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Influenciadora digital: 'Indiciamento por estelionato é mal-entendido'

Influenciadora digital: "Indiciamento por estelionato é mal-entendido"

A estudante e blogueira Natasha Villaschi, de 21 anos, disse que ressarciu todas as pessoas que a procuraram dizendo que não receberam os produtos adquiridos

Publicado em 10 de maio de 2019 às 01:10

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A estudante e influenciadora digital Natasha Villaschi, de 21 anos, indiciada por estelionato em abril deste ano, disse que foi vítima de um golpe e que ressarciu todos os clientes que a procuraram em busca de retorno financeiro.

Ela foi indiciada pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos por revender calçados na internet, pelo Instagram, e não entregar os produtos a alguns clientes. O Ministério Público do ES aceitou a denúncia contra Natasha, que vai responder ao processo em liberdade.

Em entrevista ao Gazeta Online, a jovem afirma que tudo não passa de um "mal-entendido", e que ressarciu as pessoas que a procuraram afirmando que não houve entrega do produto comprado.

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Acho que tudo isso que está acontecendo está sendo uma coisa muito grande por uma coisa muito pequena. Não houve má fé ou estelionato porque todo mundo que veio falar comigo eu paguei, qualquer pessoa que veio me procurar, eu paguei na hora

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A ENTREVISTA

Você foi indiciada por estelionato. O que aconteceu?

Eu nunca tive um pai, sempre fui sustentada pela minha mãe e pela minha avó. Minha mãe adoeceu e fui morar com minha avó bem no período que eu decidi fazer alguma coisa porque eu não queria mais ser sustentada. Eu tinha 17 anos. Me deram uma ideia de começar a vender na internet, mas até então eu não tinha conhecimento nenhum. Comecei a fazer um bazar com roupa minha usada mesmo por 10, 15 reais. Nessa época, uma ex-cunhada sugeriu que eu vendesse na internet. Comecei a pesquisar sobre o assunto e vi uma oportunidade legal. Procurei saber como funcionava esse mercado e comecei a vender.

E como funcionavam as vendas?

As pessoas escolhiam o que queriam, eu recebia o valor do produto e encomendava com uma fornecedora de São Paulo. Ela era a responsável pelo envio dos produtos. Depois de um tempo, ela parou de vender os produtos. Fui atrás de outras pessoas porque eu tinha pedido para enviar. Quando eu conheci uma pessoa, o nome dela era Maria, eu fazia os pagamentos e pedia para ela fazer os envios. E foi aí que ela me deu os calotes. Ela roubou o dinheiro de mim e sumiu. Na época eu reclamei na internet, pedi ajuda e disse que não sabia o que fazer. Eu cobrava ela todos os dias e falava que os clientes estavam querendo os produtos ou que ela mandasse o dinheiro de volta. Mas ela sumiu.

E o que você fez?

Aí é que entra a parte que eu deveria ter agido de uma maneira melhor, mas eu não sabia o que fazer. Eu estava procurando mais fornecedores para cada vez tentar pegar mais produtos e tentar enviar, inclusive os atrasados, para compensar as pessoas. Acabou que chegaram muitos pedidos e eu não queria ficar sem dinheiro porque eu não teria como me sustentar. E eu tentava enviar de todas as formas: procurei novos fornecedores, alguns até chegaram enviar produtos atrasados, mas outras pessoas eu não conseguia e aí que entra o que está acontecendo hoje em dia. Muitas pessoas que não queriam mais o produto e escolhiam o dinheiro de volta, eu ia e pagava o dinheiro de volta. Algumas, simplesmente não me procuraram mais. Como tinha muita gente, algumas eu ficava sem o controle dos pedidos e aí que entraram esses dois processos que tem. Eu poderia ter resolvido de uma forma melhor, com certeza, poderia ter tido um pouco mais de controle, de responsabilidade, mas nada foi por maldade. Todo mundo que veio me procurar eu paguei.

Mas se você resolveu as questões financeiras com as pessoas que se sentiram prejudicadas, por que os clientes denunciaram você à polícia?

Todo mundo que veio me procurar eu paguei. Tanto que hoje em dia, apenas duas se pronunciaram que estavam com a dívida pendente. Então, eu acho que tudo isso que está acontecendo está sendo uma coisa muito grande por uma coisa muito pequena. Tem algum tipo de perseguição que não tem explicação, até porque uma das meninas que estão com o processo eu entrei em contato e ofereci o dinheiro, mais os juros e então ela se recusou, preferiu dar continuidade ao processo. Eu tenho todas as conversas. Em momento nenhum, depois daquele tempo, eu me neguei a resolver. Para mim, essa questão do indiciamento por estelionato é um mal-entendido. Em momento nenhum eu falo que não tive culpa em nada, claro que eu tive. Eu poderia talvez, ao invés de receber o dinheiro, organizar as coisas de maneira melhor, mas eu não vejo como má fé ou estelionato porque todo mundo que veio falar comigo eu paguei, qualquer pessoa que veio me procurar, eu paguei na hora.

Você trabalha como influenciadora digital e tem mais de 400 mil seguidores na internet. Como ficou o seu trabalho após o anúncio de que você estava sendo investigada?

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Na hora foi um susto para mim. Eu trabalho com a internet e é um pouco difícil pensar que o mundo pode se virar contra a gente. Quando eu fui na internet e esclareci, assumi meu erro, sem mentiras, eu fui sincera. O que eu achei que seria ódio, foi o contrário: todo mundo segurou a minha mão, todo mundo me apoiou, não aconteceu nada ruim. As pessoas viram isso como um amadurecimento. É o que eu digo: as pessoas podem errar, o problema é continuar errando sempre. A parte principal é que eu aprendi com os meus erros, amadureci.

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