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Caso Amaro Neto: ponto a ponto o que foi dito à polícia

Caso Amaro Neto: ponto a ponto o que foi dito à polícia

O deputado, a pedagoga e o PM deram as versões do caso à polícia, que agora investiga a denúncia; o casal permanece preso, acusado de tentar extorquir dinheiro de Amaro Neto

Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 22:49

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(Ricardo Medeiros | Arquivo |GZ)

Uma trama envolvendo ameaças, chantagens e uma relação extraconjugal colocou o deputado estadual e deputado federal eleito Amaro Neto no centro de uma ocorrência policial desde a última sexta-feira (30).

 A pedagoga Keila Bonde Ferreira, 36 anos, e o marido dela, o cabo da PM Fernando Marcos Ferreira, foram presos em flagrante no bairro Campo Grande, Cariacica, acusados de tentar extorquir R$ 500 mil do parlamentar para que não fosse divulgado um suposto vídeo íntimo entre o deputado e a esposa do militar.

No último dia 2, a Justiça converteu a prisão em flagrante de Fernando e Keila para prisão preventiva. Com versões diferentes apresentadas à Polícia Civil, o caso segue sob investigação. Veja o que cada um disse na Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Eletrônicos, que apura o crime.

O QUE DISSE AMARO NETO

Amaro Neto contou que foi contactado por Keila no início deste ano, através do Instagram. Ela havia mandado uma mensagem dizendo que estava desempregada e procurando emprego.

Keila enviou em anexo um currículo e o deputado guardou essas informações, tendo em vista que currículo apresentava bom conteúdo.

Um tempo depois Amaro soube de uma vaga na Secretaria de Esportes (Sesport), a ser preenchida com as mesmas qualificações que Keila apresentava, tendo ela começado a trabalhar no local.

 Amaro e Keila passaram a ter muito contato pelas redes sociais e iniciaram um “enlace amoroso”. Na ocasião, Keila afirmava que era separada. Ao longo do ano, a mulher “se mostrou prestativa e participou da campanha eleitoral” dele.

No dia 29 de novembro, o deputado foi surpreendido com uma mensagem de Keila, onde ela afirmava que o marido, Fernando,  havia descoberto o romance. Após essa mensagem, o casal passou a exigir dinheiro para que imagens e vídeos íntimos não fossem divulgados.

Diante da gravidade da situação, o assessor parlamentar da Amaro manteve contato com as autoridades policiais para relatar os fatos e, durante as tentativas de pagamento, no dia 30, Fernando ameaçou o parlamentar e o assessor.

O QUE DISSE KEILA BONDE

No final de 2017, Keila respondeu a uma brincadeira de Amaro no Instagram e o deputado a respondeu.  Em seguida, os dois começaram a conversar pela madrugada.

Durante a conversa, Keila teria dito que estava desempregada e que Amaro pediu todos os documentos dela. Logo depois ela passou a trabalhar na Sesport.

A pedagoga conta que iniciou o romance com Amaro no início de 2018 e que todo conteúdo de conversas, fotos e vídeos trocados entre os dois estão guardados apenas no celular dela. E foi após ter acesso ao aparelho que Fernando, o marido, descobriu a relação.

Keila conta que Amaro fazia ameaças contra ela e o marido. O deputado teria ameaçado acabar com a vida de Fernando “de qualquer forma”. O teor das ameaças chegou ao ponto de Amaro exigir que ela fizesse uma tatuagem com o slogan da campanha dele: “Coragem e Coração”. Ela diz que obedeceu por medo.

A pedagoga garante que foi o próprio parlamentar que ofereceu R$ 500 mil para que a relação não fosse exposta. O dinheiro seria para “sensibilizar” Fernando e a oferta foi feita pessoalmente, no dia 28 de novembro, sem a presença de testemunhas, próximo à casa dela.

No dia da oferta, Amaro foi ao encontro dela em carro público da Assembleia Legislativa e que câmeras de videomonitoramento podem comprovar o encontro. Por fim, ela diz que saiu do emprego na Sesport por “fofocas internas”.

O QUE DISSE O PM FERNANDO MARCOS

O policial militar Fernando Marcos Ferreira explicou que foi a própria esposa quem contou para ele sobre a relação dela com Amaro, no último dia 30 de novembro, quando ocorreu a prisão do casal. 

A mulher conversou com o marido sobre o assunto porque não estaria mais “aguentando as ameaças de Amaro Neto”. 

Sobre a mensagem “ele falou que o silêncio dele tem um preço”, encontrada no celular de Keila e enviada para Amaro, o policial diz que não fazia referência a uma quantia em dinheiro. Ele queria, na verdade, ter uma conversa “de homem para homem” com o parlamentar. 

  No dia da prisão, o militar recebeu em sua casa a visita de uma pessoa que não conhecia e que se identificou como assessor de Amaro, dizendo que estava ali para "resolver uma situação envolvendo dinheiro". O cabo então pediu para que o assessor fosse embora.

Fernando garante que não estava com uma arma na cintura e que não manteve contato por qualquer meio, em nenhum  momento, com Amaro. Ele ainda disse que não tinha cópias das conversas entre Amaro e Keila, armazenadas no celular da mulher.

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