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Secretário de Justiça: 'Ordens de ataque vêm de fora do presídio'

Secretário de Justiça: "Ordens de ataque vêm de fora do presídio"

Bandidos atearam fogo em ônibus e em empresa que fornece marmita, e deixaram bilhetes em que reclamam da comida e da situação dos presídios capixabas

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 18:45

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Ônibus incendiado por bandidos na Serra. (Gazeta Online)

"As ordens para incendiar ônibus e uma empresa de marmitas não partiram de dentro dos presídios".  A afirmação é do secretário de Justiça do Espírito Santo, Luiz Carlos Cruz, que garante que a alimentação e o ambiente dentro dos presídios capixabas está entre os melhores do Brasil. Na noite desta quarta-feira (20) bandidos colocaram fogo em um ônibus do Transcol, na Serra, e houve ainda a tentativa de realizar uma ação parecida em Vila Velha. No último domingo (17), bandidos atearam fogo em uma empresa que fornece marmitas para os presídios. O inquérito que investiga se os casos tem relação e autoria dos crimes está em sigilo.

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A gente acredita que em breve a Polícia Civil vai conseguir dar uma resposta se há ou não relação entre esses fatos. Estamos tendo alguns ataques, que partem sempre de fora das unidades prisionais. Os bilhetes foram colocados do lado de fora, as ações foram orquestradas do lado de fora, são ações dos criminosos que estão em liberdade. As ordens estão vindo de fora dos presídios. Não há nenhum dado que a gente possa associar que o crime que foi cometido partiu de ordem de dentro do presídio.

Luiz Carlos Cruz, secretário de justiça do Espírito Santo
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Durante os ataques, criminosos têm deixado bilhetes com críticas a respeito do sistema prisional do Estado. Em um deles, o aviso é claro: "Estamos cansados de ser tratado como animais. Caso esse esculacho, essa opressão não acabar nos presídios capixabas, as coisas podem piorar. Se tiver desacreditando só pagar pra ver". Para os secretário de justiça as críticas não têm fundamento.

Bilhete deixado por criminosos após incêndio que destruiu ônibus na Serra. (Gazeta Online)

"As unidades prisionais são abertas para visitação, recebem inspeções periodicamente do setor de direitos humanos da OAB, do conselho penitenciário. 50% do nosso custeio está ligado a alimentação do preso, nós temos um controle de qualidade de peso e temperatura que é mantido diariamente. Sabemos que problemas existem pontualmente, até por que numa situação de calor, de verão, é possível que alguma comida possa chegar um pouco azeda, mas ela é substituída imediatamente. O ambiente hoje é um dos melhores do Brasil em relação ao sistema prisional", garante Cruz.

Terrorismo

Para o secretário de justiça as ações dos bandidos são uma forma de gerar pânico na população capixaba. "Terrorismo, para que a população fique apavorada e eles colocam como motivação a comida. A revolta veio de fora, não veio de dentro. Não tivemos preso reclamando da comida. A pessoa bota fogo em uma cozinha, para que não seja entregue a comida, dizendo que a comida está ruim. Existe uma tentativa de desestabilizar, e eles estão alcançando isso através do medo, das notícias, do pânico que tentam trazer para a população", afirmou.

Alimentação como pretexto

Ação dos bandidos contra a empresa que fornece marmitas não surpreendeu a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que afirma que as reclamações a respeito da alimentação dos presídio é apenas um pretexto, uma forma de pressionar para a distribuição dos presos dentro das cadeias seja modificada e siga o padrão de outros estados do país.

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"Desde de dezembro temos um plano de contingência para essas ações que já estavam ameaçadas de acontecer. Já esperávamos que esse atentado à cozinha pudesse acontecer. A coisa mais grave que pode acontecer para uma pessoa que está pressa é faltar água e comida. Os principais casos em que a gente pode ter ameça de algum motim é a pessoa ficar com sede ou com fome. Em vários estados as galerias são divididas pela facção a que o preso pertence, mas isso não acontece aqui. Não existe isso, eles não têm o controle, mas há muito tempo a gente sabe que eles tentam se instalar dentro das unidades prisionais como se fosse um escritório do crime, como acontece em outros estados", concluiu. 

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