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Prisão de engenheiro acusado de matar esposa no ES completa um ano

Prisão de engenheiro acusado de matar esposa no ES completa um ano

Ele foi preso no dia 17 de janeiro e continua detido. O processo já entra na fase de alegações finais, segundo a defesa

Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 16:56

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Danielly Benício e Patrick. (Reprodução/Instagram)

Um caso que inicialmente foi considerado suicídio pela Polícia Civil, logo depois teve um desdobramento assustador, segundo as investigações. Há pouco mais de um ano a professora Danielly Wandermurem Benício, de 36 anos, apareceu morta dentro de casa, na cobertura onde morava com o marido, o engenheiro Patrick Noé dos Santos Filgueira, de 38 anos. A prisão dele completou um ano na última quinta-feira (17). O processo já entra na fase de alegações finais, segundo a defesa.

O casal teve uma briga durante a tarde do dia 29 de dezembro de 2017 porque Patrick alegou que Danielly estava conversando com outra pessoa no celular. Após a briga, o engenheiro foi para casa de parentes e, à noite, retornou com um familiar.

Eles ficaram no apartamento de 22h37 às 22h46. Neste horário, eles deixaram a cobertura em Jardim Camburi, Vitória, com uma mala e se dirigiram ao elevador, momento em que Patrick retornou ao apartamento onde, segundo a polícia, deixou o local às 22h48. Nesses dois minutos, segundo as investigações, ele teria assassinado a esposa.

A última audiência de instrução do processo aconteceu no dia 30 de outubro do ano passado. Atualmente, a defesa e a acusação aguardam a fase de alegações finais do Ministério Público Estadual (MP-ES). “É um processo delicado, com bastante repercussão em volume. Não quer dizer que se não apresentar em cinco dias, não vai poder apresentar depois. O processo não vai andar sem as alegações”, declarou o advogado de defesa de Patrick, Rivelino Amaral. 

Após as alegações do órgão, a defesa e a acusação têm mais cinco dias para fazer as alegações - que são as considerações e um resumo de todo o processo. Logo após apresentadas, o juiz define se vai levar o caso para júri popular ou se vai arquivar o processo. O prazo é de dez dias. Após isso, ainda cabe recursos nos tribunais superiores.

“O processo está terminando. A instrução foi terminada, faltam as alegações finais. Não é possível dar um prazo final. Dependente do entendimento do juiz”, afirmou o advogado de Patrick .

O CRIME

O engenheiro eletricista Patrick Noé dos Santos Filgueiras foi preso no dia 17 de janeiro acusado de ter assassinado a mulher dele, a professora de Geografia Danielly Wandermurem Benício, que dava aulas em um colégio particular de Vitória. Ele continua detido no Centro de Detenção Provisória II, em Viana, segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus).

A investigação, que estava sob segredo de justiça, foi conduzida pelo delegado Janderson Lube, da Delegacia Especializada de Homicídio Contra a Mulher (DEHCM). A professora foi encontrada morta no apartamento onde morava em Jardim Camburi, em Vitória, no dia 30 dezembro do ano passado.

Num primeiro momento, a informação foi de que a mulher teria cometido suicídio, mas a polícia não estava convencida e seguiu investigando o caso. Imagens das câmeras do condomínio ajudaram a polícia a esclarecer as circunstâncias da morte.

MARIDO “RASTREAVA” DANIELY

Patrick instalou um programa espião no celular da vítima para monitorar as conversas que ela mantinha com outras pessoas em um aplicativo.

A informação foi revelada pelo delegado Janderson Lube, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher, responsável pela investigação do assassinato da professora. Por causa de ciúmes, o engenheiro estava monitorando o celular da professora desde maio de 2017.

“MORTE EXTREMAMENTE VIOLENTA”

O delegado Janderson Lube afirmou que a morte da vítima foi "extremamente violenta". O titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher concluiu o inquérito e encaminhou à Justiça.

Segundo o delegado, o laudo aponta que Danielly morreu por causa de uma hemorragia intracraniana causada por uma pancada na cabeça. As imagens do sistema de videomonitoramento do prédio ajudaram a polícia a concluir o caso. O marido dela, Patrick Noé, foi a última pessoa a deixar o apartamento no dia 29 e a voltar ao local no dia seguinte.

DEFESA DIZ QUE MP-ES NÃO PROVOU CULPA DE PATRICK

O advogado de defesa de Patrick, Rivelino Amaral acredita que o Ministério Público Estadual (MP-ES) não conseguiu provar durante o processo que o engenheiro assassinou a própria esposa e acredita que a Justiça vai absolvê-lo.

“Não tem elemento nenhum que ele cometeu homicídio contra a esposa dele. Nada nesse sentido foi apresentado pelo Ministério Público. Não conseguiu fazer a prova de que os fatos se deram como narrados na denúncia. Esperamos que ele seja colocado em liberdade”, explicou.

O advogado também afirmou que nenhum pedido de liberdade será feito durante o restante do processo. “Estamos aguardando a sentença e acreditamos na inocência, Vamos esperar o resultado”, finalizou.

MP-ES

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O Ministério Público Estadual (MP-ES) foi demandado para comentar o caso, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem. A reportagem também procurou em quatro ocasiões a advogada assistente de acusação, Arlete Barreto Araújo Silveira, mas não houve possibilidade de entrevista. 

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