Por 4 votos a três, o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) julgou improcedente o pedido de cassação do vereador de Cariacica, Léo Alexandre Coutinho de Almeida, mais conhecido como Léo do IAPI (PDT). O pedido havia sido feito por um vereador suplente. Léo foi acusado de ter oferecido consultas médicas e exames na unidade de saúde de Alto Lage, na cidade, em troca de votos.
A decisão ficou empatada e o desembargador Annibal de Rezende Lima, presidente da Corte, teve que decidir. O posicionamento dele foi que o pedido de cassação era improcedente.
Ao Gazeta Online, o advogado de defesa do vereador, Altamiro Thadeu Frontino Sobreiro, disse que, após o período eleitoral, foi realizada uma ação eleitoral, na qual o juiz eleitoral Izaias Eduarda da Silva, da 34ª Zona Eleitoral, julgou como procedente a ação para cassar o mandato, que ocorreu em janeiro deste ano. "A matéria foi submetida ao TRE e o nosso recurso foi julgado hoje (quarta)", disse Sobreiro.
O vereador não foi localizado pela reportagem para comentar a decisão. Léo do IAPI foi eleito em outubro de 2016, com 2.792 votos.
ACUSAÇÕES
Desde setembro de 2016, a Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica investigou, por meio de uma sindicância, um volume fora do normal de solicitações de consultas e exames na unidade de saúde de Alto Lage. Uma das hipóteses levantadas na investigação era de que um candidato a vereador teria atuado para agendar consultas de seus eleitores em troca de votos.
À reportagem, em novembro de 2016, o secretário de Saúde de Cariacica, Marcelo Machado, disse que a sindicância corria em sigilo e que não tinha acesso ao conteúdo já apurado. Ele revelou que a secretaria se alarmou ao perceber que uma grande quantidade de pedidos feitos por um mesmo médico começou a ser expedida.
"Nos chamou a atenção porque eram exames de alta complexidade, como ressonâncias, endoscopias e tomografias que eram solicitados. No entanto, este servidor foi contratado como clínico geral, que normalmente não faz esse tipo de encaminhamento. Além disso, era um volume muito alto para o município, ainda mais para um médico do turno da noite, que, em tese, não atende tantos pacientes assim", disse o secretário.
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