> >
'Tiraram a vida do meu genro à toa', desabafa sogra de vítima de ataque

"Tiraram a vida do meu genro à toa", desabafa sogra de vítima de ataque

Segundo a mulher, Patrick havia saído para buscar refrigerante em um local que sempre ia, mas assim que saiu de casa os tiros foram ouvidos. A vítima não tinha passagens pela polícia

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 13:12

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Patrick Oliveira de Sousa, de 26 anos, morreu durante ataque no bairro Moscoso. (Reprodução/Facebook)

Depois da noite trágica que terminou com três mortos e dois feridos, no alto do morro do bairro Moscoso, na divisa com o Morro da Piedade, em Vitória, na noite desta segunda-feira (14), familiares e amigos das vítimas estão inconsoláveis. A sogra do coletor de lixo Patrick de Oliveira Sousa, de 26 anos, que morreu durante o tiroteio, preferiu não se identificar e relatou, muito emocionada, toda a situação. Segundo a mulher, Patrick havia saído para buscar refrigerante em um local que sempre ia, mas assim que saiu de casa os tiros foram ouvidos.

"Ele tinha costume de ir lá sempre comprar e nunca demorava. Na hora, estava ele e mais quatro pessoas conversando. Eles já chegaram atirando, não perguntaram nada, atiraram e foram embora sem falar nada. Tiraram a vida do meu genro à toa, como se ele fosse um lixo, e foram embora", desabafa.

A sogra da vítima diz que Patrick frequentava muito a casa porque a filha dela, de 19 anos, está grávida de cinco meses e o jovem dava força à menina, com quem mantinha um relacionamento há cerca de um ano.

ENTITY_quot_ENTITYTiraram a vida do meu genro à toaENTITY_quot_ENTITY, desabafa sogra de vítima de ataque
Aspas de citação

O Patrick estava com a minha filha há um ano. Ele era de Vila Velha, mas como minha filha está grávida dele, ele estava com frequência na minha casa para dar apoio a ela. A gente espera justiça, mas mais a justiça de Deus, por que a do homem é falha. Meu genro não tinha vícios, não bebia, não fumava. Agora minha filha está lá, dopada de remédio, não consegue nem falar. É uma cena difícil de acreditar, parece um filme de terror

Sogra de Patrick
Aspas de citação

 

FALTA DE SEGURANÇA

A mulher ainda afirma que pretende ir embora do bairro, mas não sabe se terá condições financeiras para sair. Questionada sobre a base da Polícia Militar, instalada no Morro da Piedade, a sogra de Patrick diz que não viu diferenças e que os moradores do local vivem como verdadeiros presidiários.

"A gente vive como se fosse presidiário, portão 24 horas fechado com cadeado, não temos liberdade, se a gente sai, não podemos voltar à noite, temos medo de subir o morro. A sensação é de impunidade. A  base da PM é praticamente na rua, o perigo é lá em cima no alto do morro, então não mudou nada lá em cima", descreve.

VÍTIMA NÃO TINHA PASSAGENS

De acordo com a polícia, Patrick Oliveira de Sousa, 26 anos, era coletor de lixo em Vitória, ajudante de pedreiro nas horas vagas, não tinha passagem pela polícia e era morador do bairro Cobilândia, em Vila Velha. Patrick era amigo do coletor de lixo que foi baleado, mas sobreviveu. 

ENTREVISTA COM A SOGRA DA VÍTIMA

A instalação da Base no Morro da Piedade trouxe segurança na região?

“A Base fica lá embaixo, os policiais estão lá com frequência, mas não trouxe paz lá em cima”.

Policiais fazem rondas no bairro?

“Durante o dia sim, mas a noite não”.

A insegurança continua no bairro?

“Continuou sim, mataram três inocentes lá em cima.

Como era o Patrick?

“Patrick era uma pessoa muito doce, trabalhador, estava feliz porque ia ter um filho e tiraram a vida do meu menino como se fosse um bicho. Chegaram atirando sem perguntar nada”.

Este vídeo pode te interessar

Com informações de Kaique Dias e Ygor Amorim

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais