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Chefe do tráfico entre detentos que fugiram da cadeia em Vila Velha

Chefe do tráfico entre detentos que fugiram da cadeia em Vila Velha

Nove detentos conseguiram escapar de penitenciária estadual em Vila Velha; além do chefão do tráfico, há homicidas e ladrões entre os fugitivos

Publicado em 24 de abril de 2019 às 00:39

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Fugitivos da penitenciária de Xuri. (Divulgação | Sejus)

Dos nove detentos que fugiram da Penitenciária Estadual de Vila Velha III, do Complexo de Xuri, na noite da última segunda-feira (22), um deles é apontado pela polícia como chefe do tráfico de Flexal II. Além dele, estão na lista um agressor de mulher, acusados de roubos e um suspeito de vários homicídios. 

O foragido acusado de ser o chefe do tráfico de Flexal II é Adair Fernandes da Silva, o Dadá. Ele estava detido desde novembro de 2017, quando foi encontrado com duas pistolas calibre 9mm, uma pistola calibre .40, uma espingarda calibre 12, além de aproximadamente R$ 5 mil. Ele também é suspeito de fazer uma foto que viralizou, apontando uma arma em direção a viatura da PM.

Bandidos aparecem em foto apontando arma para viatura da PM no ES. (Whatsapp| Gazeta Online)

Na foto, que circulou em 2017, dois suspeitos mostram apenas parte do antebraço e das mãos segurando duas pistolas, uma delas com pente estendido, apontadas para uma viatura da polícia parada em um semáforo. 

Wallas Borges Silva também é procurado. Em 2012 ele foi detido por agredir a namorada e arrastá-la pelo braço, em Vitória. Outro foragido é Gleidson Rezende Marçal, o Xaropinho. Suspeito de cometer vários homicídios em Santa Rita, Vila Velha, ele foi preso em 2010 ao trocar tiros com a Polícia Militar.

Adair Fernandes Da Silva. (Divulgação/ Sejus)

Os outros fugitivos são Sávio Soares de Souza, preso desde 2016 por tráfico de drogas, homicídio e corrupção de menores; Julio Cesar Geraldo, preso desde 2014 por tráfico de drogas, porte de arma , receptação e roubo; Carlos Eduardo Ferreira da Silva, preso desde 2015 por roubo, tráfico de drogas;

Adamo Moreira Feliz, preso desde 2018 por posse de arma e tráfico de drogas; Jean Carlos de Souza Silva, preso desde 2017 por tráfico de drogas, posse de arma de fogo, corrupção de menores e roubo; e Charles Bastos Morares, preso em 2018 por posse de arma.

COMO ESCAPARAM DO PRESÍDIO?

Embora a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) não tenha informado a dinâmica da fuga, Rhuan Karllos Alves Fernandes, presidente do Sindicato dos Inspetores Penitenciários do Espírito Santo (Sindaspes) contou que os detentos conseguiram escapar cortando a grade que dá acesso a área externa da unidade.

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Os internos cortaram a grade com algum material e fugiram para a área externa. A Penitenciária Estadual de Vila Velha 3 foi construída para abrigar presos do semiaberto. Transformaram em unidade fechada, mas ela não tem infraestrutura para isso. Há apenas um alambrado que separa a unidade da área externa, não há uma muralha. É uma situação de total descaso, um caos anunciado que infelizmente deve virar rotina

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ALÉM DA CAPACIDADE

Para o Sindaspes, a fuga dos nove detentos demonstra o problema de infraestrutura que a penitenciária enfrenta. De acordo com Rhuan Karllos Alves Fernandes, a unidade tem capacidade para abrigar 500 detentos, mas atualmente há mais de 1.300 presos.

“Falta servidores e no dia da fuga havia apenas sete inspetores, ficando só um na guarita. Os alambrados estão enferrujados e não há sistema de identificação eletrônica para identificar quando o preso encosta na grade. Falta rádio comunicador, o que prejudica a comunicação interna. Sem contar que quase não há iluminação na área externa. Os funcionários não conseguem enxergar”, disse. 

Procurada, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou, por meio de nota, que o Ciodes foi acionado assim que a fuga ocorreu. Buscas foram realizadas na região, com apoio da Polícia Militar e do grupo de operações táticas da Secretaria, mas ninguém foi localizado. A Sejus ressaltou, ainda, que uma apuração minuciosa será realizada pela Corregedoria para investigar as circunstâncias do fato.

OS FUGITIVOS

ADAIR FERNANDES SILVA

Encontrava-se preso desde 04/11/2017 com entrada através de mandado de prisão por tráfico de drogas. Também respondia por furto e porte ilegal de arma de uso permitido.

Adair Fernandes Da Silva. (Divulgação/ Sejus)

WALLAS BORGES SILVA

Preso desde 23/06/2016 com prisão em flagrante por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Já havia sido condenado por furto, violência doméstica e tráfico de drogas

WALLAS BORGES SILVA. (Divulgação/Sejus)

SÁVIO SOARES DE SOUZA

Preso desde 02/06/2016 com prisão em flagrante por tráfico de drogas/ corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la. Respondia ainda a processos por homicídio.

SÁVIO SOARES DE SOUZA. (Divulgação/ Sejus)

JULIO CESAR GERALDO

Preso desde 23/05/2014 por tráfico de drogas, posse ou porte de arma de fogo. Respondia a processo por receptação e roubo.

JULIO CESAR GERALDO. (Divulgação/Sejus)

CARLOS EDUARDO FERREIRA DA SILVA

Preso desde 06/03/2015 por roubo. Respondia a outros processos por tráfico de drogas, associação e roubo.

CARLOS EDUARDO FERREIRA DA SILVA. (Divulgação/ Sejus)

ADAMO MIREIRA FELIX

Preso em flagrante em 22/06/2018 por posse de arma e tráfico de drogas

ADAMO MIREIRA FELIX. (Divulgação/Sejus)

JEAN CARLOS DE SOUZA SILVA

Entrada através de Prisão em Flagrante em 19/07/2017 por tráfico de drogas, posse ou porte de arma de fogo / corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la. Há ainda outros processos por roubo, e tráfico de drogas.

Jean Carlos de Souza. (Divulgação/Sejus)

CHARLES BASTOS MORARES

Entrada em 23/08/2018 através de mandado de prisão por posse de arma de uso restrito. Respondeu a outros processos por tráfico de drogas e posse de arma de fogo.

CHARLES BASTOS MORARES. (Divulgação/Sejus)

GLEIDSON RESENDE MARÇAL

Entrada no sistema prisional em 28/08/2016 por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Há ainda outros processos por homicídio e resistência à prisão."

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Charles Bastos Moraes. (Divulgação/Sejus)

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