A jovem que salvou uma universitária na manhã desta terça-feira (12), em Vitória, ao dar uma vassourada na cabeça do agressor da vítima, contou à reportagem como o crime ocorreu. Ela, que tem 25 anos e trabalha como auxiliar de limpeza na Universidade Federal do Espírito Santo, revela o momento em que encontrou a estudante de Arquitetura sendo esganada por um aluno do curso de Física, no campus de Goiabeiras.
A ENTREVISTA
Como tudo começou?
Eram 6h30 quando eu passei pelo refeitório da universidade, que está abandonado. Eu o avistei (o agressor) sentado e, quando passei, ele ficou me encarando.
Você temeu ser uma vítima?
Sim. Eu tive muito medo porque ele me encarou, mas eu continuei firme e percebi que ele estava observando o local que eu estava indo. Quando cheguei do outro lado da rampa, avisei uma funcionária que tinha um homem suspeito no refeitório e pedi que ela não fosse para o lado de lá, mas ela não me ouviu e foi. Com medo de que acontecesse algo com ela, fui atrás para saber se ele faria alguma coisa.
Ele chegou a fazer alguma coisa com essa funcionária?
Não. Mas por ter ido atrás dela (funcionária), eu vi que ele (agressor) havia saído de uma das salas onde os alunos têm o costume de se reunir. Neste momento, ele deu a volta no refeitório e atacou a menina (vítima) pelas costas.
Como foi o momento da agressão?
Ele chegou por trás dela (vítima), a levantou de onde estava sentada e já começou a puxar e tentar enforcar a moça que gritava: "Pelo amor de Deus, me ajuda. Por favor, me ajuda.
O que você fez?
Eu não pensei muito, sabia que precisava ajudar e não a deixaria ali. Foi então que bati nele com o cabo da vassoura que estava comigo. Bati nas costas com intenção de fazer ele parar com toda aquela agressão, mas foi em vão, ele não parava. Vendo a moça naquela situação, eu saí correndo. Ela acabou pensando que eu fosse embora, e gritou: "Volta, volta, pelo amor de Deus, não me deixe aqui sozinha". Mas eu disse que buscaria ajuda. Vi um aluno que estava chegado e gritei por socorro.
O aluno atendeu ao pedido de socorro?
Sim. Ele veio correndo e começou a dar vários socos na cabeça e nas costas do agressor. Depois de muitos socos e empurrões, finalmente ele soltou um pouco a moça que conseguiu correr.
As agressões pararam neste momento?
Não. Apesar de ter conseguido correr dele, ele foi atrás dela e conseguiu pegá-la pelo pescoço de novo. Mas eu já estava ligando para o meu encarregado e avisei o que estava acontecendo. Em seguida, um segurança chegou armado e o agressor finalmente largou a moça e se sentou no chão até a chegada da polícia.
O agressor ameaçou vocês?
Não. Isso me assustou. Ele ficou durante todo o tempo sério e muito calado, não disse uma só palavra. Ele estava focado apenas em apertar o pescoço da moça.
Como foi para você vivenciar tudo isso?
Horrível. Não consigo pensar em outra palavra que não seja horrível.
O que vocês fizeram depois de conseguir livrar a vítima do agressor?
Eu levei a moça para a enfermaria. Eu precisava cuidar dela, saber se ela ficaria bem.
UNIVERSITÁRIO FOI AUTUADO E PRESO
O estudante Deivid Pereira, acusado de atacar a estudante, foi autuado por tentativa de homicídio. A informação foi confirmada pela Polícia Civil, que informou que o agressor foi autuado em flagrante e encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV). Deivid cursava Física, também na Ufes.
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