> >
'Denúncia não tem fundamento', diz defesa de George e Juliana

"Denúncia não tem fundamento", diz defesa de George e Juliana

Advogada aguarda decisão da Justiça que vai apontar se o casal será ou não levado a júri popular. Casal nega todas as acusações da polícia e do Ministério Público

Publicado em 18 de abril de 2019 às 19:41

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

Os advogados de defesa de Georgeval Alves, conhecido como pastor George, e da mulher dele, Juliana Salles aguardam a decisão do juiz da Vara Criminal de Linhares, André Dadalto, que vai apontar se o casal será ou não levado a júri popular.

A morte dos irmãos Kauã e Joaquim completa um ano no próximo domingo (21). Desde o início desta quarta-feira (17), o Gazeta Online começou a publicar uma série de reportagens sobre o caso, que vão ser divulgadas até o dia que marca a tragédia.

A advogada do casal, Milena Freire, ressaltou que a estratégia da defesa vai variar de acordo com a sentença de pronúncia. "Cada réu tem suas peculiaridades. Pode um ser pronunciado e outro não. Em caso de pronúncia, recorremos".

À esquerda, quando George foi preso em Linhares; à direita, quando Juliana foi detida em MG. (Montagem | Gazeta Online)

Em junho do ano passado, os advogados dos pastores informaram à imprensa que tinham posse de documentos que provavam a inocência dos clientes. Os documentos, no entanto, ainda não foram apresentados à imprensa. O caso segue em sigilo no Judiciário. 

Segundo a Polícia Civil, os irmãos Kauã Salles Butkovsky, 6 anos, e Joaquim Salles Alves, 3, foram estuprados, agredidos e queimados vivos pelo marido de Juliana. Ele é pai de Joaquim e padrasto de Kauã, e está preso desde 28 de abril do ano passado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana II.

MEDIDAS CAUTELARES

Acusada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) de conduta omissiva nas mortes de seus filhos, a pastora foi presa pela primeira vez em 19 de junho do ano passado, em Teófilo Otoni (MG).

Quatro meses e meio após ser detida, em 8 de novembro, a mãe das vítimas conseguiu um mandado de soltura e seguiu novamente para Teófilo Otoni, cidade mineira onde moram os líderes da Igreja Batista Vida e Paz (IBVP). Junto com George, Juliana liderava o templo de Linhares.

Alguns dias depois, em 14 de novembro, ela foi presa pela segunda vez na cidade mineira. No dia 31 de janeiro, ela conseguiu um novo mandado de soltura e está em Linhares, onde deve seguir todas as regras do Termo de Compromisso imposto pela Justiça.

"Medidas cautelares em face à Juliana foram proibição de sair da comarca sem autorização e permanecer em domicílio fornecido entre 20 horas às 6 horas, ressalvado trabalho, estudo ou atividade religiosa", explicou a advogada.

"Juliana só sai quando necessário, não só pelas restrições judiciais, uma vez que após a prisão de Georgeval fora essa postura que tomou, de reclusão, para tentar se reerguer apesar das perdas", complementou a defesa.

A reportagem do Gazeta Online manifestou o interesse de entrevistar Juliana por intermédio da advogada. Ela, no entanto, respondeu que a pastora falará somente "quando sentir em seu coração".

"Juliana já foi por demais exposta e julgada sem nada dever! Sempre fora mãe zelosa e seus filhos sempre estavam em primeiro lugar em sua vida. Porém, mesmo após uma investigação aprofundada da Polícia Civil que a isentou de qualquer responsabilidade fora caçada como fugitiva e pessoa de alta periculosidade", destacou.

GEORGE NEGA CRIMES 

(Fernando Madeira | GZ | Arquivo)

No dia 23 de abril, na porta do Departamento Médico Legal (DML), em Vitória, o pastor George Alves declarou que tentou salvar o filho e o enteado, mas não conseguiu por conta do fogo intenso. Na entrevista, ele falou sobre fé e contou como teriam sido os últimos momentos de vida das crianças.]

O pastor foi indiciado pela Polícia Civil por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulneráveis. 

"DENÚNCIAS SEM FUNDAMENTAÇÃO"

No dia 10 de julho, após a prisão dos suspeitos, a junta de advogados que representa George e Juliana, emitiu uma nota, afirmando que  o casal é “vítima de uma tragédia familiar”. 

"O processo se transformou em trampolim para a acusação, que está utilizando-se da mídia para criar uma culpa inexistente em relação a Georgeval e Juliana, provocando execração pública”, dizia a nota, assinada pela advogada Milena Freire.

 Sobre as perícias realizadas pelo Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil, a defesa afirmou, na época, que contestaria as provas através de outros laudo técnico. “Seria impossível localizar-se PSA no ânus de crianças submetidas à temperatura de mais de 660 graus, sendo também, segundo consultor técnico que, para a caracterização de estupro, necessário a avaliação quantitativa de PSA, uma vez que este pode ser localizado em suor, saliva, sangue, urina, o que não foi apresentado, como também não localizaram, espermatozoide”, diz a nota. 

Com relação a acusação de conduta omissiva da pastora Juliana Sales, a defesa alegou que não existe fundamentação. “Nada de novo fora produzido após o encerramento do inquérito policial que apresentasse justa causa no indiciamento de Juliana.”

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais