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Gangue faz vídeo com funk para exibir assassinatos nas redes sociais

Gangue faz vídeo com funk para exibir assassinatos nas redes sociais

De acordo com informações apuradas pela reportagem do Gazeta Online, o vídeo era repassado nas redes sociais e aplicativos de mensagens até chegar no grupo rival; entenda

Publicado em 27 de maio de 2019 às 22:24

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Gangue da Bahia fez vídeo com funk para exibir assassinatos nas redes sociais. (Reprodução)

Criminosos da Bahia, ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), assassinos de três pessoas no Espírito Santo, monitoravam as reportagens sobre os crimes que cometiam. Em um vídeo, eles reuniram vários trechos de sites da imprensa tendo um funk como fundo musical.

VEJA VÍDEO

A facção formada por Joerdeson Araújo dos Santos Martins, de 22 anos, Eliseu Silva dos Santos, 27, e Vanderson Marcos Gava Lenzi, 25, foi presa na cidade de Joaquim de Bicas, Minas Gerais. Eles estavam armados com uma submetralhadora, uma pistola calibre 380 e uma escopeta calibre 12, prontos para colocar em prática o plano de assaltar uma lotérica. Na conta deles, estão 16 assassinatos praticados na Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Em todos os crimes as vítimas eram torturadas antes da execução e toda a ação era filmada.

O vídeo era repassado nas redes sociais e aplicativos de mensagens até chegar no grupo rival. “O objetivo era demonstrar poder, intimidar os grupos rivais e assumir autoria daqueles crimes pra eles”, pontuou o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra.

Segundo as investigações, os três são acusados de matar três rivais no tráfico de drogas, em março deste ano. Ruan Costa Figueiredo, de 23 anos, Fernando Silva de Oliveira, 30, além de Carlos Costa dos Santos, 29, foram executados pelos três bandidos a mando do líder da organização, Ismário Ferreira de Souza, de 31 anos, que está preso desde 2012 em Minas Gerais, mas que ainda comanda a facção criminosa mesmo de dentro da cadeia, segundo a polícia.

COMO A POLÍCIA CHEGOU À QUADRILHA

A polícia chegou aos três integrantes dessa quadrilha após a morte de Ruan, Fernando e Carlos, ocorridas em março. Ainda segundo as investigações, 16 pessoas, em diferentes cidades do país, foram mortas pela facção chefiada por Ismário, que dava as ordens para o grupo. A forma de agir dos criminosos, era sempre a mesma.

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As vítimas são fortemente torturadas e depois executadas com vários disparos de arma de fogo de diferentes calibres. Eles possuem um hábito de filmarem a execução dos homicídios e divulgar em redes sociais e chamando a autoria para eles. Tanto que no celular de um dos presos nós descobrimos imagens de diversos homicídios cometidos por eles, em vários locais do Brasil

Rodrigo Sandi Mori, delegado
Aspas de citação

A quadrilha ligada ao PCC se estabeleceu no município de Itamaraju, na Bahia, e era especializada em tráfico de drogas, roubo a bancos e homicídios, sendo a maioria no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais. A Polícia Civil acredita que muito mais pessoas morreram nas mãos dos criminosos.

As investigações foram conduzidas pelos delegados Rodrigo Sandi Mori e Ramiro Diniz, titular e adjunto da DHPP Serra. As investigações indicam que Vanderson, Eliseu e Joerdeson saíram de Itamaraju no dia 6 de março e foram para São Mateus, no Norte do Estado, onde ficaram hospedados por três dias planejando a morte de Carlos.

"O Carlos, apesar de morar em Novo Horizonte, disputava com o Ismário o controle da venda de drogas em Itamaraju. E, foi por conta dessa concorrência que ele foi morto" explicou o delegado Ramiro Diniz.

Eliseu Silva dos Santos, 27, Joerdeson Araújo dos Santos Martins, 22, e Wanderson Marcos Gava Lenzi, 25, são acusados de integrar o PCC e de filmar execuções. (Divulgação/PC)

A EXECUÇÃO

No dia 9 de março, Eliseu, Joerdeson e Vanderson saíram de São Mateus em direção à Serra, onde capturaram Ruan e Fernando, que eram comparsas de Carlos e atuavam junto com ele na venda de drogas em Itamaraju.

Ruan e Fernando foram torturados e obrigados a armar uma emboscada para Carlos. "Eles ligaram para o Carlos para saber onde ele estaria e depois o mataram, em frente a um bar. O Carlos não teve tempo nem de reagir. Depois do assassinato, seguiram para a Rodovia Audifax Barcelos, onde mataram o Ruan. De lá, foram até Fundão, onde executaram o Fernando", explicou o delegado Rodrigo Sandi Mori.

QUEIMA DE ARQUIVO

Sandi Mori ressaltou que Ruan e Fernando foram executados como queima de arquivo. Além disso, eles foram mortos em lugares diferentes, para dificultar o trabalho de investigação da Polícia Civil.

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São criminosos extremamente violentos e perigosos, que agem em todo o país. Essa investigação serve para mostrar que nenhum crime ocorrido na Serra ficará impune

Rodrigo Sandi Mori, delegado
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Ismário cumpre pena por homicídio e foi preso em Trindade, Goiás, quando teria tentado roubar um banco em 2012. Na ocasião, ele foi cercado dentro do banco e chegou a colocar uma dinamite na cintura do gerente para sair, mas acabou preso em flagrante.

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