Uma doméstica de 34 anos acusa o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) , em Vitória, de erro médico e negligência pela morte do filho de 12 anos em agosto de 2018. Ela esteve na tarde desta sexta-feira (10) na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento sobre o caso.
A doméstica Gislaine Cristina Fraga conta que, após a morte do menino, Gustavo Fraga, ficou muito abalada com um quadro de depressão e que só agora conseguiu ter forças para ir à delegacia. Ela disse que desde a morte do filho já sabia do erro médico porque no laudo da perícia da causa da morte está escrito que ele foi morto por perfuração na veia.
O menino, segundo a mãe, era epiléptico e a epilepsia era controlada com medicações. No entanto, uma ou duas vezes por ano, ele tinha episódios de convulsão. Foi em um desses episódios que ele foi ao pronto-socorro do hospital, que funciona nas instalações do Hospital da Polícia Militar (HPM).
A mulher relata que no hospital os médicos disseram que o menino deveria ficar internado por alguns dias para tomar medicação. Ainda segundo a doméstica, nesse tempo em que ele tomava remédio na veia, ele ficou sedado, mas já nos últimos dias antes de ter alta estava bem e consciente. O próprio médico teria dito que ele teria alta em breve.
Porém, de acordo com a mãe, após o médico fazer um dos procedimentos para medicação, "perdeu" a veia dele no braço e o profissional mesmo sugeriu para a família que eles fizessem a aplicação através de uma veia do pescoço. Tanto a mãe quanto o marido da doméstica não teriam concordado com isso e acharam que era melhor tentar no braço.
Após o profissional convencer a família, o médico fez a aplicação no pescoço. Logo depois, segundo a mãe, o menino começou ficar agitado. A mãe acusa o hospital de negligência porque, conforme relato dela, nesse momento o marido da doméstica ficou em pânico pedindo ajuda para enfermeiras e médicos e a resposta que ele teria tido foi para ficar calmo que "estava tudo bem e que era normal". Mas, logo depois, o menino morreu.
A mulher disse que chegou a perguntar para o médico o que teria acontecido, mas o profissional respondeu que nem ele sabia. Após a perfuração da veia, de acordo com a mãe, o menino teve uma hemorragia.
A direção do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em nota, disse que lamenta a morte da criança, mas afirmou que não há denúncia contra o profissional e que está à disposição da família para oferecer informações sobre o caso.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta