> >
'Pedi para evitar de sair', diz sogra de professora grávida baleada

"Pedi para evitar de sair", diz sogra de professora grávida baleada

Avó do primeiro filho da professora, Marilene tinha medo de algo acontecer à ex-nora

Publicado em 10 de março de 2019 às 21:12

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Ex-sogra de grávida baleada em Jacaraípe acompanha estado de saúde dela e da bebê no hospital. (Ricardo Medeiros)

A professora grávida baleada no último sábado (09), o marido dela e o filho de 15 anos estão morando em Jacaraípe há apenas um mês, depois de saírem de Serra Dourada. A avó do menino, Marilene da Conceição, havia pedido para que a professora não fosse à praia por segurança.

“Eu havia falado, devido à violência de todo lugar, que evitasse ir à praia, em especial durante o carnaval. Se acontecesse alguma coisa, nem correr ela poderia por causa do barrigão. E, realmente, ela não foi. No sábado, ela saiu de casa apenas para passear com a avó dela que foi visitá-la na casa nova”, contou.

Marilene chegou a falar por telefone com a avó da grávida, que a acompanhava na praia. Foi no momento em que comprava um picolé que a professora foi atingida pelo tiro, exatamente, na lateral da barriga.

“Ela disse que parecia que havia estourado uma bola e quando olhou para baixo e viu que a barriga estava sangrando. Aguardaram o Samu chegar, o marido dela também foi chamado pois estava dando aula, e os policiais também foram para o local. Antes de o Samu chegar, os guardas-vidas da região prestaram auxílio, deitando-a em uma canga”, detalhou Marilene, que é mãe do ex-marido da professora.

O pai da neném e marido da professora foi ao hospital e visitou a esposa durante a manhã deste domingo (10) e também retornou no horário de visita à tarde. Por estar na UTI, a vítima não pode ter acompanhante dentro do Hospital.

Preocupada e ansiosa para visitar a professora baleada e a neném no hospital, a cuidadora Marilene da Conceição, 59 anos, que é avó do filho mais velho da vítima, contou como soube do tiro.

Como a senhora soube dos disparos?

Meu neto, filho dela, de 15 anos me ligou e contou que a mãe dele havia sido baleada, estava no hospital e a irmãzinha havia nascido.

A vítima morava em Jacaraípe?

Ela e a família se mudaram para Jacaraípe há apenas um mês, pois foi transferida de colégio de onde dava aulas. Por isso ela estava acompanhada da avó dela, que havia ido visitá-los no novo bairro.

Qual o estado de saúde da professora e da filha?

Ela está acordada e com algumas restrições alimentares devido às cirurgias. A bala não ficou alojada, mas alguns órgãos foram perfurados. A neném também está bem, graças a Deus.

Como a senhora vê toda essa situação?

Sei que foi o Senhor que a protegeu. Acredito que ela já está bem, mas agora precisa de cuidados. Tenho fé que em breve as duas estarão em casa e bem. Isso tudo nos causa muita tristeza, pois a tenho como uma filha, a gente nunca imagina que vai acontecer com a gente ou algo perto da gente que amamos muito.

ENTENDA O CASO 

Uma professora que estava grávida de 8 meses deu à luz a uma menina após ser atingida por uma bala perdida na orla de Jacaraípe, na tarde do último sábado. Ela levou um tiro na barriga.

Segundo testemunhas, um homem armado invadiu um bar na avenida Nossa Senhora dos Navegantes, de frente para a praia, e rendeu uma atendente. No local havia ainda três clientes e a dona do estabelecimento.

“Ele chegou apontando a arma e tinha uma mochila nas costas. Ele entrou atrás do balcão e pegou as coisas. Pensei que ele fosse atirar dentro do bar”, conta uma atendente, de 53 anos, que estava atrás do balcão.

Após apanhar R$ 3 mil, o criminoso fugiu. Houve disparos no meio da rua, mas não se sabe exatamente em quais circunstâncias eles aconteceram e se houve revide. Um dos tiros atingiu a grávida quando ela comprava um picolé na areia.

“Eu fui para a cozinha preparar uma porção para um guarda-vidas. Foi quando a moça do balcão gritou que era tiro. Me joguei embaixo da mesa de sinuca pra me proteger. Ouvi uns quatro tiros e depois soube que a moça estava baleada na praia”, relata a proprietária do bar, de 56 anos.

Ela chegou a passar mal depois que foi à praia e viu que um dos disparos atingiu a professora de 31 anos. O disparo perfurou a barriga da mulher e saiu nas costas, chegando a perfurar o intestino e o útero. “Ela aparentava estar muito calma. Pedia socorro mas sempre tentando não entrar em desespero”, detalha a comerciante.

Socorro

A Polícia Militar foi acionada, assim como o Samu, e a grávida levada para o Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. Foi realizada uma cesariana de urgência para retirar a bebê na noite de sábado. A menina prematura foi levada para a Unidade de Tratamento Intensivo Infantil (Utin) e segue sob observação.

A mãe também continua internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital.O caso foi atendido pela equipe do Departamento de Homicídios e proteção à Pessoa (DHPP).

Os R$ 3 mil roubados pelo assaltante estavam escondidos dentro de uma Bíblia. O livro ficava atrás do balcão e o dinheiro estava no local pois seria usado hoje para pagar contas anuais e mensais. Segundo relato de testemunhas, o bandido teria entrado no local com uma arma em punho que só foi vista pela atendente.

Este vídeo pode te interessar

“Estou com o comércio aberto aqui há 30 anos. Já abri à noite e nem assim nunca aconteceu nada parecido. Estou tomando remédios e passando mal por causa disso”, desabafa a dona do bar.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais