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ES: 94 pedidos de medidas protetivas e 70 homens presos no carnaval

ES: 94 pedidos de medidas protetivas e 70 homens presos no carnaval

A onda de violência resultou, durante o período de folia, em dez estupros em todo o Estado. também foram registrados quatro casos de importunação sexual

Publicado em 7 de março de 2019 às 15:08

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O Espírito Santo registrou 169 casos de violência contra mulher durante o Carnaval, de 18h da última sexta-feira (01) às 6h da quarta-feira de cinzas (6). O Estado teve 94 pedidos de medidas protetivas solicitadas por mulheres ameaçadas de violência doméstica somente neste período. Também foram presos em flagrante 70 homens acusados de agressão ou de crimes contra a dignidade sexual da mulher. 

O balanço preocupante foi divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado (Sesp) e mostra que, desses casos de violência, 84 foram de lesão corporal contra mulheres, dez de estupro, 60 de ameaça, dois de tentativa de feminicídio, nove descumprimentos de medidas protetivas e quatro casos de importunação sexual.

Entre as ocorrências registradas, a que ganhou mais repercussão foi a da vendedora Jane Cherubim, covardemente espancada em Dores do Rio Preto, na região do Caparaó, no Espírito Santo. O suspeito é o namorado, Jonas do Amaral, de 34 anos, que é considerado foragido e deve ser preso em pouco tempo, segundo o delegado-chefe da Polícia Civil, José Darcy Arruda.

ES registra 169 casos de violência contra mulher só no carnaval

A vítima foi abandonada em uma estrada e está internada em um hospital de Carangola, cidade de Minas Gerais. O motivo da brutal agressão teria sido apenas o fato dela não querer tirar uma foto com o namorado por estar fisicamente cansada.

O secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Sá, garantiu que esse e outros casos de violência contra a mulher não ficarão impunes.  

"Não sei nem se eu consideraria essas pessoas como homens porque um homem de verdade não faz uma agressão como essa contra uma mulher. Na verdade contra ninguém. Fica o recado: no Espírito Santo, nós estaremos atuando de forma implacável e incansável para colocar atrás das grades esses covardes agressores".

 

Setenta autores de violência doméstica e de crimes contra a dignidade sexual da mulheres foram presos em flagrante durante o carnaval. Roberto Sá fez um incentivo às mulheres vítimas de violência para denunciar os casos à polícia.

"Denunciem, acreditem. Ao menor sinal de que essa confiança foi perdida e de que pode haver uma agressão física, já nas agressões verbais, tomem suas providências de afastamento e a Polícia está à disposição para fazer o registro e para solicitar as medidas protetivas"

O delegado-geral da Polícia Civil, Darcy Arruda, declarou que os números chamam a atenção, mas aparecem mais em razão de que anteriormente eram subnotificados. “Os números poderiam estar escondidos. A imprensa ajudou muito também, dizendo o ‘Não é Não!’. A mulher está tendo maior confiança, entendendo o papel que tem que denunciar, não pode se calar e guardar para ela. Os números estão aí”, declarou.

Segundo Arruda, não é possível fazer comparativos com anos anteriores, pois o índice não era aferido ainda. 

“Todos os casos em que foram levados à polícia terão providências tomadas. Nos casos de flagrante delito, o crime é inafiançável e o agressor vai ficar preso. De lá não sai”, pontuou.

REPRESSÃO E PREVENÇÃO

O secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, explicou que o trabalho vai continuar, tanto na parte repressiva, quanto no setor preventivo. “É uma covardia. As instituições presentes não vão descansar enquanto não colocarem esses agressores covardes atrás das grades”, garantiu o secretário. .

Para José Darcy Arruda os agressores têm perfis que podem ser traçados, em programas realizados pelo Governo do Estado, como o “Homem que é homem”. “A ideia é trabalhar o psicológico, os os traumas, as deficiências dele, para que ele entenda que não pode agredir e quando estiver de frente de uma situação possa se conter”, completou.

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