> >
Preso em operação é acusado de matar grávida em Gurigica

Preso em operação é acusado de matar grávida em Gurigica

O crime aconteceu em 14 de agosto de 2018. Na ocasião, os médicos conseguiram retirar, às pressas, a filha da Pâmela, a pequena Laura, que morreu no dia seguinte enquanto o corpo da mãe era enterrado

Publicado em 7 de maio de 2019 às 12:17

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Pâmela Soares, grávida que morreu baleada dentro de casa, em Gurigica, Vitória. (Facebook)

Um dos 19 presos durante uma grande operação policial realizada nesta segunda-feira (06) contra o crime organizado na região do Complexo da Penha, em Vitória, é acusado pela polícia de ser o autor do tiro que matou a grávida Pâmela Soares, de 23 anos, que estava no quarto da própria casa, em Gurigica. O autor do crime é identificado pela polícia como Marcos Antonio Alves Souza, vulgo Damião

O crime aconteceu em 14 de agosto de 2018. Na ocasião, os médicos conseguiram retirar, às pressas, a filha da Pâmela, a pequena Laura, que morreu no dia seguinte enquanto o corpo da mãe era enterrado.

Segundo informações da polícia, Pâmela estava em casa com a irmã, que havia chegado do trabalho, e a sobrinha, de 4 anos, por volta das 14 horas, quando começou um tiroteio entre criminosos na rua Botafogo.

Preso em operação é acusado de matar grávida em Gurigica

Familiares contaram que, para proteger a sobrinha, que estava em cima da cama, próximo à janela do quarto, Pâmela tentou abraçá-la e, nesse momento, foi atingida por um tiro em cima do olho, no lado direito da cabeça.

Marcos Antonio Alves Souza, 27 anos, acusado pela polícia de matar grávida . (Divulgação/Sesp)

OPERAÇÃO DE SEGUNDA

Em represália à ação da polícia, bandidos atiraram contra um carro na Avenida Leitão da Silva, em Itararé, às 10 horas. Cerca de duas horas depois, atearam fogo em um veículo da TV Vitória que estava estacionado na rua Alberto Lucarelli, no bairro Bonfim. Nas duas ocasiões, ninguém foi ferido.

A operação policial foi coordenada pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e contou com o apoio de policiais militares e um helicóptero. O objetivo era prender os responsáveis pelo ataque à empresa que fornece alimentação aos presídios da Grande Vitória e também por ter ateado fogo em um Transcol, na Serra, em fevereiro deste ano.

ALIMENTAÇÃO

Ambos os crimes de fevereiro estariam relacionados à insatisfação de presidiários com o sistema prisional capixaba. Nos dois casos, foram deixados bilhetes em menção à alimentação e às condições prisionais.

No ataque ao ônibus, ocorrido no dia 20 de fevereiro na ES-010, em Nova Almeida, Serra, um recado deixado foi assinado com as iniciais da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV), que atua no Estado em parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.

De acordo com a polícia, o PCV controla o tráfico de drogas no Complexo da Penha, sob a liderança de Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto. Ele está detido na Penitenciária de Segurança Máxima II, Viana.

No dia 22 de fevereiro, Beto foi ouvido pelo delegado Fabiano Rosa, titular da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP) na Avenida Marechal Campos. Na ocasião, ele negou envolvimento com os crimes.

O Complexo da Penha integra os bairros da Penha, Gurigica, Bonfim, Itararé e São Benedito. Nesses bairros, foram concentrados os principais alvos para o cumprimento de 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão.

Durante a manhã, enquanto a operação ainda acontecia, criminosos fizeram uma ofensiva ainda mais ousada: a poucos metros da DRCCP, eles atearam fogo em um Palio Weekend utilizado pela TV Vitória.

CRIMINOSOS

Testemunhas contaram que três criminosos se aproximaram e deixaram dois objetos em baixo do veículo. Eles fugiram a pé pela mesma rua, em direção ao Bonfim. As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros. As perícias dos Bombeiros e da Polícia Civil foram ao local.

O repórter cinematográfico da TV Vitória, William O’brien, contou que ele e a repórter Talita Carvalho faziam a cobertura da operação na DRCCP, na avenida Marechal Campos. “Nós tínhamos acabado de fazer uma participação ao vivo quando alguém passou avisando que nosso carro havia sido incendiado. Isso tudo é opressor. Dá uma sensação de desânimo, raiva e preocupação”, desabafou.

Para o chefe da DRCCP, delegado Fabiano Rosa, os atentados contra o carro da TV Vitória e ao veículo atingido por tiros na avenida Leitão da Silva foram uma forma de tentar desviar a atenção da polícia.

“Certamente a intenção desses criminosos era mudar o foco para outros lugares. Eles estavam desesperados com a grande presença da polícia nos morros, tanto que falavam isso em radiocomunicadores”, disse.

Este vídeo pode te interessar

A operação foi encerrada às 17h30 de segunda.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais