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Criminoso atirou de propósito em inocentes em baile clandestino

Criminoso atirou de propósito em inocentes em baile clandestino

Haryel Costa Vicente, de 20 anos, foi preso em flagrante em um hospital no domingo

Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 17:12

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Baile do mandela acontecia bem no início da manhã em Vila Velha. (Fernando Estevão | TV Gazeta )

Um dos criminosos que participou do ataque que matou dois jovens e feriu outras 13 pessoas em um baile clandestino em Vila Velha atirou em inocentes de propósito. Essa é a conclusão da Polícia Civil após prender dois suspeitos do crime. O caso aconteceu no último domingo (27), em 1º de Maio. Jamerson Silva Souza, de 25 anos, e Ramon Carlos Freitas Santana, de 26, morreram no local.

Haryel Costa Vicente, de 20 anos, foi preso em flagrante em um hospital no domingo - onde segue internado com escolta, ferido pelo tiroteio. Ele é apontado como o responsável pelos disparos com o que suspeita-se ser uma metralhadora.

Criminoso atirou de propósito em inocentes em baile clandestino

Já Alessandro Rosa dos Santos, vulgo Zói, se entregou à DHPP nesta segunda-feira (28) e está em prisão temporária. Ele é apontado como motorista do carro usado para levar e dar fuga aos criminosos, um Honda Fit Prata.

Segundo o delegado-adjunto da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoas de Vila Velha (DHPP), Daniel Belchior, a suspeita é de Haryel, depois de matar Ramon e Jamerson, abriu fogo contra os participantes do baile, como forma de dispersar os participantes para poder fugir.

“A princípio os alvos seriam as duas pessoas que faleceram. Mas recebemos informações de que depois de atingir os alvos, ele teve a intenção de disparar contra qualquer pessoa que estivesse próxima, ainda que não tivesse qualquer relação de rivalidade com as vítimas. Foi feito como forma de dispersar as pessoas, causando pânico. É a linha de investigação que estamos seguindo”, declarou.

Segundo a Polícia Civil, pelo uma das vítimas ainda está em estado grave e corre risco de vida. Não há informação do estado de saúde das demais vítimas. “Foram muitos atingidos. Essas pessoas com certeza poderiam estar mortas por causa dos tiros”, ponderou. Mais de duas pessoas foram ouvidas em depoimento pela DHPP até o momento, após receberem alta do hospital.

Haryel (à esquerda) e Alessandro (à direita) foram identificados e presos. Ainda há pelo menos dois suspeitos . (Divulgação)

OPERAÇÃO PARA ENCONTRAR CARRO

No mesmo dia do crime, no último domingo (27), a Polícia Civil fez uma operação no Morro do Macaco, em Vitória, após receber informações de que o carro utilizado no crime, um Honda Fit Prata, estava no local. O dono do veículo é Alessandro, detido um dia depois.

O carro foi encontrado em um terreno baldio com pelo menos 10 marcas de tiro. A Polícia Civil ainda não sabe se os tiros partiram dos próprios criminosos, que atingiram o próprio carro no momento dos disparos, ou de algum revide de alguém que participou do baile.

Cerca de 15 policiais civis e três delegados participaram da operação no domingo. O titular da DHPP de Vila Velha, Gianno Trindade, explicou que a equipe chegou a ser intimidada por criminosos para sair do local.

“Eles atiraram para o alto, no alto do morro. Mesmo assim a gente encontrou o veículo. Ele estava escondido, não era em um terreno de fácil visualização. A gente identificou o proprietário do veículo e somado ao que foi apurado no domingo tivemos a certeza de que um dos indivíduos hospitalizado, que foi dado como vítima, na verdade era autor, o Haryel, vulgo Maluquinho”, declarou o delegado.

Segundo informações da Polícia Militar no domingo, Haryel foi deixado em um hospital justamente pelo Honda Fit encontrado pelos policiais com marcas de perfuração. Com essa informação, a investigação já apontava Alessandro como um dos participantes, antes mesmo dele se entregar com um advogado, na tarde desta segunda-feira (28).

Haryel foi preso em flagrante por duplo homicídio e tentativa de homicídio contra outras nove pessoas - número que pode aumentar, segundo a Polícia Civil. “Não descartamos outros autores. Mas ele já está identificado nos autos. Temos ainda dois suspeitos, mas não descartamos o envolvimento de mais autores”, declarou.

CRIME NO CIAS

Outro crime que pode ter relação com as mortes em Vila Velha também é investigado, mas pela DHPP de Vitória. Foi a morte de um jovem no estacionamento de um hospital particular, enquanto ele atravessa o local para ir até a Avenida Leitão da Silva.

A suspeita é de que Fabrício Bello Alvarenga, de 22 anos, foi morto por criminosos que estavam no baile clandestino em Vila Velha. Fabrício tinha várias passagens por tráfico, segundo a família.

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DELEGADO DEFENDE LEGALIZAÇÃO DE BAILES

O delegado titular do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), defendeu, durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (29), a legalização dos bailes clandestinos. Segundo ele, é uma das medidas para tentar evitar que situações como essa aconteça.

“35 bailes desse tipo aconteceriam no período de um mês na Grande Vitória, caso não tivessem sido impedidos. Tem que ter legalização, o poder público precisa estar no meio. A Polícia Militar precisa tomar conhecimento, até pelas áreas interditadas e evitar o pior que aconteceu. Sabemos que é uma fonte de renda para muitas famílias e sabemos que a população é carente, mas precisa ser organizado com ordem”, afirmou.

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Segundo o delegado, as pessoas podem denunciar o acontecimento de bailes clandestinos por meio do Disque Denúncia, no telefone 181, e também no site do Disque Denúncia.

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