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Justiça concede liberdade para PM que deu tiros em hospital no ES

Justiça concede liberdade para PM que deu tiros em hospital no ES

O policial militar Marcelo Pain Maciel Filho, de 25 anos, deu cerca de seis tiros dentro do Hospital Santa Mônica, na Praia de Itaparica, em Vila Velha, na madrugada do dia 2 de janeiro

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 00:07

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Tenente Marcelo Pain Maciel Filho teve um surto e deu tiros dentro do Hospital Santa Mônica, em Vila Velha. (Reprodução | Facebook)

A Justiça concedeu nesta terça-feira (22) a liberdade provisória sob pagamento de fiança para o tenente da Polícia Militar Marcelo Pain Maciel Filho, de 25 anos, que atirou dentro do Hospital Santa Mônica, na Praia de Itaparica, em Vila Velha, na madrugada do dia 2 de janeiro. Na ocasião, funcionários do local chegaram a relatar que o PM deu seis disparos no interior da unidade.

De acordo com a Polícia Civil, o tenente foi autuado por disparo de arma de fogo. Pela prisão ter sido em flagrante, o Ministério Público ofertou uma denúncia em desfavor do PM e a prisão de Marcelo Pain foi convertida em preventiva durante audiência de custódia. Ele está preso no Quartel da PM, em Vitória.

Justiça concede liberdade para PM que deu tiros em hospital no ES

A juíza Adriana Costa de Oliveira decidiu que, ao pagar fiança de R$ 5 mil, Marcelo Pain ainda seja submetido a um exame-médico legal para atestar a sanidade mental do acusado, e que só depois seja liberado. Na decisão, ela ainda formula alguns quesitos que devem ser respondidos na realização do teste. (veja abaixo)

1º. O acusado, ao tempo da ação, era portador de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou desenvolvimento mental retardado?;

2º. Em caso positivo, qual doença ou anomalia psíquica?;

3º. Em razão da doença/anomalia psíquica, o acusado era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?;

4º. Em razão das mesmas circunstâncias referidas no quesito anterior, o acusado possuía, ao tempo da ação, reduzida capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?;

5º. Há outras informações ou esclarecimentos que os senhores peritos entendam necessárias ? Quais?

O CASO

O policial chegou ao hospital por volta das 4h30 da madrugada e, ao entrar na unidade, informou que era policial e que queria ser atendido rapidamente por um psiquiatra. Uma médica foi chamada e atendeu o tenente. Ele teria dito para ela que fez uma coisa muito errada, que estava arrependido e que tinha usado drogas.

A médica, então, o colocou em uma sala de repouso e o receitou sedativo, que foi aplicado por meio de soro. Em seguida, a médica foi fazer outros atendimentos. De repente, o policial sacou uma arma e atirou para cima e para os lados. Foram seis tiros, segundo os funcionários, o que gerou muito pânico e desespero. As pessoas saíram correndo assustadas para fora da unidade.

"ELE FALOU QUE ESTAVA MUITO ARREPENDIDO"

Em entrevista à TV Gazeta, a médica que atendeu o tenente contou como o policial chegou ao hospital. "Ele passou pela triagem, pelo enfermeiro e foi um tanto quanto grosseiro. O enfermeiro já me abordou pedindo para atendê-lo com certa agilidade, porque ele tinha jogado o prontuário em cima dele. Ele se identificou como policial e pediu atendimento rápido. Eu já estava dentro do consultório quando ele chegou. Ele falou que estava muito arrependido, muito triste de uma coisa que ele havia feito. E então pediu que fizesse uma medicação para que ele se acalmasse. Falou que já estava fazendo tratamento com um médico psiquiatra".

Segundo a médica, o policial afirmou ter feito uso de droga ilícita e que, por esse motivo, ele estava muito envergonhado. "Foi a palavra que ele usou. Ele falou que fez uso de maconha".

Policial atira dentro de hospital em Vila Velha. (Daniela Carla | TV Gazeta)

Perguntada sobre a causa desse arrependido, a médica respondeu que, "pelo que deu a entender, foi o uso da droga, que não faz uso habitual e por isso estava arrependido. Mas, de fato, não me contou o que foi não".

"MUITO ASSUSTADOR"

Uma técnica de enfermagem que participou do atendimento ao policial detalhou à TV Gazeta como tudo aconteceu. "Ele jogou a folha com agressividade no balcão. Pedimos que ele aguardasse no boxe. Fomos pegar o medicamento dele na farmácia. Assim que a gente entrou dentro do boxe, ele estava lateralizado (de lado) para poder a gente fazer a endovenosa. Deitado de lado, como se já estivesse escondendo alguma coisa. Estava eu a minha companheira, eu fiz a diluição do medicamento e a minha colega foi fazer a pulsão. Fizemos a pulsão. Quando viramos as costas, ouvimos o primeiro tiro e saímos correndo. Foram bastante tiros, muito assustador".

MARCAS DE TIROS

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