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Adolescente é morto em confronto com a polícia em Cariacica

Adolescente é morto em confronto com a polícia em Cariacica

Leandro Inácio Amaral Grisostomo morreu com dois tiros no peito após trocar disparos com os militares

Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 21:55

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Soraia Inácio Amaral, mãe do adolescente que foi morto por um PM. (Bernardo Coutinho | GZ)

Um adolescente, de 16 anos, foi morto pela Polícia Militar durante uma abordagem, na noite desta quarta-feira (23), no bairro Itacibá, em Cariacica. Policiais afirmam, Leandro Inácio Amaral Grisostomo, morreu com dois tiros no peito após trocar disparos com os militares.

Leandro chegou a ser socorrido e levado para o Pronto Atendimento de Alto Lage, mas morreu logo após dar entrada na unidade. A mãe do jovem, a diarista Soraia Inácio Amaral, 35 anos, não acredita na versão da PM, de que o filho estaria armado e atirou contra os policiais.

O adolescente tinha passagem pela polícia por tentativa de roubo e, em agosto do ano passado, levou um tiro nas costas ao tentar roubar a moto de um policial militar, que reagiu ao assalto.

A PM informou que estava fazendo um patrulhamento de rotina próximo à região do cemitério, quando viu o adolescente e outros dois jovens em atitude suspeita próximos a um matagal.

Ao serem abordados, os policiais relataram que os rapazes correram para o mato e trocaram tiros com a polícia, que revidou. Os suspeitos então, conseguiram fugir, de acordo com a PM. Os militares continuaram fazendo buscas pelo trio e solicitaram reforço policial.

TIROS

Logo após o confronto, dois policiais, sendo um homem e uma mulher, entraram no matagal em busca dos suspeitos. Foi neste momento, que segundo os militares, Leandro foi surpreendido com uma arma na mão. ele teria feito menção de atirar nos PMs, que reagiram.

Com Leandro, os policiais disseram ter encontrado uma revólver calibre 32. Próximo ao local onde ele estava, acharam ainda uma sacola contendo 26 buchas de maconha.

Os outros dois rapazes que estavam com o adolescente não foram localizados. A mãe de Leandro esteve no Departamento Médico Legal (DML), em Vitória, para liberar o corpo do filho.

Abalada, ela acredita que o filho foi vítima de excesso por parte dos policiais. “Meu filho já fez coisa errada sim, e ele pagou por isso. Não acredito que estava armado, até porque ele não tinha arma. Além disso, depois que foi baleado no ano passado, estava com medo de morrer. Ele não iria se arriscar dessa forma”, disse.

No Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi identificado que o adolescente já tinha sido baleado na perna por um PM anteriormente, em um tentativa de assalto ao oficial. Com a vítima foi encontrada uma pistola calibre 32, além de 25 buchas de maconha. Por isso, a PM acredita que os jovens estavam traficando. A Polícia Militar diz que todo disparo de arma de fogo feito por um PM é apurado pela Corregedoria.

"Eu duvido que arriscaria a vida assim, atirando em policial", diz mãe

Abalada com a morte do filho, o adolescente Leandro Inácio do Amaral Grisostomo, 16 anos, a diarista Soraia Inácio do Amaral, 35, contou que depois de levar um tiro ao tentar roubar a moto de um policial, no ano passado, o filho ficou co medo de morrer. Motivo, pelo qual ela acredita que o jovem não reagiu à abordagem da PM.

Qual foi seu último contato com seu filho?

Foi por volta das 20 horas, quando mandei mensagem perguntando onde ele estava e meu filho respondeu que estava com os amigos e que estava bem. Ainda pedi que tomasse cuidado.

Como ficou sabendo da morte dele?

Logo depois que aconteceu, a notícia correu o bairro. Conhecidos vieram me avisar.

Seu filho andava armado?

Não. Ele nem tinha arma.

Ele já foi preso?

Levou um tiro no ano passado, tentando roubar a moto de um policial. Ficou dois meses acamado, se recuperando. Foi preso por isso.

Ele era envolvido com o tráfico?

Não. Se fosse, eu saberia. Ele andava era com más companhias, isso sim.

Acredita que ele atirou nos policiais?

Não acredito. Eu acredito que meu filho correu sim quando viu a viatura da polícia. Mas, não que estava armado e atirou contra os policiais. Ele fez escolhas erradas, tomou atitudes que não devia, mas não era um bandido e não merecia morrer como um.

Ele tinha medo de morrer?

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Sim. Desde que tomou o tiro no ano passado. Depois disso, ele melhorou muito. Viu qual poderia ser o fim dele. Por isso mesmo, eu duvido que arriscaria a vida assim, atirando em policial.

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