A Justiça mandou soltar nesta quinta-feira (29) o trio que foi preso em flagrante suspeito de tentar passar uma carga de 40 buchas de maconha para um interno no Centro de Detenção Provisória II, em Viana. A decisão foi dada após audiência de custódia na manhã desta quinta. Maycon Costa de Oliveira, que negou ter cometido o crime, foi detido junto com outra advogada, Makerlly Costa Santos, de 25 anos e Laysa Cristina Neves Daud Velozo, de 24 anos, que é mulher do detento cliente da dupla.
A reportagem do Gazeta Online tentou ter acesso ao processo da ação, mas não conseguiu obter mais detalhes sobre a decisão do juiz. A Secretaria de Justiça (Sejus) informou que vai apurar se os acusados já deixaram a prisão.
OAB-ES PEDIU SUSPENSÃO DE ADVOGADOS
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Espírito Santo (OAB-ES) informou nesta quarta (28) que a instituição pediu a suspensão preventiva do advogado Maycon e a parceira Makerlly. Por meio de nota, Homero Mafra disse que "os fatos têm natureza grave e trazem repercussão prejudicial à dignidade da advocacia".
Em breve conversa nesta quarta-feira (28), o presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-ES, que acompanha o caso, informou que a decisão de suspensão tomada pelo presidente da ordem é de praxe em situações deste tipo. "O presidente da Ordem comunica ao Tribunal de Ética; ele requereu a suspensão preventiva e, quem vai decidir se suspende ou não, é o tribunal", disse Ricardo Pimentel.
De acordo com ele, o prazo de suspensão máxima é de 90 dias. "Este seria o prazo para apuração do caso", disse.
INVESTIGAÇÃO
Na última quarta-feira (21), os inspetores penitenciários teriam conseguido a informação de que a entrega do material aconteceria naquela data.
Maycon chegou ao presídio, acompanhado por Laysa, e entrou na sala para começar as conversas com os clientes. Enquanto isso, a mulher ficou do lado de fora, onde estaria escrevendo uma carta para o marido.
O advogado entrou no local, pegou uma carga de 40 buchas de maconha, que estavam dentro de uma sacola pequena, e tentou passar para um preso, por cima do vidro que evita o contato com os detentos.
Porém, Maycon teria ficado nervoso com a situação e, como não conseguiu entregar a droga, tentou se livrar do material, jogando no canto da parede, no chão da sala. Ele seria o único presente no local naquele momento.
Após o advogado sair do parlatório, os inspetores penitenciários, já sabendo da possível tentativa de entrega dos entorpecentes, entraram e acabaram encontrando a sacola.
Os envolvidos na situação foram detidos e encaminhados à 4ª Delegacia Regional. No local, Maycon ligou para a sócia, Makerlly, que foi até a unidade para saber o que estava acontecendo.
Em meio à confecção da ocorrência, o delegado recebeu informações anônimas de que ela teria participado da negociação para entrega da droga, intermediando o contato do cliente, com o detento que receberia o material .
SUSPEITOS NEGAM CRIME
Maycon, Markerlly e Laysa prestaram depoimento e negaram os crimes. O advogado disse que não foi ele quem entrou com a droga no presídio e nem sabe como o entorpecente foi parar ali dentro.
Já a sócia afirmou que nunca intermediou entrega de drogas no presídio e sequer sabia que o colega de trabalho estaria envolvido nisso. A mulher do preso disse que estava no presídio somente para entregar a carta ao marido, que é cliente do advogado.
Maycon foi autuado por tráfico de drogas. Além disso, ele, Makerlly e Laysa vão responder pelo crime de associação para o tráfico.
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