> >
Jane Cherubim: 'Era tratada como uma rosa e depois fui espancada'

Jane Cherubim: "Era tratada como uma rosa e depois fui espancada"

No Dia Internacional da Mulher, vendedora pediu que as mulheres tenham cuidado, que não confiem tanto nos homens

Publicado em 8 de março de 2019 às 15:06

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Jane Cherubim está se recuperando na Casa de Caridade de Carangola. (Beatriz Caliman)

Internada na Casa de Caridade de Carangola, em Minas Gerais, a vendedora Jane Cherubim mandou um recado para as mulheres neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher. Por meio do irmão, o representante comercial Salvador Cheromim, Jane pediu que as mulheres tenham cuidado, que não confiem tanto nos homens, que ela era tratada como uma flor e depois foi espancada.

Salvador Cherobim contou para a reportagem do Gazeta Online, que está em Carangola, que a irmã está muito melhor, que ainda não quer que divulgue a foto de como ela está atualmente e que nesta quinta-feira (07) se olhou pela primeira vez no espelho e disse para mãe: "O que fizeram comigo". Depois, chorou muito, revelou o irmão.

CARRO EM RIBANCEIRA

Jane também recordou mais detalhes do crime, mas, segundo Salvador, as informações serão repassadas apenas para a polícia. Um dos detalhes é de que Jonas do Amaral ameaçada a todo instante jogar o carro em uma ribanceira, e que depois disso ele passou a agredir Jane.

Ainda não há previsão de alta médica para a vendedora. Ela segue em tratamento com antibióticos e medicação para dor, já conseguiu abrir os olhos e conversa, conforme informou o representante administrativo da Casa de Caridade de Carangola. 

FORÇA-TAREFA PARA CAÇAR AGRESSOR

Jonas Amaral, acusado de agredir a namorada Jane Cherubim, em Dores do Rio Preto . (Reprodução/Instagram)

Uma força-tarefa com policiais mineiros e capixabas foi organizada para localizar Jonas Amaral, de 34 anos. Ele é apontado como o autor das agressões que desfiguraram o rosto da vendedora Jane Cherubim, de 36 anos.

O crime aconteceu na última segunda-feira, na pacata Dores do Rio Preto, Região do Caparaó.O casal foi visto pela última vez saindo da cervejaria da família da vítima, onde trabalhavam.

Horas depois Jane foi encontrada pelos irmãos abandonada em uma estrada rural, seminua, onde poderia ser atropelada. Tinha sido brutalmente espancada. Desde então Jonas está foragido.

Fotos do acusado, com uma cópia do mandado de prisão expedido na noite da última terça-feira, estão sendo distribuídos para diversas equipes que atuam nas buscas. Uma dessas equipes esteve em Pedra Menina na tarde de ontem para checar uma denúncia, mas não obtiveram sucesso na prisão.

Força-tarefa no Espírito Santo e Minas para caçar agressor de Jane Cherubim

DÚVIDAS

A família de Jonas também está à procura do acusado. “Ainda não temos nenhuma notícia. Não sabemos se está vivo ou morto”, disse o irmão Juscelino Amaral.

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, um grupo de 40 pessoas, entre amigos e familiares, se reuniu para procurá-lo na estrada que dá acesso ao Parque Nacional do Caparaó, e nas proximidades. Inclusive, a mãe do acusado esteve na região na última quarta-feira.

Para o delegado titular do município de Alegre, Ricarte Teixeira, que está à frente das investigações, o agressor recebeu ajuda para fugir da região.

O delegado relatou que está sendo investigado também o crime de favorecimento pessoal, além de outros crimes.

“O crime de favorecimento pessoal é quando alguém auxilia o acusado a fugir do local, da polícia. Pelo local em que o carro de Jonas foi abandonado, nos dá a entender que ele foi auxiliado por alguém. Ele não fugiu a pé. Por que abandonaria o carro ali?”, indagou.

Outra linha de investigação apura se houve estupro, uma vez que Jane foi encontrada sem as roupas íntimas. “Ainda não temos a certeza dessa informação, ela comentou alguns detalhes por alto, que é o que já falamos. A polícia não pode ir até o hospital porque ela inspira cuidados. Tudo leva a crer que isso pode ter ocorrido, porque ela foi encontrada seminua, mas só exames vão apontar”, disse.

O delegado informou ainda que foi à casa do pai do Jonas, em Espera Feliz, Minas Gerais, na última quarta-feira. O pai foi orientado a falar para o filho se entregar à polícia, caso faça contato novamente com a família.

“É um crime que causou muita comoção e revolta, de modo que uma pessoa mais exaltada pode querer fazer justiça com as próprias mãos. O aconselhamos a falar para que o filho se entregue, passei até o meu número pessoal caso ele queira se entregar. É o melhor a ser feito”, disse.

Dificuldades

Apesar dos esforços da polícia para localizar o suspeito pelos espancamentos, o advogado da vítima, Bruno Gaspar, destaca que falta contingente no Espírito Santo para atuar na segurança pública da região.

Este vídeo pode te interessar

Hoje ele vai cobrar da Promotoria de Justiça de Dores do Rio Preto e do delegado mais engajamento nas buscas pelo acusado. “Minha crítica é ao sistema. São seis policiais para atender três municípios. Falta material, ao contrário de Minas Gerais”, ponderou.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais