A intolerância teria sido o motivo do assassinato do cabeleireiro Valteno Prado, de 62 anos, morto dentro de casa no bairro Porto Canoa, na Serra, no dia 13 de outubro deste ano.
De acordo com a polícia, o ajudante de manutenção Reginaldo Santos Silva, de 23 anos, confessou o homicídio e disse que cometeu o crime após a vítima assediá-lo.
O delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, ressaltou que as investigações apontam morte por homofobia.
As informações apuradas pela equipe de investigação revelaram que Valteno havia ido a uma festa com amigos, na noite anterior ao assassinato, onde ingeriu bebidas alcoólicas, no bairro Serra Dourada.
De lá, o cabeleireiro partiu para um bar em Porto Canoa, onde chegou por volta das 2h30 e continuou bebendo. Neste momento, ele teria conhecido Reginaldo.
A vítima e o autor sentaram na mesma mesa e começaram a beber. Eles permaneceram no local por cerca de uma hora, até que os dois resolveram ir embora, contou o delegado.
Valteno pediu ajuda a Reginaldo para carregar uma mala, que estava com ele no bar, até a casa onde morava, favor que foi atendido pelo ajudante de manutenção.
Na versão do próprio autor, ao chegarem na porta da residência, o cabeleireiro o chamou para entrar e ele topou. Os dois continuaram consumindo bebidas, até que a história chega ao ponto chave.
Segundo o Reginaldo, a vítima teria o assediado uma vez e ele disse ter negado qualquer chance, pelo fato de, nas palavras dele, não gostar de homem. Porém, ele afirma que o Valteno teria tentado novamente, momento em que ele ficou irritado, relatou o delegado Sandi Mori.
O cabeleireiro foi golpeado com uma tesoura no peito e caiu. Em seguida, Reginaldo ainda o acertou mais uma vez no peito e outras duas na barriga. Após o crime, ele pegou a chave da residência, trancou as portas e o portão, pulou o muro e fugiu levando a arma do crime.
Rodrigo Sandi Mori destacou a dificuldade de investigar o fato, por se tratar de um local fechado, onde estavam somente a vítima e o autor, mas ressaltou não ter dúvidas que se trata de um crime de homofobia.
A gente teve que refazer toda a noite da vítima, checar os lugares que ele frequentou, até conseguirmos chegar ao suspeito, com quem ele foi visto pela última vez. No depoimento, o Reginaldo faz questão de ressaltar a todo momento que gosta de mulher e matou por conta das investidas, o que nos leva a crer que, se o Valteno não fosse homossexual, não teria sido morto, concluiu o delegado.
Reginaldo foi preso na tarde da última segunda-feira, no parque de diversões onde trabalhava em Porto Canoa, autuado por homicídio qualificado e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).
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