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Que fim levou o caso do bombeiro que matou e enterrou jovem no quintal?

Que fim levou o caso do bombeiro que matou e enterrou jovem no quintal?

O sargento aposentado do Corpo de Bombeiros Nelson da Silva Lopes, confessou ter matado Ananias das Neves, de 16 anos, com golpes de machado

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 15:31

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À esquerda o sargento Nelson da Silva Lopes, 58 anos; à direita o menino Ananias. (Reprodução)

Mais de um ano depois de matar e enterrar o corpo de um adolescente de 16 anos no quintal da casa onde mora, em Cariacica, o sargento aposentado do Corpo de Bombeiros Nelson da Silva Lopes, 59 anos, continua preso. No entanto, um ano e quatro meses depois de ser preso pelo crime, o sargento ainda não passou por nenhuma audiência de instrução (fase do processo em que o juiz do caso ouve testemunhas e acusado). Não há previsão para que a primeira audiência seja marcada.

O jovem Ananias das Neves de Oliveira foi morto com golpes de machado e depois enterrado no quintal. O rapaz chegou a ficar desaparecido por dois meses, até que o corpo foi encontrado pela polícia em agosto de 2017. O sargento Nelson da Silva Lopes chegou a confessar o crime e, ao ser preso, disse ao delegado: "Matei porque senti vontade".

Em abril de 2018, Nelson teve o pedido de liberdade provisória negado pela Justiça, que considerou a conduta praticada pelo sargento como "extremamente grave" e, que o modo como o crime aconteceu "revela a periculosidade do acusado".  Apesar disso, o julgamento do caso segue sem qualquer previsão.

"O processo tramita na 4ª Vara Criminal de Cariacica, Privativa do Tribunal do Júri. Ainda não há uma definição sobre a data da audiência de instrução", informou, por nota, o Tribunal de Justiça.

RELEMBRE O CASO

O jovem Ananias das Neves de Oliveira estava desaparecido havia dois meses, após sair de casa para capinar o quintal do sargento. Após o sumiço, a família dele procurou a delegacia em Cariacica Sede para registrar a ocorrência. Naquela ocasião, policiais foram à casa do militar, mas ele disse que não sabia do garoto. Algum tempo depois, a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima informando que Ananias havia sido assassinado e enterrado em um terreno que fica ao lado da residência do acusado.

Os policiais seguiram até o local indicado, onde foram recebidos pelo militar que teria dito que nada seria encontrado lá. Mas os policiais viram uma enxada e desconfiaram. Começaram a mexer na terra e encontraram cal, e, em seguida, parte de um corpo humano. Naquele momento o acusado teria dito: "É. Fiz merda".

O assassino contou que matou Ananias com golpes de machado e que depois foi a uma loja de construção, onde comprou uma sacola grande e cal para colocar o corpo antes de enterrá-lo.

De família humilde, com sete irmãos e dois pais idosos, Ananias era sempre visto pelas ruas do bairro em busca de 'bicos' ou mesmo de um emprego. Para ganhar dinheiro, acabava se oferecendo para capinar lotes. Segundo familiares, o sargento Nelson sempre implicava com o garoto, gritando: "Vagabundo". Mas em junho de 2017, o militar chamou Ananias para capinar o quintal da casa dele e o menino saiu de casa às 7 horas da manhã para realizar o serviço.

Em Vila Merlo, Cariacica, onde o jovem e o sargento moravam, Nelson era conhecido como "um cara ruim" e acusado pelos moradores de matar animais de rua e de ter agredido a paulada um deficiente mental que pedia dinheiro na rua. 

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