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Moradores de Carangola chocados com casos de violência contra mulheres

Moradores de Carangola chocados com casos de violência contra mulheres

Cidade onde Jane Cherubim está internada viu um caso de feminícidio em menos de dois meses

Publicado em 9 de março de 2019 às 19:50

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09/03/2019 - A cidade pacata de Carangolas, em Minas Gerais. (Elis Carvalho)

Os moradores da pacata cidade de Carangola, interior de Minas Gerais, onde a vendedora Jane Cherubim, 36 anos, permanece internada, estão chocados com a crueldade com que a vítima foi espancada pelo então namorado Jonas Amaral, 34, na última segunda-feira (4), em Pedra Menina, Dores do Rio Preto. A tristeza pela notícia ficou ainda maior porque as pessoas da região ainda não não estavam recuperadas de um feminicídio que abalou o local, o assassinato da atleta Mônica Gonçalves, 33, morta pelo ex-marido em janeiro de 2019.

Mônica Gonçalves era conhecida na cidade por ser atleta de corrida rústica. Ela tinha uma Medida Protetiva contra o ex-marido, José Cezar Mendes Miguel, de 38 anos, que não aceitava o fim do relacionamento. A atleta foi assassinada no dia 18 de janeiro, no bairro Aeroporto, enquanto estava em casa com os filhos. O crime aconteceu quando a vítima abriu a porta da residência e foi surpreendida pelo ex, que a atacou com duas facadas no peito.

09/03/2019 - Mônica Gonçalves era atleta de corrida rústica e foi morta pelo ex-marido, José Cezar Mendes Miguel, em janeiro deste ano. (Reprodução)

A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital Casa de Caridade de Carangola - o mesmo que Jane está internada, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu. José Cezar se entregou para a polícia logo depois, confessou o crime e foi detido em flagrante.

"A Mônica foi minha aluna. Uma moça muito querida por todos. Eu estou chocada com o caso dela até agora. Ainda não tinha me recuperado do choque, quando soube do caso da Jane, que está internada aqui (em Carangola). Quando a gente pensa que não vai acontecer mais uma barbaridade com mulher, somos surpreendidos de novo. Eu percebo até que a cidade está em um clima diferente, triste", disse uma idosa, de 71 anos, que preferiu não se identificar.

Já a atendente Claudia Mendonça, de 43 anos, afirmou que devido aos últimos casos de feminicídio, sente medo de sair e de casa e se relacionar com as pessoas.

"A imagem da Jane ao chegar no hospital vem na minha cabeça o tempo todo. Não faz nem um mês que a Mônica foi covardemente assassinada. Ela era muito querida na cidade. A gente ainda estava em luto quando recebemos a notícia da Jane. Dá até medo de sair de casa, conhecer alguém, se relacionar com outras pessoas. Porque as mulheres não param de ser assassinadas por homens que elas confiavam", lamenta.

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Jane Cherubim. (TV Globo)

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