> >
Jornalista é indiciado por assediar mulheres pelo WhatsApp no ES

Jornalista é indiciado por assediar mulheres pelo WhatsApp no ES

Para agir, o jornalista criou perfis falsos de outro homem, usando dois chips diferentes de celular, e fez mais de 10 vítimas

Publicado em 3 de abril de 2019 às 23:10

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

A Polícia Civil do Espírito Santo indiciou um jornalista de 38 anos por assediar colegas de profissão via WhatsApp. Segundo as investigações, Leonardo Heitor Miranda Araujo é acusado de criar perfis falsos de outro homem, usando dois chips diferentes de celular. Ao todo, mais de 10 vítimas da Grande Vitória foram importunadas com inúmeras mensagens contendo fotos e vídeos pornográficos.

Fotos usadas em perfil fake no WhatsApp. (Reprodução | WhatsApp)

Engenheiro vindo de São Paulo, moreno e com o corpo musculoso sempre à mostra. Esse foi o perfil criado pelo jornalista para praticar assédios na internet, segundo denúncias. Com dois chips de São Paulo e Brasília, o acusado criou listas de contatos com as vítimas, fingindo chamar-se Fernando.

De acordo com uma das vítimas, de 29 anos, ela passou a receber as mensagens por WhatsApp em meados de 2017. "Ele puxou assunto, com chip de São Paulo e me chamando pelo nome. Ele disse que nos conhecemos em um aplicativo de relacionamento. Percebi que tinha algo estanho porque não tenho esse tipo de aplicativo. Minha intuição dizia que aquele perfil era falso. Mas queria descobrir quem era a pessoa que me chamava pelo nome. Fiz algumas perguntas, mas as respostas eram rasas. Até que, sem qualquer explicação, ele enviou vídeos e fotos pornográficas. Quanto mais eu o xingava, mais ele enviava”, lembrou.

Indignada, a mulher bloqueou o número. Ela só não imaginava que, em 2018, voltaria a ser importunada pelo mesmo perfil, desta vez com um chip de Brasília. Assim que recebeu as primeiras mensagens, a vítima bloqueou o contato novamente e contou o caso para colegas de profissão. Foi nesse momento que ela descobriu que pelo menos mais dez mulheres estavam passando pela mesma importunação. 

"Vimos que era alguém que nos conhecia. Não respondi a mensagem inicial, mas não bloqueei de imediato. Queríamos ver do que ele era capaz e colher mais provas. Foi quando, sem qualquer resposta minha, ele enviou foto do órgão genital e vídeos se masturbando, dizendo que eu merecia aquilo. Com as provas em mãos, eu o bloqueei", lembrou outra vítima, de 26 anos.

Parte das vítimas fez denúncias na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). Segundo o delegado Brenno Andrade, a intenção é atrair as vítimas para que elas enviem imagens íntimas. Depois, elas são chantageadas para enviar mais fotos e vídeos. Caso contrário, podem ter as imagens divulgadas.

“A polícia possui provas técnicas que mostram que o acusado é mesmo o autor da contravenção penal. Ele foi indiciado pelo artigo 65, que significa molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovável. A pena é prisão simples, de quinze dias a dois meses, prestações de serviço ou multa. Agora, o caso foi encaminhado à justiça”, explicou o delegado.

"FUI PEGO DE SURPRESA", DIZ JORNALISTA

O jornalista Leonardo Heitor Miranda Araújo disse que foi surpreendido ao ser informado por amigos sobre o seu indiciamento por assédio. “Eu acabei de descobrir isso agora. Eu tô sendo pego de surpresa tanto quanto você e algumas pessoas que já vieram me contatar. Segundo o que eu li, na matéria que vocês inclusive já colocaram o meu nome, é sobre um número de Brasília que eu não uso desde 2016, quando eu me mudei de lá”, disse.

Leonardo negou que tivesse um chip com DDD de São Paulo, que segundo a Polícia Civil, também era usado por ele. O jornalista afirma que já procurou orientação jurídica para então decidir qual medida será adotada por ele.

“Eu sequer na minha vida tive um número de São Paulo. Nunca tive aparelho, chip ou qualquer coisa. Eu nunca morei em São Paulo. Já procurei orientação jurídica sobre isso. Acredito que alguém deve ter pego o chip de Brasília ou alguma coisa assim. Eu simplesmente não faço ideia do que pode ter acontecido. Para você ter ideia, é um número que nem lembro mais”, afirma.

SAIBA ONDE DENUNCIAR

Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC)

Endereço: Av. Marechal Campos, Nº1246, Bairro Bonfim, Vitória-ES.

Telefone: (27) 3137-2607

Este vídeo pode te interessar

Atendimento ao público das 9 horas às 16 horas.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais