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Caso Jane Cherubim: agressor envia áudio para sogra após crime

Caso Jane Cherubim: agressor envia áudio para sogra após crime

Jonas de Amaral, de 34 anos, é foragido da Justiça; a polícia pede ajuda aos moradores da região

Publicado em 6 de março de 2019 às 17:49

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Jonas Amaral e Jane Cherubim em destaque . (Reprodução)

Depois de espancar a namorada Jane Cherubim, de 36 anos, quase até a morte, o vendedor Jonas de Amaral, de 34 anos, enviou um áudio por um aplicativo de mensagens para a sogra. Na fala do vendedor, é possível perceber o nervosismo de Jonas, que fala que Jane está desmaiada no asfalto, "fingindo", diz.

"Eu estava lá no bar trabalhando, pedi para ela ir perto de mim lá e ela não quis, para fazer desfeita da minha pessoa, Dona Maria, e ela está aqui agora fingindo que não é sei o quê, ela está desmaiada no asfalto. Eu cansei dessa vida, Dona Maria, eu fiz de tudo para vocês, cansei dessa vida hipócrita minha. Cansei mesmo, de coração."

OUÇA

Jonas de Amaral enviou áudio para a sogra

Jonas é acusado de espancar a namorada na madrugada de segunda-feira (4) em Pedra Menina, localidade de Dores do Rio Preto, na Região do Caparaó. Nesta terça-feira (5), o delegado Ricarte Teixeira, que investiga o caso, pede um mandado de prisão contra o homem que, até então, está foragido da Justiça. 

VENDEDORA CONFIRMOU ESPANCAMENTO

Em recuperação no hospital, a vendedora Jane Cherubim conseguiu falar na noite de terça-feira (5) e confirmou à família que foi espancada pelo então namorado Jonas Amaral. A informação foi dada ao Gazeta Online pelo irmão da vítima, o empresário Cleiton Cherobin, na manhã desta quarta-feira (6).

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O estado dela é estável. Já levantou e foi ao banheiro, conversou, está melhorando, graças a Deus. Está desinchando. Agora o foco é achar ele. Se Deus quiser as polícias vão fazer um bom trabalho e encontrá-lo

Irmão da vítima
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O empresário contou que a família está o tempo todo com a vendedora, mas não faz muitas perguntas, pois a prioridade é a recuperação dela. Com o rosto ferido, Jane ainda não enxerga.

DEPOIMENTO

Sem conseguir dormir e tirar da cabeça as imagens da irmã, que achou estar morta de tão machucada, o empresário Cleiton Cherobin*, 33 anos, conversou com a reportagem do Gazeta Online sobre os detalhes que antecederam o crime, como a encontrou e como era a relação de Amaral com a família. "O cara era muito, muito atencioso. Só tinha um porém: ele era ciumento ao extremo". Abaixo, Cleiton descreve o terror que ainda estão passando.

*A grafia do sobrenome se diferencia por um erro de digitação na identidade da irmã  

Jane Cherubim, espancada, torturada e abandonada em uma estrada na região do Caparaó, Espírito Santo. As imagens foram cedidas pela família. ( Reprodução/Arquivo Pessoal)

O que aconteceu?

Eles estavam trabalhando à noite junto comigo. A noite toda todo mundo bem, trabalhando. Quando foi perto de 3 horas da manhã, fomos embora. A gente desce à direita para Espera Feliz (MG) e ele não desceu. Ele subiu para Forquilha do Rio. A minha esposa comentou comigo o que o Amaral iria fazer lá uma hora dessa.

Ele estava com a sua irmã no carro.

Sim. Temos filmagens, temos tudo. Os dois saindo do trabalho e entrando no carro. Subiram para estrada Parque. Aí a minha esposa fez o comentário. Aquilo me preocupou. Resolvi ligar para a minha irmã. Liguei duas vezes e ela não atendeu. Ela não era de fazer isso, aí que eu fiquei mais preocupado ainda. Fui ligando, ligando e ele atendeu o celular dela. Muito nervoso, falando que ele tinha brigado com ela, e ela tinha jogado a chave do carro fora, que ele queria a chave para ir embora. Eu falei para ele se acalmar e perguntei onde ele estava. Ele disse que estava perto de Espera Feliz no asfalto. Eu falei que ia buscá-lo, ele disse que não precisava e imediatamente desligou o telefone.

O que você fez?

Virei o carro e fui para Espera Feliz. Rodei a cidade toda, fui na casa da minha irmã, porque ela mora em Espera Feliz. Ela não estava, só estava o filho dela dormindo. Ele acordou e entrou comigo no carro. Fui à Delegacia de Espera Feliz. Voltamos e fomos para a casa do pai do agressor. Aí ele ligou querendo falar com o pai dele. O pai dele ficou gritando: 'Não faz isso não, Amaral. Volta pra casa'. Eu acho que naquele momento ele já tinha confessado para o pai dele que tinha agredido a minha irmã. Eu voltei para Pedra Menina. Antes disso, chamei o meu irmão no sítio dele. A minha esposa foi com o meu carro e eu no carro com o meu irmão. Subi para a Forquilha do Rio. Quando estava subindo, encontrei outro funcionário que entrou no carro para ajudar a gente.

Cena de horror.

A gente andou uns quatro quilômetros subindo.

Aspas de citação

Quando a gente saiu de uma curva, ela já estava espichada no meio da rua. Toda ensaguentada, seminua, sem calcinha, toda ralada, o rosto todo deformado, sangue, a orelha dela toda inchada, cabeça toda cortada, as unhas... Arrancou a unha dela

Cleiton Cherobin, irmão da vítima
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Toda destruída. E o carro dele estava logo na frente abandonado. Eu acho que ele achou que ela estava morta, colocou ela no meio da estrada, perto de uma curva, para alguém vir de carro, não ver e atropelar. Mas Deus foi tão bom que eu achei ela. Coloquei ela no carro e levei para o hospital.

Ela estava acordada ou desacordada? Conseguiu falar alguma coisa?

Não. Ela não tem como falar. Ela estava desmaiada. Nem hoje ela consegue falar. Você não tem noção. Ela está com o nariz quebrado, a boca toda cortada. Ela tinha um rosto fininho. Vou te mandar uma foto de antes e outra dela agora. A gente precisa prender esse vagabundo. A gente precisa alertar outras mulheres. Precisamos mostrar as imagens dela machucada para que vejam a gravidade. Gente, essas meninas estão perdidas. 

Aspas de citação

Se viu que o companheiro é agressivo, chato, enjoado, ciumento, larga. Sai fora. Não fique correndo risco de vida

Irmão da vítima
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Ele já tinha algum histórico de agressão, algum comportamento estranho?

Não. A gente abraçou ele na família como se fosse um irmão. O cara era muito generoso, bacana. Muito atencioso. Só tinha um porém: ele era ciumento ao extremo. A minha irmã é muito bonita e ele é um cara feio. Então ele era muito ciumento. A gente ouviu dizer que ele já bateu em outra mulher, mas a gente não sabia disso, a gente só ficou sabendo agora.

Foto com declaração de amor publicada no Instagram do principal suspeito de ter agredido a namorada no Caparaó. (Reprodução/Instagram)

Eles estavam juntos há quanto tempo?

Acho que por volta de um ano.

O filho dela não é dele?

Isso. É de outro relacionamento.

Ele é da região?

Ele é de Espera Feliz, Minas.

O que você sentiu quando viu a sua irmã naquela situação?

Simplesmente achei que a minha irmã estava morta. Senti uma aflição muito grande. Minha irmã estava toda ensaguentada. Foi a coisa mais horrível que aconteceu na minha vida.

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Não consigo dormir. Aquele filme fica na minha mente. O sentimento é de como pode ter uma pessoa tão brutal, tão sem amor ao próximo para fazer uma crueldade dessas

Irmão da vítima
Aspas de citação

A única coisa que pensei foi em pegá-la e socorrê-la. Levamos para o hospital de Espera Feliz e hoje ela está em Carangola, que é um hospital melhor.

Qual é o estado de saúde dela?

Aspas de citação

Estável. Ela não conversa, respira por aparelho, ela não enxerga, está com o nariz quebrado. Está com o pescoço todo roxo porque ele tentou estrangulá-la. Não tem uma parte do corpo dela que não esteja roxa ou ralada, porque ele esfregou ela no calçamento pra todo lado

Irmão da vítima
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Eu nunca tinha visto isso com a gente. Nossa família é muito querida, humilde, conhecida. É inacreditável a gente passar por isso. É difícil demais.

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