação para entrega da droga, intermediando o contato do cliente, com o detento que receberia o material .

SUSPEITOS NEGAM CRIME

Maycon, Markerlly e Laysa prestaram depoimento e negaram os crimes. O advogado disse que não foi ele quem entrou com a droga no presídio e nem sabe como o entorpecente foi parar ali dentro.

Já a sócia afirmou que nunca intermediou entrega de drogas no presídio e sequer sabia que o colega de trabalho estaria envolvido nisso. A mulher do preso disse que estava no presídio somente para entregar a carta ao marido, que é cliente do advogado.

Maycon foi autuado por tráfico de drogas. Além disso, ele, Makerlly e Laysa vão responder pelo crime de associação para o tráfico.

OAB

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Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES) informa que solicitou ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da entidade a suspensão preventiva dos dois advogados presos após entrar com drogas no Centro de Detenção Provisória de Viana II. A OAB informa ainda que, no ofício encaminhado ao presidente do TED, George Ellis Kilinsky Abib, o presidente da OAB-ES, Homero Mafra, diz que “Os fatos têm natureza grave e trazem repercussão prejudicial à dignidade da advocacia”.

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