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'A sensação é de estar vivendo com o inimigo', diz irmã de mulher morta no ES

"A sensação é de estar vivendo com o inimigo", diz irmã de mulher morta no ES

Cristina foi encontrada morta após uma briga. O marido confessou o crime e disse que "perdeu a cabeça"

Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 03:10

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A doméstica Cristina de Azevedo, 32, foi encontrada morta dentro de casa, no bairro Moxuara, em Cariacica. Ela estava desaparecida desde a madrugada de terça-feira. (Bianca Vailant)

Já nas primeiras horas de 2019, mais uma mulher foi assassinada no Estado. A doméstica Cristina de Azevedo, 32 anos, entrou para as estatísticas às 4 horas do dia 1 de janeiro. A vítima foi estrangulada e asfixiada dentro de casa, no bairro Moxuara, em Cariacica. O acusado do crime é Adriano Moisés Mendes, 37, marido da doméstica. Ele chegou a fugir, mas acabou preso na noite de ontem, em Viana.

Para a irmã da vítima, Creuza de Azevedo, 46, o crime foi premeditado. “No dia 31, Adriano e Cristina estavam aqui em casa, comemorando a virada de ano. Depois fomos todos em um forró e, quando ele (o acusado) estava indo embora, na madrugada do dia 1º, disse que estava se despedindo porque aquela era a última vez que a gente veria os dois”, contou Creuza. Ao longo do dia, os familiares não a viram, mas pensaram que ela estava na casa de amigos, na Serra.

Foi na tarde desta quarta-feira (2) que a família da vítima percebeu que havia algo de errado. Maria José de Azevedo, 53, outra irmã de Cristina, achou estranho o fato de a doméstica não estar no ponto de ônibus para ir trabalhar, como era o costume, e resolveu acionar os outros familiares.

Parentes de Cristina procuraram pela vítima no trabalho e na casa de amigos dela.

Sem notícias, um dos irmãos resolveu invadir a casa da vítima, que fica no quintal da mãe, por volta das 14 horas. “A porta estava trancada. Eu arranquei duas telhas e entrei dentro de casa. Quando eu cheguei ela estava morta em cima da cama”, contou o construtor Vanderlei de Azevedo, 46.

Já Adriano foi preso pela Polícia Militar, um hora depois, no bairro, em Viana. De acordo com os militares, foi durante um patrulhamento de rotina que eles encontraram o acusado caminhando.

Em um depoimento informal à Polícia Militar, após a prisão, Adriano contou que foi durante uma discussão, na madrugada, que ele matou Cristina.

Segundo os militares, Adriano contou que havia bebido e perdeu a cabeça por causa de ciúmes. Ele contou que primeiro a estrangulou e, em seguida, asfixiou com um travesseiro. No entanto, ele disse que pensou que a esposa estava apenas desmaiada após as agressões.

O acusado foi detido e encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde seria ouvido. Até o fechamento da edição, Adriano não havia sido autuado.

CIÚMES

A família contou que Adriano era muito ciumento e por isso as brigas eram constantes. “Ela não podia ter Facebook, celular, nada. Um dia ela ganhou um telefone da patroa. Ele ligou para todos os contatos para saber quem eram aquelas pessoas”, contou Creuza.

Segundo a irmã, o corpo de Cristina foi encontrado no dia do aniversário da mãe delas, de 77 anos. “Nossa mãe está sem chão, não acredita que ele foi capaz de fazer isso com a Cristina”, contou.

"A SENSAÇÃO É DE ESTAR COM O INIMIGO"

Ainda em choque, a cozinheira Maria Paixão de Azevedo Loriado, 51 anos, uma das irmãs da doméstica assassinada, contou que a família ainda não consegue acreditar no que aconteceu.

Os dois moravam juntos há muito tempo?

Eles estavam juntos há cerca de 5 anos.

E como o Adriano era com a sua irmã? Tinha um comportamento violento?

Eu já ouvi dizer que ele era violento e agressivo, mas perto de mim tratava ela bem. Nunca vi os dois brigando.

Vocês tiveram contato com ele depois do crime?

Ficamos sabendo que ele ligou para o serviço dela umas três vezes ontem. Não sabemos se ele estava disfarçando ou interessado no pagamento que ela receberia.

Como é para vocês começar o ano com essa notícia?

É muito triste, não sei nem o que falar. A gente vê todos os dias notícias de mulheres assassinadas, mas nunca imaginamos que vai acontecer dentro da nossa casa.

O que vem na cabeça quando você pensa nele?

A sensação é de estar vivendo com o inimigo. Ele vivia na nossa casa, tratávamos ele bem. Minha mãe fazia tudo para ele.

Ninguém da família imaginava que poderia acontecer algo assim?

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Ele estava aqui com a gente, passando a virada. Todo mundo junto, rindo e brincando. Quem iria imaginar que ele estava com más intenções?

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