Após um julgamento que durou nove horas, Edwalter Luiz Fagundes, de 60 anos, mais conhecido como Coruja, foi condenado pelas mortes de seus vizinhos Wilson Júlio da Silva e Jaine Coelho da Silva, em Colatina, região Noroeste do Estado. O crime aconteceu em 12 de outubro de 2016, por conta de um mau entendido. O casal era vizinho do acusado.
O julgamento aconteceu nesta quarta-feira (05), no Fórum Juiz João Cláudio, em Colatina, dois anos e sete meses depois do duplo assassinato. A audiência começou às 13 horas e acabou por volta de 22 horas. A sentença foi fixada em 48 anos, seis meses e 10 dias de prisão pelos dois homicídios e porte ilegal de arma, além do pagamento de R$ 100 mil aos filhos das vítimas.
O salão do júri ficou cheio durante o julgamento. Familiares e dois filhos do casal assassinado estavam presentes. A esposa e as duas filhas do suspeito também estavam no local.
Coruja foi levado a júri popular. No banco dos réus, ele alegou que foi ofendido pelo casal e confirmou que atirou nos vizinhos. O advogado de defesa, Hocilon Rios, afirmou durante o julgamento que seu cliente sofre de esquizofrenia, um distúrbio psiquiátrico que compromete o comportamento das pessoas.
Segundo o advogado, o acusado foi diagnosticado em 2014, mas interrompeu o tratamento e tinha alucinações. No dia do crime, Coruja teria imaginado que Wilson e Jaine teriam falado mal dele e atirou nas vítimas em um surto psicótico.
Com esses argumentos, Rios pediu a suspensão do processo até que seu cliente passe por exames que comprovem que ele é capaz de responder pelo crime. Por telefone, o advogado afirmou para a TV Gazeta Norte que, logo após o julgamento, já recorreu da decisão do júri. O condenado segue preso na Penitenciária de Colatina.
O CRIME
O casal Wilson Júlio da Silva, de 48 anos, e Jaine Coelho da Silva, de 49 anos, foi assassinado a tiros em frente da própria casa, no bairro Nossa Senhora Aparecida, por conta de um comentário feito sobre o vizinho. Na época do crime, uma testemunha contou à Polícia Militar que estava sentada com o casal na calçada, em frente à residência das vítimas, quando Coruja chegou.
Por se tratar de uma rua apertada e tendo em vista a dificuldade para colocar o carro na garagem, os três comentaram entre eles: Caramba, esse cara é um bom motorista, olha o que ele tem que fazer para guardar o carro, em referência ao suspeito, que estacionava seu veículo.
Para a testemunha, provavelmente, o acusado interpretou errado o comentário que eles fizeram, vindo a tomar essa atitude, informou o boletim de ocorrência.
Na ocasião, ao saber da prisão de Coruja, a sobrinha do casal assassinado confirmou que a morte dos tios foi provocada por um mau entendido. Foi uma bobeira. Um motivo banal. Meu tio fez um elogio a ele por ter subido uma ladeira de ré e ele voltou e acabou com a vida deles, disse Jamily Coelho.
A PRISÃO
Após o crime, o acusado fugiu e passou a ser considerado um dos bandidos mais procurados do Estado. Ele era foragido e foi incluído na lista da Interpol, a polícia internacional. Coruja foi preso em 6 de dezembro de 2017, em Trairi, litoral do Ceará.
A prisão aconteceu por meio de um trabalho em conjunto do setor de inteligência da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Colatina, a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e a Polícia do Ceará. O agora condenado pelo crime foi trazido para o Espírito Santo em 10 de janeiro de 2018.
A Polícia Civil informou, na ocasião, que o suspeito levava uma vida normal no Ceará e mantinha uma mercearia em Trairi. A informação é de que ele estava sozinho no local, mas tinha um amigo na cidade.
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