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'Inacreditável não ter perdido a visão', diz médico de Jane Cherubim

"Inacreditável não ter perdido a visão", diz médico de Jane Cherubim

Jane se recupera do espancamento que sofreu do ex-namorado em hospital de Minas Gerais; médicos se espantaram com a evolução na recuperação da vendedora

Publicado em 10 de março de 2019 às 13:13

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Jane Cherubim está se recuperando na Casa de Caridade de Carangola. (Reprodução)

Carangola, MG - Os médicos de Jane Cherubim, que foi espancada e largada em uma estrada do Espírito Santo pelo então namorado, Jonas Amaral, estão surpresos com a recuperação da vendedora. O oftalmologista dela diz que é "inacreditável que ela não tenha perdido a visão" e aos poucos seu rosto está voltando à forma normal. 

Segundo o irmão dela, Salvador Cherobin, os hematomas também estão sumindo e Jane já apresenta melhora significativa. "Visualmente você observa uma melhora gigantesca. Ela abre os olhos, se alimenta, está falando. O rosto já está mais fino, os hematomas já diminuíram um pouco. O oftalmologista disse que é inacreditável que ela não perdeu a visão. E ele não acredita que terá sequelas", relata. 

De acordo com Salvador, que conversou com exclusividade com a reportagem do Gazeta Online, Jane precisará de acompanhamento psicológico a longo prazo, porque está relatando frequentemente que está com medo de ele ir atrás dela. "Ela tem sentido enjoos e está com dificuldade de se alimentar por conta disso", diz. 

"Sexta-feira exigimos um pouco mais dela, colhendo informações e isso a deixou muito nervosa e abalada. Optamos por recuar e reduzimos o número de visitas. Não há previsão de alta, mas pelo quadro dela a gente acredita que não deve demorar. Ela conversa muito baixo, as vezes um pouco grogue por conta dos remédios", completou. 

Jane Cherubim está se recuperando na Casa de Caridade de Carangola. (Beatriz Caliman)

A reportagem de Gazeta Online conversou com exclusividade com Salvador Cherobin, o irmão de Jane, em Carangola, cidade de Minas Gerais. Ele detalhou o passo a passo do drama vivido pela irmã, a relação dela com o então namorado Jonas Amaral e como está a recuperação da vítima. Confira:

NERVOSISMO E AMEAÇA

"Ela contou detalhes do trajeto que eu não sabia. Ela conta que a motivação do crime foi mesmo a recusa da foto. Ele focou muito nisso, insistiu muito. Ao encerrar o horário de trabalho eles iriam para casa. Ele saiu do estacionamento e quando iniciou o movimento do veículo na rodovia ele já começou a falar da foto. Ele disse: 'Ah, você não quis fazer a foto comigo. Agora a gente vai ali em cima e você vai fazer'. Ali ela já percebeu o nervosismo dele e o carro em alta velocidade. Nesse trajeto ele falou pra ela que jogaria o carro em uma ribanceira para matar os dois. Ela tentou acalmá-lo e conversar, já muito preocupada de que algo muito grave poderia acontecer com ela. Ela disse que só pensava nos dois filhos, de 19 e 8 anos, com aquela angustia de que passaria por um momento difícil ou até fatal."

AGRESSÕES FÍSICAS

"Foi quando, sem muito previsão, num reflexo para sobreviver, ela tirou a chave do carro, que perdeu a direção e entrou na contramão. Ela jogou a chave pela janela do carro, o veículo parou e ele já começou a discutir com ela, agora por conta da chave. Ele deu um chute nas costelas dela já a jogando para fora do carro. Ela caiu no chão e ele começou a xingá-la. O celular tocou, era meu irmão. E o Jonas gritando que queria a chave. Ela respondeu que iria procurar, que só precisava de uma lanterna. Ela pediu para que assim que achasse a chave os dois voltassem para a casa dos nossos pais. Ela acreditava que eles iriam voltar pra casa. Já machucada, ela viu o celular tocando e ela tentou pegar o aparelho. Foi quando ele ele deu mais murros nela. O celular continuou tocando e foi nesse momento que ele atendeu. Disse para meu irmão que eles haviam brigado e que ele foi embora a pé e já estava em Espera Feliz, em Minas Gerais."

TORTURA E AMEAÇA DE MORTE

"Nesse momento a minha irmã já não tinha uma consciência normal. Ele desligou a ligação começou a procurar coisas no celular dela, fotos, mensagens... E ao mesmo tempo que ele procurava algo, mesmo sem encontrar nada, ele chutava e batia nela. Um fato que me deixou muito triste foi que ele chegou a declarar pra ela que iria matá-la. Isso deve ter machucado muito ela. Isso me chocou. Me deixou mais triste do que já estava. Porque além da violência física ele fez muita violência psicológica com ela. Você sabe que está indefesa e no meio do nada... Ela olhava e não tinha nada, só mato e estrada. Ela pequena, ele grande, atleta, goleiro de futebol. Depois foram várias pancadas e ela apagou. Os hematomas estão da cabeça aos dedos, até nas unhas. Dá pra ver exatamente a marca da mão dele que vai do pescoço até atrás da orelha. Eu tive que em segurar muito pra ouvir isso dela. Foi muito doloroso ouvir de forma tão clara e detalhada. Foi chocante. Pra ela também. Tanto que ela estava avançando muito e sentiu essa pressão por ter relembrado tudo com detalhes."

CIÚMES E SENTIMENTO DE POSSE

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"Minha irmã já tinha entendido que ele era ciumento e possessivo e isso poderia ser um problema. Ele queria ela só pra ele. As vezes tinha ciúmes até dos irmãos e dos filhos. Ele tentava afastá-la de outras pessoas. Ela contou que havia conversado com ele sobre os ciúmes, que estava sufocada, e deu dois meses para ele se ajustar. Ela não deveria ter dado esse prazo, mas ela jamais acreditou que ele era capaz disso. Nem nós. Eu falava bem do Jonas para as pessoas, que ele era tranquilo e prestativo. Não tem como explicar, ele enganou todo mundo. Em momento algum ele pensou nos filhos da minha irmã. No filho dele."

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