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Cabeleireiro foi morto vítima de homofobia na Serra, diz polícia

Cabeleireiro foi morto vítima de homofobia na Serra, diz polícia

De acordo com a polícia, o ajudante de manutenção Reginaldo Santos Silva, de 23 anos, confessou o homicídio e disse que cometeu o crime após Valteno Prado, de 62 anos, assediá-lo

Publicado em 6 de novembro de 2018 às 15:46

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Valteno foi morto dentro de casa em Porto Canoa, na Serra. (Reprodução/Facebook)

A intolerância teria sido o motivo do assassinato do cabeleireiro Valteno Prado, de 62 anos, morto dentro de casa no bairro Porto Canoa, na Serra, no dia 13 de outubro deste ano.

De acordo com a polícia, o ajudante de manutenção Reginaldo Santos Silva, de 23 anos, confessou o homicídio e disse que cometeu o crime após a vítima assediá-lo.

O delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, ressaltou que as investigações apontam morte por homofobia.

As informações apuradas pela equipe de investigação revelaram que Valteno havia ido a uma festa com amigos, na noite anterior ao assassinato, onde ingeriu bebidas alcoólicas, no bairro Serra Dourada.

Reginaldo Santos Silva foi preso acusado de matar Valteno. (Divulgação)

De lá, o cabeleireiro partiu para um bar em Porto Canoa, onde chegou por volta das 2h30 e continuou bebendo. Neste momento, ele teria conhecido Reginaldo.

“A vítima e o autor sentaram na mesma mesa e começaram a beber. Eles permaneceram no local por cerca de uma hora, até que os dois resolveram ir embora”, contou o delegado.

Valteno pediu ajuda a Reginaldo para carregar uma mala, que estava com ele no bar, até a casa onde morava, favor que foi atendido pelo ajudante de manutenção.

Na versão do próprio autor, ao chegarem na porta da residência, o cabeleireiro o chamou para entrar e ele topou. Os dois continuaram consumindo bebidas, até que a história chega ao ponto chave.

“Segundo o Reginaldo, a vítima teria o assediado uma vez e ele disse ter negado qualquer chance, pelo fato de, nas palavras dele, não gostar de homem. Porém, ele afirma que o Valteno teria tentado novamente, momento em que ele ficou irritado”, relatou o delegado Sandi Mori.

O cabeleireiro foi golpeado com uma tesoura no peito e caiu. Em seguida, Reginaldo ainda o acertou mais uma vez no peito e outras duas na barriga. Após o crime, ele pegou a chave da residência, trancou as portas e o portão, pulou o muro e fugiu levando a arma do crime.

Rodrigo Sandi Mori destacou a dificuldade de investigar o fato, por se tratar de um local fechado, onde estavam somente a vítima e o autor, mas ressaltou não ter dúvidas que se trata de um crime de homofobia.

“A gente teve que refazer toda a noite da vítima, checar os lugares que ele frequentou, até conseguirmos chegar ao suspeito, com quem ele foi visto pela última vez. No depoimento, o Reginaldo faz questão de ressaltar a todo momento que gosta de mulher e matou por conta das investidas, o que nos leva a crer que, se o Valteno não fosse homossexual, não teria sido morto”, concluiu o delegado.

Reginaldo foi preso na tarde da última segunda-feira, no parque de diversões onde trabalhava em Porto Canoa, autuado por homicídio qualificado e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).

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