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Presos bandidos ligados ao PCC que torturavam e filmavam execuções no ES

Presos bandidos ligados ao PCC que torturavam e filmavam execuções no ES

Os criminosos, que também roubavam bancos e casas lotéricas, recebiam ordem de um criminoso que está preso desde 2012 em Minas Gerais

Publicado em 27 de maio de 2019 às 14:35

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Eliseu Silva dos Santos, 27, Joerdeson Araújo dos Santos Martins, 22, e Wanderson Marcos Gava Lenzi, 25, são acusados de integrar o PCC e de filmar execuções. (Divulgação/PC)

A Polícia Civil apresentou nesta segunda-feira (27) o resultado de uma investigação que resultou na prisão de três homens, no dia 17 de março, acusados de integrar uma organização criminosa ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O bando é suspeito de pelo menos 16 homicídios na Bahia, em Minas Gerais e no Espírito Santo. A principal característica dos criminosos eram os requintes de crueldade, como a tortura e a filmagem das execuções dos rivais.

Joerdeson Araújo dos Santos Martins, de 22 anos, Eliseu Silva dos Santos, de 27 anos, e Vanderson Marcos Gava Lenzi, de 25 anos, foram presos quando se programavam para roubar uma casa lotérica em São Joaquim de Bicas, região Metropolitana de Minas Gerais. Com eles foram encontradas uma pistola de calibre 380, uma submetralhadora, do mesmo calibre, e outra arma, calibre 12.

Segundo as investigações, os três são acusados de matar três rivais no tráfico de drogas, em março deste ano. Ruan Costa Figueiredo, de 23 anos, Fernando Silva de Oliveira, 30, além de Carlos Costa dos Santos, 29, foram executados pelos três bandidos a mando do líder da organização, Ismário Ferreira de Souza, de 31 anos, que está preso desde 2012 em Minas Gerais, mas que ainda comanda a facção criminosa mesmo de dentro da cadeia, segundo a polícia.

COMO A POLÍCIA CHEGOU À QUADRILHA

A polícia chegou aos três integrantes dessa quadrilha após a morte de Ruan, Fernando e Carlos, ocorridas em março. Ainda segundo as investigações, 16 pessoas, em diferentes cidades do país, foram mortas pela facção chefiada por Ismário, que dava as ordens para o grupo. A forma de agir dos criminosos, era sempre a mesma.

“As vítimas são fortemente torturadas e depois executadas com vários disparos de arma de fogo de diferentes calibres. Eles possuem um hábito de filmarem a execução dos homicídios e divulgar em redes sociais e chamando a autoria para eles. Tanto que no celular de um dos presos nós descobrimos imagens de diversos homicídios cometidos por eles, em vários locais do Brasil”, frisou o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra. 

A quadrilha ligada ao PCC se estabeleceu no município de Itamaraju, na Bahia, e era especializada em tráfico de drogas, roubo a bancos e homicídios, sendo a maioria no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais. A Polícia Civil acredita que muito mais pessoas morreram nas mãos dos criminosos.

As investigações foram conduzidas pelos delegados Rodrigo Sandi Mori e Ramiro Diniz, titular e adjunto da DHPP Serra. As investigações indicam que Vanderson, Eliseu e Joerdeson saíram de Itamaraju no dia 6 de março e foram para São Mateus, no Norte do Estado, onde ficaram hospedados por três dias planejando a morte de Carlos.

"O Carlos, apesar de morar em Novo Horizonte, disputava com o Ismário o controle da venda de drogas em Itamaraju. E, foi por conta dessa concorrência que ele foi morto" explicou o delegado Ramiro Diniz.

A EXECUÇÃO

No dia 9 de março, Eliseu, Joerdeson e Vanderson saíram de São Mateus em direção à Serra, onde capturaram Ruan e Fernando, que eram comparsas de Carlos e atuavam junto com ele na venda de drogas em Itamaraju.

Ruan e Fernando foram torturados e obrigados a armar uma emboscada para Carlos. "Eles ligaram para o Carlos para saber onde ele estaria e depois o mataram, em frente a um bar. O Carlos não teve tempo nem de reagir.  Depois do assassinato, seguiram para a Rodovia Audifax Barcelos, onde mataram o Ruan. De lá, foram até Fundão, onde executaram o Fernando", explicou o delegado Rodrigo Sandi Mori.

QUEIMA DE ARQUIVO

Sandi Mori ressaltou que Ruan e Fernando foram executados como queima de arquivo. Além disso, eles foram mortos em lugares diferentes, para dificultar o trabalho de investigação da Polícia Civil.

"São criminosos extremamente violentos e perigosos, que agem em todo o país. Essa investigação serve  para mostrar que nenhum crime ocorrido na Serra ficará impune", declarou Sandi Mori. 

Apontado como líder da quadrilha, Ismario Ferreira de Souza, 31, já estava preso. (Divulgação/PC)

ORDENS DA PRISÃO

Ismário cumpre pena por homicídio e foi preso em Trindade, Goiás, quando teria tentado roubar um banco em 2012.

Na ocasião, ele foi cercado dentro do banco e chegou a colocar uma dinamite na cintura do gerente para sair, mas acabou preso em flagrante.

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Com informações de Mayra Bandeira 

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